Datafolha e Ipec indicam que Lula tem vantagem de 14 pontos
1 de outubro de 2022
Na véspera do primeiro turno, candidato do PT registra 50% dos votos válidos no Datafolha e 51% no Ipec. Jair Bolsonaro registra entre 36% e 37%.
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Os institutos Datafolha e Ipec divulgaram neste sábado (01/10) as últimas rodadas das pesquisas de intenção de voto para presidente no primeiro turno.
As duas pesquisas mostram um cenário persistente de estabilidade e não é possível apontar com precisão se a eleição poderá ser decidida ainda no primeiro turno.
Para vencer no primeiro turno, o candidato precisa de 50% dos votos válidos mais um. Lula registra entre 50% e 51% nas duas pesquisas, mas, por causa da margem de erro de 2 pontos, os percentuais ainda podem variar.
Além disso, outros fatores, como a abstenção, ainda podem influenciar o resultado.
Datafolha (Votos válidos):
Luiz Inácio Lula da Silva (PT): 50% (tinha 50% na pesquisa anterior)
Jair Bolsonaro (PL): 36% (36% na pesquisa anterior)
Simone Tebet (MDB): 6% (5% na pesquisa anterior)
Ciro Gomes (PDT): 5% (6% na pesquisa anterior)
Soraya Thronicke (União Brasil): 1% (1% na pesquisa anterior)
Ipec (Votos válidos):
Luiz Inácio Lula da Silva (PT): 51% (tinha 52% na pesquisa anterior)
Jair Bolsonaro (PL): 37% (34% na pesquisa anterior)
Ciro Gomes (PDT): 5% (6% na pesquisa anterior)
Simone Tebet (MDB): 5% (5% na pesquisa anterior)
Soraya Thronicke (União Brasil): 1% (1% na pesquisa anterior)
Felipe d'Avila (Novo): 1% (1% na pesquisa anterior)
Segundo turno:
Datafolha (Votos válidos):
Luiz Inácio Lula da Silva (PT): 54% (54% na pesquisa anterior)
Jair Bolsonaro (PL): 38% (39% na pesquisa anterior)
Na pesquisa Datafolha, foram entrevistadas 12.800 pessoas, em 310 cidades.
Ipec (Votos válidos):
Luiz Inácio Lula da Silva (PT): 51% (54% na pesquisa anterior)
Jair Bolsonaro (PL): 37% (35% na pesquisa anterior)
Na pesquisa Ipec, foram entrevistadas 3.008 pessoas, entre os dias 29 de setembro e 1º de outubro, em 183 municípios.
Outros destaques das pesquisas:
Datafolha:
Ciro Gomes (PDT) oscilou negativamente um ponto na pesquisa e foi ultrapassado por Simone Tebet (MDB) na disputa pelo terceiro lugar. O pedestista registrou 5%, enquanto a candidata do MDB oscilou positivamente um ponto para cima e tem agora 6%.
Jair Bolsonaro (PL) continua sendo o campeão de rejeição. Segundo o Datafolha, 52% afirmaram que não votariam no presidente de jeito nenhum. Lula aparece em seguida, com 40%.
Na véspera do primeiro turno, 87% dos eleitores se dizem totalmente decididos sobre seu voto, enquanto 13% afirmam que podem mudar.
Ipec:
Ciro Gomes (PDT) oscilou negativamente um ponto na pesquisa e agora está empatado com Simone Tebet (MDB). Ambos aparecem com 5%.
jps (ots)
A história das eleições presidenciais no Brasil
A história das eleições presidenciais no Brasil
Foto: Adriano Machado/REUTERS/Nelson Almeida/AFP
1989: a primeira eleição direta da redemocratização
Os brasileiros voltaram a escolher diretamente um presidente depois de 27 anos. Um total de 22 candidatos se apresentou – até hoje um recorde. O pleito foi marcado por debates na TV e acusações de manipulação jornalística. Fernando Collor, filiado a um partido nanico, largou na frente ao se apresentar como “caçador de marajás”. No final, Collor derrotou o líder sindical Lula (PT) no 2° turno.
