Estatal de telecomunicações passa a oferecer serviço de dados móveis a todos os cidadãos. País era um dos últimos no mundo que ainda não permitia o uso desta tecnologia. Preço alto deve restringir acesso a poucos.
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Cuba liberou a partir desta quinta-feira (06/12) o acesso à internet via celular com tecnologia 3G para todos os seus cidadãos. Pela primeira vez, os cubanos puderam adquirir o serviço de dados móveis. O país era um dos últimos do mundo que ainda não permitia o uso desta tecnologia.
Desde o início da manhã, a estatal de telecomunicações Etecsa começou a enviar mensagens de texto para avisar aos clientes que eles já podem comprar pacotes de acesso à internet.
Até agora, os cubanos podiam usar seus celulares somente para acessar um serviço de e-mail, controlado pelo governo. Para ter acesso à internet pelo aparelho, eles precisavam se conectar num dos 1,2 mil pontos Wi-Fi públicos. Já funcionários do governo e estrangeiros que fazem negócios na ilha podiam acessar a rede 3G em seus smartphones.
O novo serviço está sendo disponibilizado gradualmente nos próximos dias, dependendo do número do usuário. A medida visa evitar o congestionamento que atingiu a rede móvel de Cuba durante as três fases de testes realizadas pela companhia neste ano.
O valor do serviço, no entanto, deve restringir o acesso a poucos. A Etecsa oferece pacotes mensais de 600 megabytes por cerca de sete dólares (pouco mais de 27 reais) e de quatro gigabytes por 30 dólares (116 reais). O preço é alto para a maioria dos cubanos que recebem entre 30 e 50 dólares por mês.
O lançamento deixou alguns cubanos frustrados devido ao valor dos pacotes. "Os preços são um pouco altos, mas talvez, se houver muitos se inscrevendo para usar o serviço, os preços caiam", afirmou Idalmist Mendoza, funcionário de uma casa de câmbio.
"Para mim é muito benéfico porque não tenho telefone fixo nem acesso à internet em casa. É um pouco cara, mas é preciso fazer sacrifícios", afirmou Henry, um técnico de informática que deixou seu emprego no setor estatal, onde o salário médio não supera 30 dólares mensais.
A internet não costuma ser censurada em Cuba. O governo, no entanto, bloqueia um pequeno número de sites, como as emissoras de rádio e televisão Marti, fundadas nos Estados Unidos, e alguns que defendem a mudança de regime na ilha comunista.
Segundo dados do governo, cerca de 5,3 milhões de cubanos possuem telefones celulares, um pouco menos da metade da população do país, de 11,2 milhões. Cuba tem uma das menores taxas de uso da internet do mundo, mas o serviço começou a se expandir nos últimos anos.
Há três anos, o governo cubano implementa uma "política de informatização" para corrigir o atraso histórico a respeito do resto do mundo quanto a conexão e tecnologias, dentro da qual autorizou também neste ano a comercialização de internet nos lares, antes só permitido a alguns profissionais.
A ativação da tecnologia 3G, que hoje só cobre 66% do território cubano, mantinha-se como o maior desafio para o Estado, que prometeu que até o fim deste ano seria possível acessar a internet de um telefone celular.
A conexão livre, rápida e barata à internet é ainda um assunto pendente. A banda larga é muito fraca na ilha. Recentemente foi noticiado sobre negociações para agilizar a conexão com empresas tecnológicas estrangeiras, entre elas o Google, porém, não houve resultados concretos e nem confirmação por parte do governo cubano.
CN/efe/afp/ap
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Quase nada em Cuba lembra de como era a vida antes dos Castro. O dia 19 de abril de 2018 marca o fim das quase seis décadas de governo dos irmãos Fidel e Raúl.
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1959 - A revolução triunfa
O rebeldes liderados por Fidel Castro chegam ao poder depois de derrubar o ditador Fulgencio Batista em janeiro. Os EUA reconhecem o novo governo. Logo, "leis revolucionárias" (como a reforma agrária) afetam empresas americanas. Em dezembro, o presidente republicano Dwight D. Eisenhower aprova um plano da CIA para derrubar Castro em um ano e substitui-lo por "uma junta amiga dos EUA".
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1960 − Aproximação com a União Soviética
Eisenhower proíbe exportações para Cuba (exceto de alimentos e remédios) e suspende a importação de açúcar. Cuba responde nacionalizando bens e empresas americanas e estabelecendo relações diplomáticas e comerciais com a União Soviética. No funeral das vítimas da explosão do cargueiro francês La Coubre (foto), Cuba responsabiliza a CIA, e Castro lança seu lema "pátria ou morte!"
