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Curdos exaltam permanência de 200 soldados dos EUA na Síria

22 de fevereiro de 2019

Trump volta atrás na decisão de remover todas as tropas americanas do país árabe, o que deixaria vulneráveis as milícias curdas que combatem o EI e que temem retaliações da Turquia.

Combatentes da milícia curda Unidades de Proteção Popular (YPG) na Síria
Combatentes da milícia curda Unidades de Proteção Popular (YPG) na SíriaFoto: Getty images/A. Sik

A decisão dos Estados Unidos de manter um contingente de cerca de 200 soldados na Síria após a retirada da maior parte das tropas americanas do país foi vista como positiva pelas forças curdas que combatem os extremistas do "Estado Islâmico" (EI).

Em dezembro, o presidente dos EUA, Donald Trump, ordenou a retirada dos 2 mil soldados que o país mantém no território sírio, afirmando que o EI já tinha sido derrotado, ao mesmo tempo em que as forças sírias apoiadas pelos militares americanos continuavam a ofensiva final contra o grupo radical islâmico.

Trump, porém, enfrentou forte pressão de vários de seus conselheiros militares para que reavaliasse sua decisão para garantir a proteção das forças aliadas curdas. A iniciativa resultou no pedido de demissão do então secretário de Defesa da Casa Branca, Jim Mattis.

A decisão foi anunciada após um telefonema entre Trump e o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan. Um comunicado emitido pela Casa Branca afirma que os dois líderes concordaram em "continuar a coordenar a criação de uma potencial zona segura" na Síria.

"Avaliamos a decisão da Casa Branca como positiva. Poderá encorajar outros países na coalizão liderada pelos EUA a também manter suas forças na região" afirmou Abdel-Karim Omer, encarregado pelas relações externas das Forças Democráticas da Síria (SDF, na sigla em inglês), grupo apoiado pelas forças americanas que desempenha um papel fundamental no combate ao EI na Síria.

Omer vê a medida como necessária para evitar um ressurgimento do EI. "Também é um ótimo passo para confrontar as ameaças da Turquia de invadir a Síria, especialmente enquanto a crise síria não se resolve."

Ancara considera as milícias sírio-curdas como uma extensão do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), que acusa de promover uma insurgência em seu território. A Turquia chegou a realizar ataques contra forças curdas em pleno território sírio, em retaliação a atentados atribuídos a milícias infiltradas em seu território.

A Turquia, que almeja estabelecer a zona segura com apoio logístico dos aliados, não quer que esta tenha a presença da milícia curda Unidades de Proteção Popular (YPG), que é apoiada pelos americanos, mas considerada como um grupo terrorista pelos turcos.

Não foi esclarecido por quanto tempo os 200 soldados deverão permanecer na Síria ou em qual parte do país eles deverão ser estacionados.

Mas, a decisão dos EUA de deixar um reduzido contingente no país poderá fazer com que seus parceiros europeus enviem centenas de soldados para ajudar na criação e manutenção de uma potencial área segura no nordeste sírio. Até agora, os países da Europa relutam em enviar tropas à Síria, a não ser que haja garantias de que Washington mantenha seu firme comprometimento com a região.

RC/dpa/rtr

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