Foto: Radiobras/Roosewelt Pinheiro
1994: o início da era tucana
No início de 94, o pleito tinha um favorito: Lula. No entanto, alguns meses antes da eleição foi lançado o Plano Real, bem-sucedido em conter a inflação. A popularidade de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), um dos autores do plano, disparou. Lula, que havia criticado o real, afundou nas pesquisas. FHC acabou vencendo a eleição ainda no 1° turno. Era o início de oito anos de hegemonia do PSDB.
Foto: Acervo FHC
1998: a reeleição entra em cena
Em 1997, foi aprovada a emenda da reeleição– com denúncias de compra de votos –, abrindo caminho para FHC disputar mais um mandato. Mais uma vez seu adversário foi Lula, que indicou Leonel Brizola, seu antigo rival na esquerda, como vice. Durante a campanha, o governo omitiu que o real estava sobrevalorizado. FHC foi eleito no 1° turno. Depois da posse, o real sofreu uma desvalorização recorde.
Foto: Acervo FHC/Secretaria de Imprensa
2002: o início da hegemonia petista
Lula chegou à eleição com uma nova imagem: se comprometeu a apoiar o plano real, nomeou um empresário como vice e recorreu a marqueteiros. A estratégia para acalmar o mercado deu certo. Ciro Gomes chegou a despontar em segundo lugar, mas afundou após uma série de declarações que repercutiram mal. No final, Lula derrotou o candidato do governo FHC, José Serra, no segundo turno, com 61% dos votos.
Foto: Agência Brasil/M. Casal Jr.
2006: escândalos não impedem reeleição de Lula
Lula se candidatou novamente após a eclosão do escândalo do Mensalão. Parecia destinado a vencer no 1° turno, mas a prisão de assessores do PT na reta final abalou sua campanha. No 2° turno, os petistas contra-atacaram. Rotularam o tucano Geraldo Alckmin de privatista e de ser contra o Bolsa Família. Alckmin acabou recebendo menos votos no 2° turno do que na primeira rodada, e Lula foi reeleito.
Foto: Instituto Lula/R. Stuckert
2010: a primeira presidente mulher
Com alto índice de popularidade, Lula apresentou Dilma Rousseff como candidata à sucessão. Os tucanos voltaram a lançar José Serra, e a ex-ministra Marina Silva disputou pela primeira vez. A campanha de Serra tentou encurralar Dilma ao acusá-la de ser favorável ao aborto. No final, pesou a popularidade de Lula, e a petista ganhou no 2° turno, se tornando a primeira mulher a chegar à Presidência.
Foto: Agência Brasil/W. Dias
2014: a campanha mais cara e acirrada
Nova polarização entre PSDB e PT: Dilma disputou um novo mandato com Aécio Neves. Após a morte de Eduardo Campos (PSB), Marina Silva entrou na corrida, mas desabou nas pesquisas após ataques do PT. Dilma foi reeleita com apenas 3,28 pontos percentuais a mais que Aécio no 2° turno. A petista e o tucano gastaram R$ 570 milhões - com muitas doações de empresas acusadas de corrupção na Lava Jato.
Foto: Reuters/R. Moraes
2018: polarização entre PT e Bolsonaro
Após uma campanha que acirrou ânimos e dividiu o país, Jair Bolsonaro (PSL) foi eleito com 55,13% dos votos, contra 44,87% de Fernando Haddad (PT). A vitória do ex-capitão defensor do regime militar marcou a volta da extrema direita brasileira ao poder e representou um fracasso para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que nesse pleito estava preso por corrupção e impedido de se candidatar.
Foto: Reuters/P. Whitaker/N. Doce
2022: inédita disputa entre presidente e ex-presidente
Os candidatos mais bem posicionados nas pesquisas são o presidente Jair Bolsonaro (PL), que disputa reeleição, e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que recuperou os direitos políticos. Bolsonaro ampliou benefícios sociais às vésperas da campanha e vem questionando o sistema eleitoral. Já Lula busca aliança ampla contra extrema direita e capitalizar sua experiência anterior no governo.