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Esporte

Croácia faz história e chega a final inédita

11 de julho de 2018

Pela terceira vez neste Mundial, croatas começam atrás no placar, levam o jogo à prorrogação e saem vencedores. Na final, seleção pode vingar geração de 1998, eliminada justamente pela França.

Mario Mandzukic e Ivan Perisic
Os heróis da histórica classificação: Mario Mandzukic (17) e Ivan Perisic marcaram os gols da CroáciaFoto: imago/Agencia EFE/L. Deirax

A Croácia está na final da Copa do Mundo, pela primeira vez na história. O gol histórico, que deu a vitória por 2 a 1 contra a Inglaterra, nesta quarta-feira (11/07), em Moscou, foi marcado por Mario Mandzukic, no segundo tempo da prorrogação. Na final, os croatas encontrarão a seleção da França, algoz de 1998.

No primeiro encontro em Mundiais entre Croácia e Inglaterra, melhor para os jogadores mais tarimbados. Os astros croatas, principalmente Luka Modric, Ivan Rakitic, Ivan Perisic, o autor do gol de empate, e Manduzkic fizeram jus aos seus status e levaram o pequeno país dos Bálcãs à sua primeira final de Copa do Mundo.

O jogo não foi um colírio para os olhos dos amantes do futebol, mas não faltou em drama e tensão. O primeiro tempo foi dos ingleses, enquanto a segunda etapa foi dominada pelos croatas. O empate justo nos 90 minutos regulamentares representou a terceira prorrogação da Croácia e a segunda da Inglaterra nesta Copa do Mundo. Curiosamente, a única seleção que havia jogado prorrogações em oitavas, quartas e semifinais numa mesma Copa foi a Inglaterra em 1990.  

Novamente a bola parada foi decisiva para a Inglaterra, que marcou nove de seus 12 gols nesta Copa desta forma – um recorde, pois superou os oito gols marcados de bola parada por Portugal na Copa de 1966, justamente o Mundial no qual se começou a contabilizar as estatísticas. Curiosamente, o gol marcado por Kieran Trippier foi apenas o terceiro de falta direta da Inglaterra em toda a história das Copas. Os dois anteriores foram de David Beckham – em 1998, contra a Colômbia, e em 2006, contra o Equador.

Com um elenco bastante rejuvenescido, sem grandes estrelas como em Copas passadas (Wayne Rooney, Steven Gerrard, Frank Lampard, David Beckham...), a Inglaterra tem feito um torneio acima das expectativas. Com 12 gols, a Inglaterra já tem o melhor ataque de sua história em um único Mundial.

Do outro lado, a atual seleção da Croácia conseguiu escapar da sombra da geração de 1998, tida como a melhor da história do país. Perisic marcou seu quarto gol em Copas e se tornou o segundo maior artilheiro do país em Mundiais. O lendário atacante Davor Suker balançou as redes seis vezes. Suker era o principal nome da seleção de 1998, que terminou em terceiro lugar.

O jogo

Com um ambiente muito mais digno de uma semifinal de Copa do Mundo, em comparação com o duelo entre França e Bélgica, o jogo em Moscou começou disputado e com pequenas faltas. E logo no quarto minuto, Dele Alli foi derrubado na entrada da área – Trippier cobrou com perfeição, de forma indefensável para Danijel Subasic, e abriu o marcador.

A Croácia tentou reagir, mas encontrou dificuldades para acionar Mario Mandzukic. Houve poucas chances de gol, e o jogo se encaminhava para um duelo sonolento. Os torcedores deram uma acordada aos 29 minutos, quando Harry Kane, ficou cara a cara com Subasic, que fez grande defesa. No rebote, o artilheiro da Copa acertou a trave.  

Início do sonho inglês: Kieran Trippier acerta cobrança de falta extraordinária e abre o placar aos quatro minutosFoto: Reuters/D. Staples

O jogo ganhou brevemente em intensidade. Ante Rebic fuzilou de fora da área e testou o goleiro inglês Jordan Pickford, no que foi a primeira bela trama do ataque croata, que construía suas jogadas primordialmente pelo lado direito com Sime Vrsaljko. Aos 35, a Inglaterra respondeu com Jesse Lingard, mas o meia do Manchester United errou o alvo.

