Líder das pesquisas manteve os 28% das intenções de voto alcançados em levantamentos anteriores e segue em queda em simulações de segundo turno. Haddad sobe seis pontos percentuais e chega a 22%.
Anúncio
A pesquisa Datafolha confirmou nesta sexta-feira (28/09) a estagnação do candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL). O presidenciável manteve os 28% das intenções de voto alcançados em diversos levantamentos anteriores.
Bolsonaro segue na liderança da corrida eleitoral, mas sua vantagem para o segundo colocado está diminuindo. Fernando Haddad (PT) subiu seis pontos percentuais em relação à pesquisa anterior e chegou aos 22%, se consolidando na segunda colocação.
Em terceiro lugar, aparecem tecnicamente empatados Ciro Gomes (PDT), com 11%, e Geraldo Alckmin (PSDB), com 10%. Enquanto o tucano subiu um ponto percentual, o ex-governador do Ceará perdeu dois pontos percentuais.
Em seguida, aparece Marina Silva (Rede) que perdeu mais dois pontos percentuais e agora tem 5% dos votos. Logo depois dela aparece João Amoêdo (Novo), com os mesmos 3% das intenções.
Após esse grupo, seguem empatados com 2% das intenções de voto os candidatos Alvaro Dias (Podemos) e Henrique Meirelles (MDB). Já Guilherme Boulos (Psol), Vera Lúcia (PSTU) e Cabo Daciolo (Patriota) foram indicados por 1% dos eleitores entrevistados.
Os presidenciáveis João Goulart Filho (PPL) e Eymael (DC) não pontuaram na pesquisa, ou seja, atingiram menos de 1% das intenções.
Como não cair em "fake news"?
02:20
Os votos brancos ou nulos somaram 10%, ante os 12% da sondagem anterior. Além disso, os que não souberam ou não quiseram responder mantiveram os 5%.
O Datafolha também ouviu eleitores sobre possíveis cenários para o segundo turno. Em todas as simulações com Bolsonaro, o presidenciável perderia a disputa para os seus adversários.
Num segundo turno entre Ciro e o candidato do PSL, o presidenciável do PDT teria 48% dos votos, diante de 38% para o ex-militar. Em uma possível disputa isolada com Haddad, Bolsonaro teria 39% das intenções contra os 45% do ex-prefeito de São Paulo. Já contra Alckmin, o deputado aparece com 38% diante dos 45% do ex-governador.
Num embate entre Alckmin e Haddad, os dois candidatos seguem empatados com 39%. Numa disputa entre Ciro e o tucano, o presidenciável do PDT lidera com 45% dos votos contra 36% do ex-governador de São Paulo.
Já num segundo turno entre Ciro e Haddad, o primeiro aparece com 41% das intenções contra 35% do petista.
Além de líder da corrida presidencial, Bolsonaro continua em primeiro lugar isolado no ranking de candidatos em quem os eleitores não votariam de jeito nenhum. A rejeição do deputado subiu três pontos percentuais e alcançou 46%. Já Haddad tem 32%, Marina, 28%, Alckmin, 24%, e Ciro, 21%.
Em seguida vem Vera Lúcia Meirelles, com 18%, seguida por Boulos, Cabo Daciolo e Eymael, com 17%, Meirelles, com 16%, Alvaro Dias, com 15%, Amoêdo e João Goulart Filho, com 14%.
O Datafolha ouviu 9 mil eleitores em 343 cidades brasileiras. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos de cada resultado apurado. A pesquisa, encomendada pela Rede Globo e pela Folha de São Paulo, foi realizada entre 26 e 28 de setembro.
CN/ots
----------------
A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas. Siga-nos noFacebook | Twitter | YouTube | WhatsApp
1989: a primeira eleição direta da redemocratização
Os brasileiros voltaram a escolher diretamente um presidente depois de 27 anos. Um total de 22 candidatos se apresentou – até hoje um recorde. O pleito foi marcado por debates na TV e acusações de manipulação jornalística. Fernando Collor, filiado a um partido nanico, largou na frente ao se apresentar como “caçador de marajás”. No final, Collor derrotou o líder sindical Lula (PT) no 2° turno.
