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Cuba e EUA iniciam conversações históricas em Havana

21 de janeiro de 2015

Encontro de dois dias entre diplomatas dos dois países visa estabelecer base para consolidar a reaproximação. Em foco, estão questões sobre migração e a reabertura das embaixadas.

Foto: Joe Raedle/Getty Images

Representantes da diplomacia de Cuba e dos Estados Unidos abriram nesta quarta-feira (21/01), em Havana, a primeira rodada das negociações históricas entre os dois países.

As reuniões são destinadas a estabelecer as bases para a reaproximação diplomática entre os dois países, anunciada pelos presidentes dos Estados Unidos, Barack Obama, e de Cuba, Raúl Castro, em 17 de dezembro.

Enquanto o primeiro dia de conversações focou em questões de migração, os diplomatas discutirão a reabertura de embaixadas, na quinta-feira. A secretária assistente de Estado dos EUA, Roberta Jacobson, liderará a segunda rodada da negociação histórica. Com isso, ela se tornará o oficial americano de maior graduação a visitar Cuba desde 1980.

No início deste mês, Havana libertou 53 presos políticos. A medida era uma exigência americana para consolidar a melhoria das relações bilaterais.

A libertação havia sido acordada em dezembro, depois de os dois presidentes terem anunciado o restabelecimento das relações diplomáticas, que haviam sido cortadas em 1961 durante a Guerra Fria.

Obama pede fim do embargo

Na véspera das conversações históricas, Obama pediu ao Congresso americano que avalie a suspensão do embargo comercial a Cuba, que já dura 54 anos.

"Em Cuba, nós estamos encerrando uma política que já passou a muito tempo de sua data de validade", disse Obama em seu discurso anual do Estado da União. "Quando o que você tem feito não funciona por 50 anos, é hora de tentar algo novo", acrescentou.

A agência de notícias Associated Press citou um funcionário do alto escalão cubano dizendo que o restabelecimento das relações diplomáticas entre os EUA e Cuba não levaria imediatamente a uma relação normal.

Os cidadãos cubanos, no entanto, têm esperanças no sucesso das negociações. "As coisas podem mudar para melhor, nos dando um pouco mais do que normalmente temos no sentido material e espiritual", disse o artista cubano Dayron Herrera, de 27 anos.

PV/afp/ap

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