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Cruzeiros voltam a operar na Alemanha após paralisação

25 de julho de 2020

Primeiro navio parte de Hamburgo levando 1,2 mil passageiros. Viagem pelo Mar do Norte durará três dias, sem paradas, e conta com medidas rigorosas de distanciamento e higiene. Covid-19 causou enormes perdas ao setor.

Mein Schiff 2 parte de porto de Hamburgo, na Alemanha
Mein Schiff 2 fará viagem pelo Mar do NorteFoto: picture-alliance/dpa/D. Bockwoldt

O navio de cruzeiro alemão Mein Schiff 2, operado pela gigante de viagens TUI, partiu na noite desta sexta-feira (24/07) do porto de Hamburgo levando passageiros para uma viagem de três dias pelo Mar do Norte. Esse é o primeiro cruzeiro que parte do país europeu desde o início da pandemia de covid-19.

Com capacidade de abrigar 2,9 mil passageiros, a embarcação leva, porém, apenas cerca de 1,2 mil pessoas. A empresa disse tem permissão para uma lotação máxima de 1.740 viajantes, mas essa cota não foi atingida.

O navio não fará paradas em portos durante o cruzeiro de três dias e os hóspedes permanecerão neste período na embarcação, que retorna a Hamburgo na segunda-feira. A bordo, os passageiros devem seguir medidas rigorosas de distanciamento e higiene. Eles preencheram ainda um questionário de saúde antes de embarcar.

"É basicamente uma solução pragmática na qual as empresas estão tentando adaptar processos à nova situação e retomar os negócios", afirmou o especialista em gestão de turismo de cruzeiros Alexis Papathanassis à revista alemã Der Spiegel.

Na entrevista, Papathanassis também alertou para reações apressadas. "Tais mudanças de processo, protocolos de higiene e planos de contingência devem ser desenvolvidos sistemática e profissionalmente, além de serem transparentes e testados", acrescentou. Ele, porém, não considera atraente a proposta de cruzeiro apenas em alto mar, sem paradas, e com regras de distanciamento social – como a solução adotada para o Mein Schiff 2.

A pandemia de covid-19 paralisou o turismo mundial e atingiu especialmente em cheio a indústria de cruzeiros, com empresas sendo forçadas a suspender viagens. A reputação do setor também sofreu com o registro de surtos em diversos navios, incluindo o Diamond Princess, onde 712 infecções e 13 mortes foram contabilizadas. A embarcação passou três meses bloqueada no Japão e só foi liberada em maio.

Partida do Mein Schiff 2 reuniu curiosos no porto de HamburgoFoto: picture-alliance/dpa/D. Bockwoldt

O coronavírus casou surtos em pelo menos 55 navios pelo mundo. Alguns especialistas em saúde pública afirmam que as embarcações contribuíram para a propagação do vírus por vários países. Muitos cruzeiros passaram semanas no mar depois do registro do primeiro caso num deles. Portos se recusaram a recebê-los e dezenas de milhares de passageiros e tripulantes acabaram retidos por meses nas embarcações.

Após meses paradas, o que causou enormes perdas financeiras, as operadoras de cruzeiro pretendem voltar a oferecer viagens turísticas nas próximas semanas. Em agosto, a TUI planeja ao menos três viagens de curta distância semelhante à que partiu de Hamburgo. Cruzeiros fluviais também estão voltando a operar no rio Danúbio.

Os países da União Europeia (UE) começaram a reabrir suas fronteiras em meados de junho, numa tentativa de revigorar o setor do turismo durante o verão europeu.

Já nos Estados Unidos, autoridades federais de saúde proibiram cruzeiros até o final de setembro. Na ordem assinada pelo diretor do Centro para o Controle e Prevenção de Enfermidades (CDC), Robert Redfield, a agência afirma que a indústria de cruzeiros não tem capacidade para controlar surtos em seus navios.

O CDC argumenta que os navios são mais lotados que a maioria dos espaços urbanos e que, mesmo quando apenas a tripulação está a bordo, o vírus continua a se espalhar.

CN/dpa/dw

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