Foto: Radiobras/Roosewelt Pinheiro
1994: o início da era tucana
No início de 94, o pleito tinha um favorito: Lula. No entanto, alguns meses antes da eleição foi lançado o Plano Real, bem-sucedido em conter a inflação. A popularidade de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), um dos autores do plano, disparou. Lula, que havia criticado o real, afundou nas pesquisas. FHC acabou vencendo a eleição ainda no 1° turno. Era o início de oito anos de hegemonia do PSDB.
Foto: Acervo FHC
1998: a reeleição entra em cena
Em 1997, foi aprovada a emenda da reeleição– com denúncias de compra de votos –, abrindo caminho para FHC disputar mais um mandato. Mais uma vez seu adversário foi Lula, que indicou Leonel Brizola, seu antigo rival na esquerda, como vice. Durante a campanha, o governo omitiu que o real estava sobrevalorizado. FHC foi eleito no 1° turno. Depois da posse, o real sofreu uma desvalorização recorde.
Foto: Acervo FHC/Secretaria de Imprensa
2002: o início da hegemonia petista
Lula chegou à eleição com uma nova imagem: se comprometeu a apoiar o plano real, nomeou um empresário como vice e recorreu a marqueteiros. A estratégia para acalmar o mercado deu certo. Ciro Gomes chegou a despontar em segundo lugar, mas afundou após uma série de declarações que repercutiram mal. No final, Lula derrotou o candidato do governo FHC, José Serra, no segundo turno, com 61% dos votos.
Foto: Agência Brasil/M. Casal Jr.
2006: escândalos não impedem reeleição de Lula
Lula se candidatou novamente após a eclosão do escândalo do Mensalão. Parecia destinado a vencer no 1° turno, mas a prisão de assessores do PT na reta final abalou sua campanha. No 2° turno, os petistas contra-atacaram. Rotularam o tucano Geraldo Alckmin de privatista e de ser contra o Bolsa Família. Alckmin acabou recebendo menos votos no 2° turno do que na primeira rodada, e Lula foi reeleito.
Foto: Instituto Lula/R. Stuckert
2010: a primeira presidente mulher
Com alto índice de popularidade, Lula apresentou Dilma Rousseff como candidata à sucessão. Os tucanos voltaram a lançar José Serra, e a ex-ministra Marina Silva disputou pela primeira vez. A campanha de Serra tentou encurralar Dilma ao acusá-la de ser favorável ao aborto. No final, pesou a popularidade de Lula, e a petista ganhou no 2° turno, se tornando a primeira mulher a chegar à Presidência.
Foto: Agência Brasil/W. Dias
2014: a campanha mais cara e acirrada
Nova polarização entre PSDB e PT: Dilma disputou um novo mandato com Aécio Neves. Após a morte de Eduardo Campos (PSB), Marina Silva entrou na corrida, mas desabou nas pesquisas após ataques do PT. Dilma foi reeleita com apenas 3,28 pontos percentuais a mais que Aécio no 2° turno. A petista e o tucano gastaram R$ 570 milhões - com muitas doações de empresas acusadas de corrupção na Lava Jato.
Foto: Reuters/R. Moraes
2018: polarização entre PT e Bolsonaro
Após uma campanha que acirrou ânimos e dividiu o país, Jair Bolsonaro (PSL) foi eleito com 55,13% dos votos, contra 44,87% de Fernando Haddad (PT). A vitória do ex-capitão defensor do regime militar marcou a volta da extrema direita brasileira ao poder e representou um fracasso para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que nesse pleito estava preso por corrupção e impedido de se candidatar.
Foto: Reuters/P. Whitaker/N. Doce
2022: inédita disputa entre presidente e ex-presidente
Os candidatos mais bem posicionados nas pesquisas são o presidente Jair Bolsonaro (PL), que disputa reeleição, e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que recuperou os direitos políticos. Bolsonaro ampliou benefícios sociais às vésperas da campanha e vem questionando o sistema eleitoral. Já Lula busca aliança ampla contra extrema direita e capitalizar sua experiência anterior no governo.