Datafolha: Lula mantém 14 pontos de vantagem sobre Bolsonaro
29 de setembro de 2022
A três dias das eleições, candidato do PT mantém chances de vencer no primeiro turno. Pesquisa aponta que Lula tem 50% das intenções de votos válidos, contra 36% de Bolsonaro.
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A três dias do pleito presidencial, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) registrou 14 pontos de vantagem nos votos válidos sobre o presidente Jair Bolsonaro na nova pesquisa Datafolha divulgada nesta quinta-feira (29/09).
Segundo o levantamento, Lula aparece com 50% dos votos válidos - o que indica que ele tem uma chance de ganhar no primeiro turno. Jair Bolsonaro (PL), por sua vez, registrou 36%.
Na última sondagem do instituto, divulgada em 22 de setembro, Lula já havia somado 50% das intenções de voto válidos. Bolsonaro, por sua vez oscilou um ponto para cima, tendo registrado 35% na pesquisa anterior.
Nos votos totais, que incluem brancos e nulos, registrou 48% no novo levantamento - foram 47% no levantamento anterior. Bolsonaro, por sua vez, registrou 34% dos votos totais, também oscilando um ponto para cima - eram 33% na pesquisa da semana passada. Eleitores indecisos somam 2%, enquanto brancos e nulos representam 3%.
O levantamento desta quinta-feira ainda mostrou que Ciro Gomes (PDT) oscilou negativamente de 7% para 6% nos votos válidos. Simone Tebet (MDB) ficou com os mesmos 5%. Soraya Thronicke (União Brasil) registrou 1%, oscilando negativamente de 2% na pesquisa anterior.
Felipe D'Ávila (Novo), Sofia Manzano (PCB), Vera Lúcia (PSTU), Leo Péricles (UP), Constituinte Eymael (DC) e Padre Kelmon (PTB) não pontuaram.
Lula venceria em eventual segundo turno
No caso de um eventual segundo turno, o petista aparece novamente como favorito na disputa direta com o atual presidente. Segundo o Datafolha, Lula venceria com 54% dos votos, contra 39% de Bolsonaro.
A pesquisa ouviu 6.800 eleitores em 332 municípios entre os dias 27 e 29 de setembro. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
A nova sondagem do Datafolha foi divulgada três dias após um levantamento do Ipec mostrar um cenário similar, também indicando ampla vantagem de Lula sobre Bolsonaro. Na pesquisa Ipec, o petista apareceu com 52% das intenções de votos válidos, contra 35% do atual presidente.
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Alta rejeição
A pesquisa Datafolha desta quinta-feira ainda apontou que Bolsonaro continua a liderar o ranking de rejeição dos principais candidatos. Segundo o Datafolha, 52% dos eleitores afirmaram que não votariam no presidente de jeito nenhum. Outros 39% apontaram que não votariam em Lula.
O levantamento ainda questionou os entrevistados sobre como eles avaliam o governo Bolsonaro: 44% afirmaram considerar a administração ruim ou péssima e 31% avaliaram como positiva. Outros 24% disseram ser regular.
Eleitores decididos
Ainda segundo o Datafolha, 85% dos eleitores brasileiros afirmam estar decididos em quem irão votar no próximo domingo. Os que afirmam que ainda podem mudar de voto são 15%.
Entre os eleitores de Lula, 91% dizem que a decisão de votar no petista é final. Nos que apontaram que vão votar em Bolsonaro, o percentual é 89%.
Os eleitores de Ciro Gomes e de Simone Tebet são os menos decididos sobre seu voto. Entre os eleitores do pedetista, 46% afirmam que ainda podem mudar de voto. O percentual de Tebet é de 38%.
jps/le (ots)
A história das eleições presidenciais no Brasil
A história das eleições presidenciais no Brasil
Foto: Adriano Machado/REUTERS/Nelson Almeida/AFP
1989: a primeira eleição direta da redemocratização
Os brasileiros voltaram a escolher diretamente um presidente depois de 27 anos. Um total de 22 candidatos se apresentou – até hoje um recorde. O pleito foi marcado por debates na TV e acusações de manipulação jornalística. Fernando Collor, filiado a um partido nanico, largou na frente ao se apresentar como “caçador de marajás”. No final, Collor derrotou o líder sindical Lula (PT) no 2° turno.