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1961 − Ruptura e invasão fracassada
Os EUA rompem relações diplomáticas com Cuba e fecham sua embaixada em Havana em 3 de janeiro. Após uma série de bombardeios em aeroportos e incêndios em estabelecimentos comerciais, cuja autoria Cuba atribui aos EUA, Fidel proclama o caráter socialista da revolução em 16 de abril. Entre 17 e 19 daquele mês, cubanos treinados pelos EUA tentam invadir a ilha pela Baía dos Porcos, mas fracassam.
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1962 - A crise dos mísseis
"Não sei se Fidel é comunista, mas eu sou fidelista", disse em 1960 o líder soviético Nikita Kruchov. Moscou reata relações diplomáticas com Havana e eleva seu apoio. A URSS instala bases de mísseis nucleares em Cuba, desencadeando a "crise dos mísseis". Moscou cede à pressão de Kennedy em troca de os EUA se comprometerem a não invadir Cuba e desativarem suas bases nucleares na Turquia.
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1971 – Fidel Castro no Chile
O episódio da Baía dos Porcos acelera a proclamação do caráter socialista, marxista-leninista, da revolução. Cuba acaba sendo expulsa da Organização dos Estados Americanos. Castro fica isolado no continente, mas não para sempre. Ele é recebido no Chile pelo presidente Salvador Allende (foto), que iria ser derrubado por Augusto Pinochet em 1973.
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1989 – A hora da Perestroika
A chegada ao poder de Mikhail Gorbatchov em Moscou marca o início da era da Glasnost e Perestroika. A Cortina de Ferro começa a ruir, e o império soviético se esfacela. Cuba perde sua principal base de sustentação no exterior, entrando em crise aguda. Milhares de cubanos tentam fugir para Miami em embarcações precárias. Muitos analistas preveem o fim do regime castrista.
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1998 – Primeira visita do papa
Um decreto de Pío 12 proibia aos católicos o apoio a regimes comunistas. Em virtude disso, o Vaticano excomungou Fidel Castro em janeiro de 1962. Mas, com o fim da Guerra Fria, chega o momento da reaproximação: em 1996, Castro visita o papa João Paulo 2°, e este retribui a visita dois anos depois, em viagem considerada histórica.
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2002 - Fidel Castro e Jimmy Carter jogam beisebol
Desde que os EUA impuseram seu embargo comercial, econômico e financeiro, em 1962, houve poucos momentos de distensão entre Washington e Havana. Um deles foi a viagem do ex-presidente americano Jimmy Carter a Cuba, em 2002, motivada pela intenção de encontrar pontos de aproximação.
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2006 - Fidel e Hugo
A partir dos anos 90, Cuba deixa de ser vista como uma perigosa exportadora de revoluções. Com a derrocada do bloco comunista no Leste Europeu, as ideologias de esquerda entram em crise. Mas, na Venezuela, chega ao poder um novo dirigente, disposto a propagar a "Revolução Bolivariana". Hugo Chávez, declarado admirador de Fidel, passa a dar a Havana um respaldo importante, também na área econômica.
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2006 - A entrega do poder
A doença forçou Fidel Castro a abandonar o poder. Em 2006, ele o deixa nas mãos de seu irmão Raúl, uma garantia de que não haveria reviravoltas num sistema que, apesar dos avanços em educação e saúde, cobrou um alto preço: o da falta de liberdade e repressão. Fidel foi se despedindo do poder aos poucos, defendendo até o fim sua visão, através das páginas do jornal "Granma".
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2014 - Degelo temporário
Em dezembro de 2014, os presidentes dos EUA, Barack Obama, e o de Cuba, Raúl Castro, anunciaram que retomariam as relações diplomáticas. Obama visitou Cuba em março de 2016. Haviam se passado 88 anos desde a última vez que um presidente americano viajara à ilha. EUA retirou Cuba da lista de terrorismo, dando início ao processo de retomada das relações diplomáticas.
Tantas vezes anunciada e desmentida, a morte do líder foi inicialmente recebida com desconfiança. Entretanto, em 25 de novembro de 2016, os bares fecharam mais cedo e as reuniões de amigos nas ruas se dispersaram com a notícia. Durante anos, Fidel Castro desmentiu rumores de sua morte com a publicação de fotografias ou artigos de opinião.
Foto: Getty Images
2018 – A sucessão
Depois de dez anos, Raúl Castro se retira do poder. Em 19 de abril, o Parlamento cubano elegerá um sucessor que, pela primeira vez em quase 60 anos, não leva o sobrenome Castro: o vice de Raúl, Miguel Díaz Canel. Entretanto, analistas julgam improvável que o curso político em Cuba se modifique logo.