CureVac processa BioNTech por violação de patente em vacina
6 de julho de 2022
Empresa alemã diz que o imunizante contra covid-19 desenvolvido pela BioNTech, produzido em parceria com a Pfizer e de grande sucesso comercial, fere sua propriedade intelectual.
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A empresa alemã de biotecnologia CureVac anunciou nesta terça-feira (05/07) que entrou na Justiça contra a rival alemã BioNTech por uma suposta violação de patente no desenvolvimento da sua vacina contra a covid-19, que tem o nome Comirnaty e é produzida em parceria com a Pfizer.
Os dois laboratórios alemães utilizaram tecnologias de RNA mensageiro (mRNA) – que também tem outras potenciais finalidades – no desenvolvimento de seus imunizantes.
A CureVac acionou a BioNTech em um tribunal de Dusseldorf, na intenção de defender direitos de propriedade intelectual acumulados por "mais de duas décadas de trabalho pioneiro em tecnologia de mRNA".
Os pleiteantes alegam que seu portfólio de propriedade intelectual "protege múltiplas invenções que são consideradas essenciais" no desenvolvimento da vacina da BioNTech contra o coronavírus.
Isso, segundo a alegação, estaria associado à engenharia das moléculas de mRNA, incluindo modificações sequenciais para aumentar a sua estabilidade, além de formulações específicas dos imunizantes contra a covid-19.
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Pioneira do mRNA
A CureVac foi fundada há 22 anos pelo pioneiro da tecnologia de mRNA, Ingmar Hoerr. Desde então, vem patenteando tecnologias relacionadas ao seu "design, entrega e manufatura" que, segundo afirmam, "contribuíram materialmente para o desenvolvimento de vacinas seguras e eficazes contra a covid-19".
A empresa com sede em Tübingen afirma que, como a "pioneira mais antiga na tecnologia de mRNA", teve papel fundamental nas "décadas de pesquisa científica e inovação" por trás dos imunizantes.
O objetivo da CureVac é buscar o que considera ser compensações justas por parte da BioNTech, pelo que julga ser uma violação de patente. O valor pedido não foi divulgado.
A CureVac informou que não deve pedir um mandado judicial e não tem a intenção de "tomar medidas legais que impeçam a produção, comercialização ou distribuição" da vacina de grande sucesso da BioNTech.
Em nota, a BioNTech assegurou que respeita e valoriza diretos de propriedade intelectual e reafirma que seu trabalho é original e que irá "defendê-lo com vigor contra todas as alegações de violação de patente".
"Entretanto, estamos cientes que não é incomum que outras empresas dentro da indústria farmacêutica, após testemunharem o sucesso da Comirnaty, passem a sugerir que a vacina potencialmente infrinja seus direitos de propriedade intelectual", diz o comunicado.
Fracasso de sua própria vacina
As vacinas de mRNA provocam uma resposta imune ao inserir nas células humanas moléculas genéticas com o código de partes essenciais do patógeno. Essa tecnologia pode ser revolucionária na luta contra muitas doenças.
A farmacêutica americana Moderna também utiliza a tecnologia de mRNA em suas vacinas.
A CureVac, que no ano passado registrou resultados decepcionantes durante a última fase de testes de sua vacina de primeira geração contra o coronavírus, iniciou neste ano exames clínicos para a segunda geração de um novo imunizante contra a doença, em parceria com a farmacêutica britânica GSK.
rc/bl (AP, AFP)
Os 10 vírus mais perigosos do mundo
Embora a covid-19 seja muito contagiosa, sua taxa de mortalidade é relativamente baixa em comparação com esses dez vírus.
Foto: picture-alliance/dpa
Vírus de Marburg
O vírus mais perigoso do mundo é o Marburg. Ele leva o nome de uma pequena cidade alemã às margens do rio Lahn, onde o vírus foi documentado pela primeira vez. O Marburg provoca febre hemorrágica e, assim como o ebola, causa convulsões e sangramentos das mucosas, da pele e dos órgãos. A taxa de mortalidade do vírus chega a 88%.
Foto: Bernhard-Nocht-Institut
Ebola
O vírus do ebola foi descoberto em 1976 na República Democrática do Congo por uma equipe de pesquisadores belgas. A doença foi batizada com o nome do rio que passa pelo vilarejo onde ela foi identificada pela primeira vez. Ele pode ocorrer em cinco cepas distintas, denominadas de acordo com países e regiões na África: Zaire, Sudão, Bundibugyo, Reston, Floresta de Tai. A cepa Zaire é a mais fatal.
Foto: Reuters
Hantavírus
O hantavírus descreve uma ampla variedade de vírus. Assim como o ebola, ele também leva o nome de um rio – neste caso, onde soldados americanos foram os primeiros a se infectarem com a doença durante a Guerra da Coreia, em 1950. Os sinais são doenças pulmonares, febre e insuficiência renal.
Foto: REUTERS
Gripe aviária
Com uma taxa de mortalidade de 70%, o agente causador da gripe aviária espalhou medo durante meses. Mas o risco real de alguém se infectar com o vírus H5NI é muito baixo. Os seres humanos podem ser contaminados somente através do contato muito próximo com as aves. Por esse motivo, a maioria dos casos ocorre na Ásia, onde pessoas e galinhas às vezes vivem juntas em espaço pequeno.
Foto: AP
Febre de Lassa
Uma enfermeira na Nigéria foi a primeira pessoa a se infectar com o vírus Lassa. A doença é transmitida aos humanos através do contato com excrementos de roedores. A febre de Lassa ocorre de forma endêmica na África Ocidental, como é o caso, atualmente, mais uma vez na Nigéria. Pesquisadores acreditam que 15% dos roedores dali sejam portadores do vírus.
Foto: picture-alliance/dpa
Junin
O vírus Junin é associado à febre hemorrágica argentina. As pessoas infectadas apresentam inflamações nos tecidos, hemorragia e sépsis, uma inflamação geral do organismo. O problema é que os sintomas parecem ser tão comuns que a doença raramente é detectada ou identificada à primeira vista.
Crimeia-Congo
O vírus da febre hemorrágica Crimeia-Congo é transmitido por carrapatos. Ele é semelhante ao ebola e ao Marburg na forma como se desenvolve. Durante os primeiros dias de infecção, os doentes apresentam sangramentos na face, na boca e na faringe.
Foto: picture-alliance/dpa
Machupo
O vírus Machupo está associado à febre hemorrágica boliviana. A infecção causa febre alta, acompanhada de fortes sangramentos. Ele desenvolve-se de maneira semelhante ao vírus Junin. O Machupo pode ser transmitido de humano para humano, e é encontrado com frequência em roedores.
Foto: picture-alliance/dpa/Marks
Doença da floresta de Kyasanur
Cientistas descobriram o vírus da floresta de Kyasanur na costa sudoeste da Índia em 1955. Ele é transmitido por carrapatos, mas supõe-se que ratos, aves e suínos também possam ser hospedeiros. As pessoas infectadas apresentam febre alta, fortes dores de cabeça e musculares, que podem causar hemorragias.
Dengue
A dengue é uma ameaça constante. Transmitida pelo mosquito aedes aegypti, a doença afeta entre 50 e 100 milhões de pessoas por ano em todo o mundo. O vírus representa um problema para os dois bilhões de habitantes que vivem nas áreas ameaçadas, como Tailândia, Índia e Brasil.