Tanto nas oitavas quanto nas quartas de final, a Croácia saiu atrás no placar – em ambos os casos conseguiu levar a disputa à prorrogação. O desgaste físico certamente não poderia ser menosprezado. Além disso, o histórico não favorecia a Croácia: apenas uma vez na história uma seleção que esteve em desvantagem no intervalo numa semifinal conseguiu se classificar para a final: em 1990, a Argentina perdia por 1 a 0 e acabou eleiminando a Itália nos pênaltis.

O pouco futebol deu lugar a pequenos atos de indisciplina, empurrões e tentativas de retardar o jogo. O primeiro sinal de vida foi dado pela Croácia, aos 19 minutos, com um arremate de fora da área de Ivan Perisic, que explodiu na em Kyle Walker – o goleiro Pickford estava vendido no lance.

Perisic se antecipa a Walker e desvia a bola para empatar a partida – a partir daí a Croácia dominou a InglaterraFoto: Reuters/D. Staples

Mas quatro minutos depois, em mais um cruzamento, Perisic se antecipou a Walker e conseguiu desviar a bola para o fundo das redes de Pickford – o quarto gol de Perisic em Copas, tornando-se o segundo maior artilheiro da Croácia em Copas, atrás somente de Davo Suker (6 gols).

A Inglaterra sentiu o gol, deu sinais de nervosismo e a Croácia cresceu na partida. Aos 26 minutos, após desentendimento da defesa inglesa, Perisic acertou a trave, e o rebote de Rebic ficou nas mãos de Pickford. Os ingleses encontravam dificuldades em se proteger das bolas aéreas croatas – o domínio da Croácia era sufocante.

No fim, o empate significou a terceira prorrogação da Croácia e a segunda da Inglaterra nesta Copa. A Inglaterra tomou a iniciativa e, aos oito minutos, novamente em cobrança de escanteio, John Stones teve sua cabeçada tirada em cima da linha por Vrsaljko. No último lance do primeiro tempo, Mandzukic finalizou e Pickford fez grande defesa.   

O tiro histórico de misericórdia foi dado por Mandzukic no terceiro minuto do segundo tempo da prorrogação. Perisic venceu o duelo aéreo com Walker e bola sobrou para o centroavante fuzilar Pickford. Um gol histórico, que fez com que a Croácia entrasse para o grupo das 13 seleções nacionais que já alcançaram uma final de Copa do Mundo.

Croácia e França disputarão a grande final da Copa do Mundo de 2018 em 15 de julho, em Moscou. A França foi justamente a seleção que eliminou a Croácia na semifinal de 1998. Para a Inglaterra, resta a disputa pelo terceiro lugar contra a Bélgica, em São Petersburgo, em 14 de julho. 

Ficha técnica

Croácia 2 x 1 Inglaterra

Local: Estádio Luzhniki, em Moscou

Arbitragem: Cüneyt Cakir (Turquia), auxiliado por seus compatriotas Bahattin Duran e Tarik Ongun.

Gols: Kieran Trippier (04'/1T), Ivan Perisic (23'/2T), Mario Mandzukic (03'/2P)

Cartões amarelos: Mario Mandzukic (03'/2T), Kyle Walker (09'/2T), Ante Rebic (05'/1P)

Croácia: Danijel Subasic; Sime Vrsaljko, Dejan Lovren, Domagoj Vida e Ivan Strinic (Josip Pivaric 4'/1P); Marcelo Brozovic e Ivan Rakitic; Ante Rebic (Andrej Kramaric 11'/1P), Luka Modric (Milan Badelj 12'/2P) e Ivan Perisic; Mario Mandzukic (Vedran Corluka 10'/2P). Técnico: Zlatko Dalic.

Inglaterra: Jordan Pickford; Kyle Walker (Jamie Vardy 07'/2P), John Stones e Harry Maguire; Kieran Trippier, Jordan Henderson (Eric Dier 06'/1P) , Jesse Lingard, Dele Alli e Ashley Young (Danny Rose 01'/1P); Raheem Sterling (Marcus Rashford 29'/2T) e Harry Kane. Técnico: Gareth Southgate.

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