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Cuba apoia Venezuela no conflito com os EUA

10 de março de 2015

Na primeira confrontação pública com os americanos desde o início da reaproximação, Havana chama novas sanções de "arbitrárias e agressivas" e oferece apoio incondicional ao governo de Maduro.

Foto: picture-alliance/dpa/A. Ernesto

Cuba ofereceu seu "apoio incondicional" à Venezuela depois de o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ter autorizado novas sanções a autoridades venezuelanas. Em comunicado oficial divulgado nesta terça-feira (10/03) pela mídia estatal cubana, o governo em Havana chamou a ordem executiva de Obama de "arbitrária e agressiva".

"Cuba novamente reitera o seu apoio incondicional e o de seu povo à Revolução Bolivariana, ao governo legítimo do presidente Nicolás Maduro e ao povo irmão heroico da Venezuela", diz o texto. "Ninguém tem o direito de intervir nos assuntos internos de um Estado soberano ou de declarar, sem fundamento, que alguém é uma ameaça à segurança nacional."

"Como a Venezuela ameaça os Estados Unidos? A milhares de quilômetros de distância, sem armas estratégicas e sem empregar recursos nem funcionários para conspirar contra a ordem constitucional estadounidense, a declaração soa pouco credível e desnuda as intenções de quem a faz", acrescenta.

A reação marcou a primeira confrontação pública de Cuba com os Estados Unidos desde que os dois países começaram as negociações para o restabelecimento pleno das relações diplomáticas, em dezembro. Com o comunicado, Cuba se une a outros aliados regionais com governos de esquerda que se solidarizaram com a Venezuela após as sanções americanas.

O ministro das Relações Exteriores do Equador, Ricardo Patiño, advertiu nesta segunda-feira que o bloco sul-americano Unasur não permitirá a intervenção estrangeira ou um golpe de Estado na Venezuela.

Em Caracas, o presidente Nicolás Maduro reagiu de forma enfática às sanções de Obama e convocou o encarregado venezuelano de negócios nos EUA, Maximilien Arveláiz, para consultas. Mais tarde, também na segunda-feira, Maduro chamou as ações de Washington de "o golpe mais agressivo, injusto e prejudicial contra a Venezuela".

"Você [Obama] não tem o direito de nos atacar e declarar que a Venezuela é uma ameaça para o povo dos Estados Unidos. A ameaça ao povo americano são vocês mesmos", disse Maduro, rodeado de dezenas de ministros e líderes militares no palácio presidencial.

O líder cubano Fidel Castro felicitou a postura "brilhante e valente" de Maduro contra os Estados Unidos em carta publicada pela imprensa cubana também nesta terça-feira. "Suas palavras vão entrar para a história como prova de que a humanidade pode e deve saber a verdade", escreveu Castro.

PV/dpa/afp

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