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Agricultores estão otimistas

17 de janeiro de 2008

Feira agrária Semana Verde começa em Berlim em clima de otimismo. Ministro da Agricultura defende aumento dos preços dos alimentos e diz que agricultores devem receber um valor justo pela sua produção.

O leite foi um dos produtos que mais subiu nos supermercados alemães no ano passadoFoto: AP

O otimismo entre os agricultores alemães se mantém em alta, segundo um levantamento da Associação dos Agricultores Alemães (DBV). Em dezembro passado, 43% dos produtores pesquisados avaliaram sua situação financeira como "boa" ou "muito boa". Um ano antes, apenas 28% haviam dito o mesmo.

Já o índice que mede a confiança dos agricultores também subiu, para 39,4 pontos no último trimestre do ano passado. No final de 2006, ele era de 26,6 pontos. O índice pode variar entre -100 e 100 pontos e é calculado a partir da avaliação dos entrevistados sobre a sua atual situação financeira e suas perspectivas para o futuro. São consultadas 2 mil pessoas.

Um dos setores mais otimistas é o leiteiro, o que pode ser explicado pelas recentes altas nos preços dos derivados do leite. O preço da manteiga nos supermercados alemães subiu quase 20% e o do leite integral, 10% em 2007. Nesta quinta-feira (17/01), os principais representantes dos setores agrícola e de alimentos da Alemanha se reuniram em Berlim para a abertura da Semana Verde, a maior feira agrária do mundo.

Preços mais altos

Durante o evento, o presidente da DBV, Gerd Sonnleitner, disse que os preços dos gêneros alimentícios deverão continuar subindo na Alemanha em 2008, mas de forma moderada. "O consumidor alemão é o que se alimenta de forma mais barata na Europa", afirmou.

Sonnleitner também disse que, apesar do otimismo dos agricultores e da alta nos preços dos alimentos, os produtores alemães não estão "nadando em dinheiro". "Apesar dos preços mais elevados, o ganho bruto médio de um agricultor alemão é de 2.100 euros por mês", disse.

O ministro alemão da Agricultura, Horst Seehofer, defendeu as altas nos preços dos alimentos e disse que os agricultores devem receber um valor justo pela sua produção. Mas criticou a indústria alimentícia, que segundo ele nem sempre repassa os aumentos aos produtores.

Também o presidente da Associação Nacional da Indústria Alimentícia Alemã (BDE), Jürgen Abraham, disse que o consumidor alemão deve se preparar para novas altas nos preços dos alimentos, ainda que moderadas. "Devemos contar com uma alta moderada para este ano devido à escassez de matéria-prima", alertou, citando ainda os aumentos nos custos de energia e embalagens.

Boa perspectiva para orgânicos

No ano passado, o faturamento da indústria alemã de alimentos cresceu 2,3% em relação a 2006, chegando a 147,4 bilhões de euros. As vendas internas movimentaram 4,7% a mais e as exportações, 13,1%. Para este ano, as perspectivas são menos otimistas, com altas de 1% no faturamento do mercado interno e de 10% no exterior.

Bem mais positivos são os números do setor de alimentos orgânicos, que espera um crescimento de 15% tanto para o ano passado como para 2008. No ano passado, o faturamento chegou a 5 bilhões de euros, segundo o presidente da Bioland, Thomas Dosch. A Bioland é a maior associação de produtores de alimentos orgânicos da Alemanha.

A Semana Verde reúne, até 27 janeiro, 1.610 expositores dos setores de alimentação, agricultura e horticultura. Eles representam 52 países. São esperados 400 mil visitantes. O país homenageado é a Suíça. (as)

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