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Ódio 2.0

24 de agosto de 2010

Relatório da Jugendschutz.net aponta que extremistas de direita usam cada vez mais a internet para divulgar conteúdo racista e antissemita. Maioria dos sites está armazenada em servidores no exterior.

Facebook é uma das plataformas usadas pelos radicais de direitaFoto: picture alliance/dpa

Os extremistas de direita alemães estão cada vez mais presentes na internet e usam a rede para divulgar suas mensagens racistas e antissemitas, com o objetivo de conquistar novos adeptos.

Essa é a principal conclusão de um relatório anual sobre atividades neonazistas na internet alemã, apresentado nesta terça-feira (24/08) em Berlim pela Jugendschutz.net (literalmente "proteção da juventude"), uma iniciativa dos governos estaduais para a proteção de jovens usuários da internet.

Em 2009, foram registrados 1.872 sites da cena neonazista com conteúdo em alemão, 237 a mais do que no ano anterior e 839 a mais do que em 2005. Também a oferta de sites dedicados ao partido extremista NPD cresceu, passando de 190 para 242 entre 2008 e 2009.

A Jugendschutz observou, também, que os radicais de direita se comunicam cada vez mais por meio de comunidades próprias, que utilizam para combinar ações e debater suas ideias. Em um ano, o número delas quase triplicou, somando agora mais de 90.

Facebook e YouTube

Além disso, há um número muito grande de material nazista em redes sociais como o Facebook e em portais de vídeo, como o YouTube. O responsável pela área que monitora o extremismo de direita na Jugendschutz, Stefan Glaser, disse que há tanto conteúdo disponível que se pode concluir que as atividades extremistas estão cada vez mais migrando para a web 2.0.

Segundo ele, principalmente na web 2.0 os extremistas de direita têm um número elevado de usuários da rede. "A internet é o meio de propaganda por excelência para os extremistas de direita", afirmou Glaser.

A Jugendschutz.net age para eliminar da internet o material localizado. Em 80% dos casos, as ações têm sucesso. O método mais eficiente, segundo Glaser, é entrar em contato com o provedor.

Propaganda reaparece

O maior problema é que ações judiciais são possíveis apenas em uma pequena parcela dos casos, cerca de 20%. Outro problema é que frequentemente a propaganda excluída reaparece na rede, desta vez em provedores localizados no exterior.

Segundo o relatório, cerca de 70% do conteúdo extremista disponível em alemão em 2009 estava armazenado em servidores fora da Alemanha, principalmente nos Estados Unidos.

A Jugendschutz.net foi criada em 1997 para monitorar a internet alemã, em busca de conteúdo que possa apresentar riscos a crianças e adolescentes.

AS/dpa/epd/kna

Revisão: Soraia Vilela

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