Daniel Martins quebra recorde mundial e fatura ouro nos 400m
9 de setembro de 2016
Velocista domina prova na categoria T20, para deficientes intelectuais, e comprova sua soberania nessa distância. Há apenas três anos no atletismo, paulista detém a melhor marca e é também o atual campeão mundial.
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Daniel Martins dominou a prova dos 400m rasos na categoria T20, nesta sexta-feira (09/09), e conquistou a terceira medalha de ouro para o Brasil nos Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro. De quebra, o paulista baixou o recorde mundial – que já pertencia a ele – de 47s78 para 47s22.
Completaram o pódio, o venezuelano Luis Arturo Paiva, com o tempo de 47s83, e Gracelino Tavares Barbosa, de Cabo Verde, com 48s55.
Daniel tomou a frente na prova logo nos primeiro metros e não deu chances aos adversários. Com a liderança assegurada, ele começou a celebrar a medalha antes mesmo de cruzar a linha de chegada. Após a vitória, ele pegou uma bandeira do Brasil e deu a volta olímpica no Estádio do Engenhão.
"Foi muito legal, não dá para explicar essa sensação. Ainda não estou acreditando no que aconteceu. Meu técnico me ajudou muito, falou para eu ficar calmo e botar a cabeça no lugar. Agora é voltar aqui ao longo da semana para torcer pelos meus amigos. Ainda tem mais ouro para vir por aí. Se Deus quiser, a gente vai ouvir o Hino todos os dias", comemorou o brasileiro.
Daniel começou no atletismo apenas em 2013. Mas em tão pouco tempo, o paulista foi campeão no Mundial de Atletismo Pralímpico, em Doha, no Catar, em 2015; estabeleceu o recorde mundial nos 400m na categoria T20 (para deficientes intelectuais) e conquistou, em sua primeira Paralimpíada, a medalha de ouro. Sua deficiência foi constatada durante seu tempo de escola, quando começou a apresentar dificuldades de aprendizado.
PV/abr/ots
Dados e fatos sobre os Jogos Paralímpicos
Pouco mais de duas semanas após os Jogos Olímpicos, o Rio recebe a 15ª Paraolimpíada. Em alguns aspectos, a competição tem números ainda maiores do que as Olimpíadas. Os problemas, porém, são parecidos.
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Mais disputas por medalhas de ouro
Nos Jogos Olímpicos do Rio houve disputa por 306 medalhas de ouro em 17 dias. Já nos Paralímpicos, que vão até 18 de setembro, serão 528 disputas em 12 dias. Isso ocorre porque existem diferentes classificações funcionais dentro de cada esporte, dependendo do grau e tipo de deficiência. São disputadas 23 modalidades esportivas e, entre elas, pela primeira vez, estão a canoagem e triatlo.
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Novos recordes
No Rio estão presentes 4.350 atletas, número é 11 vezes maior que na estreia dos Paralímpicos de 1960, em Roma. Há um recorde também no número de delegações: 176 países. E mais um recorde será batido: o Comitê Paralímpico Internacional (IPC) prevê que 4 bilhões de telespectadores vão assistir aos jogos.
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Múltiplas classes podem confundir
Nos Paralímpicos, não é muito fácil ter uma visão geral de todas as modalidades. Isso porque existem dez classificações nas chamadas classes funcionais. Somente na corrida de 100 metros livres para homens, por exemplo, houve, nos Jogos de 2012, em Londres, 15 campeões paralímpicos. O detentor do recorde na classe T43 é o brasileiro duplo amputado Alan Oliveira, com sensacionais 10,57 segundos.
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Batalha técnica
Cada vez mais as Paralimpíadas se parecem com uma corrida armamentista. Pois os atletas paralímpicos precisam de muito mais equipamentos e suporte técnico que os olímpicos. São 18 toneladas de equipamentos, um total de 15 mil itens, como 1.100 pneus para cadeiras de rodas e 300 pés protéticos. Cem mecânicos de 31 países deverão receber, diariamente, 2 mil pedidos de consertos.
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A vantagem dos países ricos
Além do esporte para pessoas com deficiência nem sempre ser considerado igual em todas as nações, muitas federações nacionais não têm condições de comprar os equipamentos mais caros. É por isso, também, que atletas de países ricos conquistam o maior número de medalhas. A prótese do atleta de salto com vara alemão Markus Rehm, que detém o recorde mundial de 8,40 m, custa cerca de 8 mil euros.
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Falta de dinheiro
Os Jogos Paralímpicos também são caros para os anfitriões. O Brasil, que passa por uma crise econômica, teve que injetar cerca de 215 milhões de reais de recursos públicos no evento, já que o orçamento previsto não era suficiente. O número de voluntários, que era de 25 mil, foi reduzido significativamente. O presidente do IPC, Philip Craven, diz que este momento é o "pior" da história paralímpica.
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Arquibancadas vazias
Um motivo para o rombo no orçamento é a baixa venda de ingressos. Após o fim dos Jogos Olímpicos, o número de entradas vendidas era de apenas 300 mil. Uma campanha nas redes sociais, porém, fez o número saltar para 1,6 milhão na semana da abertura da Paralimpíada. Segundo o IPC, há ainda cerca de 1 milhão de ingressos disponíveis. A Paralimpíada também sofre o risco de ter arquibancadas vazias.
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Doping também nas Paralimpíadas
Karl Quade, chefe da delegação alemã, acredita no trabalho dos atletas, mas diz que "não pode colocar as mãos no fogo quando se trata de doping". Existe o doping físico e também de equipamentos esportivos ("doping tecnológico"). Alguns chegam a trapacear quanto à classe do tipo e grau de deficiência. Ao banir a Rússia por doping estatal, o IPC mostrou um claro sinal de que não tolera o doping.
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Anéis olímpicos?
Em muitos locais do Rio, os anéis olímpicos foram desmontados e substituídos por outra construção: os semiarcos chamados Agitos, o símbolo dos Jogos Paralímpicos. Em vez dos cinco anéis olímpicos, desde 2004 os três Agitos ("Eu movo", em latim) são os símbolos para a competição dos atletas paralímpicos.