Foto: Radiobras/Roosewelt Pinheiro
1994: o início da era tucana
No início de 94, o pleito tinha um favorito: Lula. No entanto, alguns meses antes da eleição foi lançado o Plano Real, bem-sucedido em conter a inflação. A popularidade de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), um dos autores do plano, disparou. Lula, que havia criticado o real, afundou nas pesquisas. FHC acabou vencendo a eleição ainda no 1° turno. Era o início de oito anos de hegemonia do PSDB.
Foto: Acervo FHC
1998: a reeleição entra em cena
Em 1997, foi aprovada a emenda da reeleição– com denúncias de compra de votos –, abrindo caminho para FHC disputar mais um mandato. Mais uma vez seu adversário foi Lula, que indicou Leonel Brizola, seu antigo rival na esquerda, como vice. Durante a campanha, o governo omitiu que o real estava sobrevalorizado. FHC foi eleito no 1° turno. Depois da posse, o real sofreu uma desvalorização recorde.
Foto: Acervo FHC/Secretaria de Imprensa
2002: o início da hegemonia petista
Lula chegou à eleição com uma nova imagem: se comprometeu a apoiar o plano real, nomeou um empresário como vice e recorreu a marqueteiros. A estratégia para acalmar o mercado deu certo. Ciro Gomes chegou a despontar em segundo lugar, mas afundou após uma série de declarações que repercutiram mal. No final, Lula derrotou o candidato do governo FHC, José Serra, no segundo turno, com 61% dos votos.
Foto: Agência Brasil/M. Casal Jr.
2006: escândalos não impedem reeleição de Lula
Lula se candidatou novamente após a eclosão do escândalo do Mensalão. Parecia destinado a vencer no 1° turno, mas a prisão de assessores do PT na reta final abalou sua campanha. No 2° turno, os petistas contra-atacaram. Rotularam o tucano Geraldo Alckmin de privatista e de ser contra o Bolsa Família. Alckmin acabou recebendo menos votos no 2° turno do que na primeira rodada, e Lula foi reeleito.
Foto: Instituto Lula/R. Stuckert
2010: a primeira presidente mulher
Com alto índice de popularidade, Lula apresentou Dilma Rousseff como candidata à sucessão. Os tucanos voltaram a lançar José Serra, e a ex-ministra Marina Silva disputou pela primeira vez. A campanha de Serra tentou encurralar Dilma ao acusá-la de ser favorável ao aborto. No final, pesou a popularidade de Lula, e a petista ganhou no 2° turno, se tornando a primeira mulher a chegar à Presidência.
Foto: Agência Brasil/W. Dias
2014: a campanha mais cara e acirrada
Nova polarização entre PSDB e PT: Dilma disputou um novo mandato com Aécio Neves. Após a morte de Eduardo Campos (PSB), Marina Silva entrou na corrida, mas desabou nas pesquisas após ataques do PT. Dilma foi reeleita com apenas 3,28 pontos percentuais a mais que Aécio no 2° turno. A petista e o tucano gastaram R$ 570 milhões - com muitas doações de empresas acusadas de corrupção na Lava Jato.
Foto: Reuters/R. Moraes
2018: polarização entre PT e Bolsonaro
Após uma campanha que acirrou ânimos e dividiu o país, Jair Bolsonaro (PSL) foi eleito com 55,13% dos votos, contra 44,87% de Fernando Haddad (PT). A vitória do ex-capitão defensor do regime militar marcou a volta da extrema direita brasileira ao poder e representou um fracasso para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que nesse pleito estava preso por corrupção e impedido de se candidatar.
Foto: Reuters/P. Whitaker/N. Doce
2022: inédita disputa entre presidente e ex-presidente
Os candidatos mais bem posicionados nas pesquisas são o presidente Jair Bolsonaro (PL), que disputa reeleição, e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que recuperou os direitos políticos. Bolsonaro ampliou benefícios sociais às vésperas da campanha e vem questionando o sistema eleitoral. Já Lula busca aliança ampla contra extrema direita e capitalizar sua experiência anterior no governo.