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Dúvidas quanto a Trump pairam sobre Conferência de Munique

17 de fevereiro de 2017

Encontro internacional de segurança começa centrado nas incertezas que rodeiam a política externa americana. Na capital da Baviera, Pence fará seu primeiro discurso no exterior como vice-presidente.

 Conferência de Segurança de Munique
Entre participantes da CSM de 2017 estão mais de 45 ministros do Exterior e cerca de 30 ministros da Defesa Foto: Roman Gonsharenko

A Conferência de Segurança de Munique (CSM) começa nesta sexta-feira (17/02) centrada nas incertezas que rodeiam a política externa americana em relação a questões-chave, como a relação dos EUA com a Rússia e a postura do país quanto a Síria, Ucrânia, Irã e à aliança militar Otan.

"A eleição nos EUA trouxe uma situação de incerteza que não se via há décadas", afirmou o presidente da CSM, o alemão Wolfgang Ischinger. Ele disse acreditar que a conferência contribuirá para reduzir os "temores" suscitados pelo presidente Donald Trump.

Leia mais: Instabilidade é a maior desde a Segunda Guerra, afirma CSM

Neste ano, a conferência contará com a presença, entre outros, do vice-presidente dos EUA, Mike Pence, e do secretário de Defesa americano, James Mattis; da chanceler federal alemã, Angela Merkel; do secretário-geral da ONU, António Guterres; da chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini; e dos ministros do Exterior da China, Wang Yi; do Reino Unido, Boris Johnson; e da Rússia, Serguei Lavrov.

Mensagens contraditórias de Washington

Ischinger destacou a importância da presença de Pence, que deverá destacar no sábado pela manhã, em seu primeiro discurso no exterior desde que se tornou vice-presidente, os principais pontos da política externa americana.

"Todos nós esperamos que o vice-presidente americano dê uma declaração abordando todas essas questões sobre as quais temos perguntado nas últimas semanas: o que os EUA sob o comando de Trump realmente querem?", questionou Ischinger.

Ischinger: "A eleição nos EUA trouxe uma situação de incerteza que não se via há décadas"Foto: picture-alliance/dpa/A. Gebert

O presidente da CSM concorda que Washington tem emitido mensagens contraditórias nas últimas semanas, mas considera que o novo governo tentará transmitir em Munique uma "boa imagem", mais unificada.

Em relação à Otan, Ischinger considera que será benéfico no longo prazo para os europeus aumentarem seus orçamentos de defesa e, por isso, sua autonomia em matéria de segurança.

Para ele, este é o momento de a União Europeia avançar rumo a uma "União de Defesa", reforçar suas capacidades militares, cooperar em "treinamento, formação e manutenção" e acabar com o individualismo com o qual operam os 28 países-membros.

Crise na Síria e Ucrânia

A conferência colocará cara a cara Lavrov e o presidente ucraniano, Petro Poroshenko, sob a sombra do conflito entre governo e separatistas pró-Rússia na Ucrânia e das tensões entre os dois países desde a anexação da península da Crimeia.

É provável que a tensão também fique no ar no domingo pela manhã, quando o ministro da Defesa israelense, Avigdor Lieberman; o ministro do Exterior saudita, Adel al-Jubeir, e do Irã, Mohammad Javad Zarif, farão declarações e responderão a perguntas no mesmo palco.

Além de discursos, a CSM abrigará centenas de encontros bilaterais, aproveitando a presença de atores-chave do cenário mundial em Munique.

Além dos políticos acima citados, estarão presentes os presidentes do Afeganistão e da Polônia; os primeiros-ministros da Noruega, Iraque e Turquia; mais de 45 ministros do Exterior, cerca de 30 ministros da Defesa e 90 parlamentares.

FC/efe/ap/dw

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