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Cresce procura por academias de ginástica

Leah McDonnell (mm)5 de agosto de 2006

Enquanto os seguros de saúde reduzem suas coberturas, as pessoas estão cada vez mais preocupadas em evitar doenças através de exercícios e um modo de vida saudável. Exercício e bem-estar estão unindo milhões na Alemanha.

Academias mudaram sua imagem e tornaram-se centros luxuososFoto: picture-alliance / HB-Verlag

Depois de um boom nos anos 90, a indústria do exercício físico parece ter perdido a energia. Mas ânsia pelo bem-estar, em alta constante nos últimos anos, deu novo ânimo de vida ao setor.

No ano passado, o número de academias cresceu em quase 5% na Alemanha. Grandes, ousados e cintilantes, esses amplos espaços para prática de exercício vendem uma marca, além da promessa de saúde e bem-estar.

Nos últimos anos, observa-se na Alemanha uma invasão das cadeias de academias. Isso exige estratégias de marketing ambiciosas, uma vez que a competição entre os clubes esquentou. Mas Dirk Otten, diretor de marketing da Elixia, uma das principais cadeias de academias da Alemanha, permanece otimista quanto ao futuro.

"Estamos esperando um grande crescimento nos próximos anos", disse Otten. "O mercado inteiro está mudando, com isso vamos nos desprendendo de idéias antiquadas sobre aptidão física, e indo em direção à saúde e vitalidade".

Oferecendo algo exclusivo

As academias são agora produtos de grife, da mesma forma que carros ou telefones celulares. Embora apenas 12% dos clubes seja parte de um grupo, quase 30% dos que freqüentam academias preferem uma das redes. Então, para sobreviver, os clubes isolados precisam oferecer algo diferente.

Clubes oferecem muito mais do que levantamento de pesoFoto: AP

Clubes independentes se dirigem a quem quer se entregar a um luxuoso e tranqüilo palácio de bem-estar. Os membros podem nadar em suas piscinas, suar nas saunas, enxaguar-se nos banhos turcos, participar de aulas de relaxamento, receber massagem e... levantar pesos. Depois, relaxar um pouco mais num terraço projetado sob os preceitos do feng shui, ou em jardins de inverno.

Erik Thomann, diretor de marketing do clube de Berlim Ars Vitalis, crê que hoje em dia está mais difícil levar a vida dependendo deste tipo de negócio. A saída então é bajular quem esteja disposto a gastar mais e a esnobar. Por isso um título de sócio em seu clube custa mais do que o dobro da média, e até sete vezes mais do que o das academias não pertencentes a redes.

"Quem vem aqui não é um mero levantador de peso. Ele quer se desenvolver como pessoa – alma, corpo e mente", exulta Thomann. "É um pequeno grupo-alvo, mas acho que em tempos de estagnação econômica ainda há pessoas ganhando o suficiente para bancar isto".

Até a Steffi Graf!

Encontrar e explorar novos nichos é essencial para a sobrevivência de qualquer clube. Enquanto as redes se concentram sobretudo nas grandes cidades, uma das mais novas do mercado está, ao contrário, abrindo pequenos clubes nas cidades menores.

Mrs. Sporty volta a atenção para as mulheresFoto: picture-alliance / dpa/dpaweb

Seu alvo são as mulheres não familiarizadas com a cultura dos clubes de saúde. Apesar do nome banal, Mrs. Sporty é apoiada pela estrela do tênis alemão, Steffi Graf. Enquanto outras academias femininas estão perdendo popularidade, no ano passado a Mrs. Sporty abriu 23 franquias por toda Alemanha.

Devido a seu tamanho modesto, os clubes podem lucrar com apenas algumas centenas de membros, e o Mrs. Sporty já conta com mais de três mil associados.

Fitness para o sistema de saúde alemão

Estima-se que a falta ao trabalho por motivo de doença custa à economia alemã 45 bilhões de euros por ano. Com os custos anuais em cuidados com a saúde no país estimados em até 140 bilhões de euros, fazer as pessoas saudáveis e prevenir doenças é mais crucial do que nunca.

Human Resources é uma companhia de Berlim que inicia joint ventures e cooperações entre a indústria da saúde e o sistema público de seguros. O diretor da empresa, Pay Petzold, acaba de fechar negócio entre duas grandes companhias de seguro e clubes seletos, em direção a um plano-piloto de prevenção.

Alemães atentos ao cuidado com a saúdeFoto: AP

As seguradoras concordaram em convidar todos os seus associados para uma competição de perda de peso, durante cinco dias. Eles terão acesso gratuito a um clube, a orientação de um instrutor e aconselhamento nutricional.

Negócio de futuro

Dois terços da população alemã está acima do peso e os quilos extras são uma grande dor de cabeça para a conta da saúde no país. Petzold espera que entre 30% e 50% dos participantes se filiarão a um clube, após a competição.

Ele acredita que seu plano tem melhores chances de sucesso do que outras tentativas semelhantes. Como mais de 70 milhões de alemães possuem seguro de saúde, o potencial do esquema é enorme. Se bem sucedido, o próximo passo será as companhias de seguro de fato arcarem com parte das taxas dos clubes.

Observadores do setor prevêem uma mudança dramática em todo sistema de saúde alemão, voltando-se para a orientação e prevenção, através do esforço comum dos seguros públicos e da indústria de saúde privada.

E com essa idéia na cabeça, Dirk Otten está convencido que sua rede de academias tem um futuro claro e saudável – pois saúde é definitivamente um grande negócio nos dias de hoje.
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