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Criança morre após ser detida na fronteira dos EUA

14 de dezembro de 2018

Guatemalteca de sete anos morre poucas horas depois de atravessar a fronteira e ser detida por patrulheiros americanos. Relato aponta choque e desidratação como causas e expõe sobrecarga das autoridades fronteiriças.

Arame farpado protege a cerca instalada ao lado de um enorme fosso que estabelece a fronteira entre México e EUA
Grandes grupos de imigrantes, muitos com crianças pequenas, atravessam a fronteira e se entregam a agentes fronteiriçosFoto: Getty Images/AFP/G. Arias

Uma menina de sete anos morreu enquanto estava sob custódia da Patrulha de Fronteira dos Estados Unidos. Autoridades americanas de imigração confirmaram o incidente, divulgado em primeira mão pelo jornal Washington Post na quinta-feira (13/12).

A criança guatemalteca, que atravessou ilegalmente a fronteira com o pai e mais uma dezena de migrantes na primeira semana de dezembro, morreu de desidratação, escreveu o diário americano, citando informações obtidas do CBP, o serviço de alfândega e proteção de fronteiras dos EUA.

Ela "não bebeu água nem comeu durante vários dias" e entrou em convulsão oito horas depois de ser detida, sendo transportada de helicóptero para o hospital, onde morreu. Não se sabe o que aconteceu durante as oito horas antes de começarem as convulsões.

De acordo com o Washington Post, a menina foi detida por agentes fronteiriços perto de Lordsburg, no estado do Novo México. O processamento de 163 imigrantes em uma noite pode ter extrapolado as capacidades da agência fronteiriça local, cujas instalações de detenção são temporárias e inadequadas para comportar tantas pessoas.

Imigrantes viajam no "trem da morte" para chegar aos EUA

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Quando agentes da Patrulha de Fronteira prendem um indivíduo, ele é registrado numa instalação, mas geralmente não passa mais de 72 horas sob custódia, antes de ser transferido para autoridades de imigração e fiscalização aduaneira ou, caso seja mexicano, rapidamente deportado para o país vizinho.

A morte da menina guatemalteca levanta questões sobre se os agentes fronteiriços sabiam que ela estava doente e se recebeu algo para comer e beber durante as cerca de oito horas em que esteve sob custódia.

Imigrantes, advogados e ativistas citaram as más condições das celas de detenção da Patrulha de Fronteira. Em Tucson, por exemplo, um processo em andamento alega que as celas de detenção são imundas, extremamente frias e desprovidas de necessidades básicas como cobertores.

A Patrulha de Fronteira relatou que tem visto uma tendência crescente de grandes grupos de imigrantes, muitos com crianças pequenas, andarem em fila até os agentes fronteiriços e se entregarem. Muitos são da América Central e afirmam estar fugindo da violência.

A detenção de grupos tão grandes cria problemas logísticos para os agentes, que têm que esperar por veículos de transporte equipados com assentos para bebês para levá-los a instalações de registro, algumas delas a pelo menos meia hora ao norte da fronteira.

Desde meados de outubro, milhares de refugiados da América Central viajaram em caravanas até a fronteira mexicana com os Estados Unidos, onde esperam conseguir refúgio.

PV/lusa/afp/ap

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