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Entrevista

28 de janeiro de 2011

Presidente da Deutsche Telekom, René Obermann, está entre os 1.400 top managers do Fórum Econômico Mundial em Davos este ano. Ele falou à Deutsche Welle sobre suas impressões a respeito do encontro.

René Obermann, presidente da Deutsche TelekomFoto: Deutsche Telekom AG

Deutsche Welle: Normalmente o senhor é visto de terno e gravata, parecendo tenso e concentrado. Mas aqui em Davos dá a impressão de estar bem relaxado. Qual é o motivo para isso?

René Obermann: O maravilhoso clima de inverno aqui, no momento, e a natureza informal de Davos promovem uma atmosfera descontraída. Mas não se iluda: a minha programação aqui é bastante apertada. Davos oferece a oportunidade de tirar o melhor proveito dos dias aqui. Essa atmosfera relaxada também propicia a troca de ideias em um ambiente, mesmo com as pessoas com que normalmente se fala de modo mais formal.

Mesmo assim, como o senhor mesmo disse, os negócios não são deixados de lado. Também fecham-se acordos aqui – especialmente na sua posição como presidente da maior empresa de telecomunicações da Europa?

Com certeza. Negócios concretos fazem parte das 30 a 40 reuniões que tenho aqui nesses três dias. Mas para mim é igualmente importante ouvir opiniões qualificadas e trocar ideias sobre política, ciência e economia, sobre desenvolvimento, sobre tendências, oportunidades e também riscos. E esses encontros são tão intensivos quanto é possível ser.

O senhor definiu o encontro em Davos como "Facebook do mundo real". É mesmo assim?

Sim, é assim que eu percebo. Você encontra todas as pessoas com as quais gostaria de trocar ideias em uma pequena sala. É como por um toque de botão: você pode sair pela porta para conversar com alguém, e dez minutos mais tarde vem o próximo interlocutor. Funciona bem como no Facebook.

Fala-se muito de um remanejamento dos pesos na economia mundial, com um papel crescente de países emergentes como China e Índia. Como o senhor percebe essa mudança em seu setor?

A China tornou-se muito importante no nosso setor. E não apenas como fabricante de produtos eletrônicos desenvolvidos por outros, mas como um país inovador. Então temos que lidar com novos fornecedores, novas tecnologias. Precisamos mostrar que continuamos sendo um motor de inovação e que mantemos uma forte posição na padronização de processos entre Europa e Ásia e também entre Estados Unidos, Europa e Ásia. Esses são desafios que surgem a partir desse remanejamento de forças, no tocante a tecnologias de informação e telecomunicação. E precisamos nos posicionar nesse novo sistema.

O senhor já participou algumas vezes do encontro em Davos: percebe essa reorganização de forças aqui, a nova cara desse encontro? Há, de fato, mais chineses e indianos presentes?

Se você olhar só para os números, essa presença não cresceu tanto quanto se poderia imaginar; continua havendo muitos norte-americanos e europeus. Mas isso deve mudar nos próximos anos, disso eu tenho certeza.

Resumindo: para o senhor Davos vale a viagem, sem sombra de dúvida?

Sim: Davos, e o diálogo paralelo com políticos, cientistas e empresários, é muito importante para mim. Estou bem preparado e tenho muitas reuniões concretas aqui. Considero esta uma plataforma extremamente efetiva para levar a companhia adiante, e também para formar minhas próprias opiniões sobre temas importantes.

Entrevista: Henrik Böhme/Sabine Faber (ff)
Revisão: Augusto Valente

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