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Düsseldorf, capital da moda

Laís Kalka3 de agosto de 2003

A metrópole alemã, cidade da top model Claudia Schiffer, sedia a maior feira de moda do mundo. Em duas edições anuais, a cpd woman.man apresenta as mais recentes tendências, atraindo compradores do mundo inteiro.

Foto: AP

Enquanto o consumidor alemão corre de loja em loja, em busca de pechinchas na liquidação final de verão, para completar seu guarda-roupa com peças da temporada que está chegando ao fim, os negociantes já pensam nos estoques para o ano que vem.

Duas vezes ao ano, o mundo às margens do Reno

Os diretores do setor de compras das grandes lojas, seja a Harrods de Londres, a El Corte Inglés de Madri, ou a Lane Crawford de Hong Kong, têm um único destino nestes próximos dias: Düsseldorf, onde se realiza a maior feira de moda do mundo, a cpd woman.man. De 3 a 5 de agosto, a metrópole às margens do Reno, que se tornou após a Segunda Guerra Mundial o maior centro de moda do país, transforma-se em sinônimo de fashion para os entendidos de todo o mundo.

Ao lado das coleções femininas e masculinas que poderão ser vistas em vitrinas pelo mundo afora, no início do ano que vem, a feira inclui, pela primeira vez, uma seção especializada em criações de moda esportiva, que conquista cada vez mais apreciadores.

Foto: AP

Promovida há 50 anos pela Igedo Company, a feira que só recentemente foi batizada de Collections Premieren Düsseldorf (cpd) realiza-se duas vezes ao ano, para apresentar a moda de outono-inverno e primavera-verão, respectivamente. A edição de fevereiro atraiu 62 mil visitantes de 46 países, dos quais 82% ocupavam postos importantes em suas empresas e tinham influência direta nas decisões sobre as encomendas a ser feitas.

Jovialidade x clima de depressão

Criações alegres, que transmitem uma certa "leveza do ser" — o que vale tanto para "ela" quanto para "ele" —, um quê de nostalgia — reminiscências de Audrey Hepburn e Humphrey Bogart —, a mistura de silhuetas talhadas com peças mais volumosas e, para a mulher que quiser estar na moda, um must — a cor vermelha: eis o que prometem as coleções para a primavera-verão de 2004.

Promissora para o consumidor é a promessa da associação alemã do comércio varejista de produtos têxteis de que as roupas não vão ficar mais caras no ano que vem. A situação de mercado para o setor não anda rósea, e os responsáveis chegaram à conclusão de que não existe margem para aumentos de preço. Até o final deste ano, a indústria do vestuário conta com um recuo de 1,2% no movimento, que deve perfazer 9,6 bilhões de euros.

Elegante não só em época de feira

Foto: AP

O prestígio de Düsseldorf como centro da moda na Alemanha começou em fins da década de 40 como resultado da Segunda Guerra Mundial. O bloqueio e a divisão de Berlim, sinônimo de elegância e glamour nas décadas de 20 e 30, fez com que muitos fabricantes de roupas trocassem as margens do Rio Spree pelas do Reno, mudando-se para a capital do Estado da Renânia do Norte-Vestfália.

Desde então, parte das atividades da cidade passou a girar em torno da moda, atraindo estilistas, ateliês, fabricantes, butiques e modelos. Centro e sinônimo do universo da elegância düsseldorfiano é uma rua que mal chega a ter um quilômetro de extensão e porta em seu nome o destino para a nobreza: a Königsallee — Alameda Real —, que todos chamam carinhosamente de .

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