Degelo desacelera corrente oceânica vital para Antártida
6 de março de 2025
Corrente Circumpolar Antártica pode desacelerar em 20% até 2050, ameaçando seu papel como barreira contra espécies invasoras e a capacidade do oceano de reter carbono.
Corrente das Malvinas, um ramo da CCA, transporta fitoplâncton ao longo da costa sul-americana, com concentrações de clorofila variando de azul (baixa) a amarelo (alta).Foto: NASA
Anúncio
O derretimento das camadas de gelo da Antártida vai desacelerar a corrente oceânica mais forte do mundo, de acordo com uma pesquisade cientistas australianos e noruegueses, publicada nesta segunda-feira (03/03) e que alertou para consequências climáticas significativas na elevação do nível e aquecimento da água do mar, e nos ecossistemas.
Mais de quatro vezes mais forte que a Corrente do Golfo, a Corrente Circumpolar Antártica (CCA) forma uma parte crucial da Correia Transportadora Oceânica, que movimenta a água ao redor do planeta, ligando os oceanos Atlântico, Pacífico e Índico.
A CCA é o principal mecanismo de troca de calor, dióxido de carbono, produtos químicos e seres vivos entre essas bacias oceânicas, desempenhando um papel importante nos padrões climáticos globais.
Antártida: gelo pode derreter mais rápido do que pensávamos
03:38
This browser does not support the video element.
O derretimento das camadas de gelo despejaria grandes quantidades de água doce no oceano, mostra a modelagem feita pela pesquisa. Isso mudaria o teor salino dos mares, dificultando a circulação de água fria entre a superfície e as profundezas, e enfraquecendo a forte corrente oceânica que circunda a Antártida.
Consequências severas
O grupo de pesquisadores da Universidade de Melbourne, na Austrália, e do Centro de Pesquisa NORCE, da Noruega, mostrou que a CCA diminuirá em cerca de 20% até 2050 em um cenário de altas emissões de carbono, de acordo com um estudo já revisado por pares e publicado na revista Environmental Research Letters.
"O oceano é extremamente complexo e finamente equilibrado", disse o cientista Bishakhdatta Gayen, da Universidade de Melbourne. "Se esse 'motor' atual quebrar, pode haver consequências severas, incluindo mais variabilidade climática – com extremos maiores em certas regiões e aquecimento global acelerado devido à redução da capacidade do oceano de atuar como um sumidouro de carbono."
Os oceanos desempenham papéis vitais como reguladores climáticos e sumidouros de carbono (depósitos naturais, como os oceanos e as florestas, que absorvem e retêm dióxido de carbono). Águas mais frias podem absorver maiores quantidades de calor da atmosfera.
A CCA também funciona como uma barreira para espécies invasoras que poderiam chegar à Antártida. Se ela enfraquecer, há uma probabilidade maior de que tais espécies cheguem ao frágil continente antártico.
as (AFP, EFE, DPA)
Alemão tem nome para todas as águas
Assim como no português, a língua alemã é bastante rica quando se trata de definir as acumulações de água, paradas ou em movimento, sobre o nosso planeta. Em alguns casos, o idioma é bastante preciso.
Foto: picture-alliance/dpa
Água por todos os lados
Em alemão, a palavra "Gewässer" se aplica tanto às águas continentais ("Binnengewässer") quanto aos oceanos e mares ("Meere"). Há também as águas correntes ("Fliessgewässer") e águas paradas ("Stillgewässer"). E essas podem ser tanto naturais quanto artificiais, assumindo, conforme as suas especificidades, as mais diferentes denominações: "Bach", "Pfütze", "Tümpel", "Weiher", "See"...
Foto: picture-alliance/dpa
"Bach" não só tem a ver com música
As águas correntes ou "Fliessgewässer" podem ser feitas pelo homem ("Kanal") ou naturais, como os rios. Nesse caso, dependendo do tamanho, eles assumem diferentes nomes. Um deles é "Bach", que pode ser traduzido como regato, riacho, córrego. Em alemão, além do célebre compositor barroco, trata-se de um curso d'água que varia entre um e três metros de largura.
Foto: picture-alliance/presse-bild-poss/O. Poss
"Der Amazonas", mas "die Seine"
Em alemão, geralmente, o nome de grandes rios é masculino: "Der Amazonas" para o rio Amazonas, "der Nil" para o Nilo, "der Rhein" para o Reno. Rios menores usam, em geral, o artigo feminino: "die Ruhr" para o rio Ruhr, "die Mosel" para o rio Mosela. Mas já o Danúbio, o Elba e o Sena, respectivamente "Donau", "Elbe" e "Seine" são femininos na língua germânica. Na foto, vê-se o rio Amazonas.
Foto: picture-alliance/dpa/M. Brandt
Águas paradas, temporárias e perenes
Entre as "Stillgewässer", uma "Pfütze" pode ser traduzida como poça. Trata-se da menor forma de água parada que se forma sobre um terreno, por exemplo, depois das chuvas, vindo a secar depois de alguns dias ou horas. O seu caráter provisório e aleatório a diferencia de um "parente" próximo, maior e perene. Na foto: uma poça em frente ao Palácio de Schwerin, no leste alemão.
Foto: picture-alliance/dpa/J. Büttner
"Tümpel" não é "Pfütze"
"Tümpel" e "Pfütze" são acumulações de água com menos de um hectare de área. A diferença é que "Tümpel", às vezes traduzido como charco, tem a característica de secar só periodicamente. Eles têm certa perenidade e surgem de forma natural, entre outros, durante o derretimento da neve na primavera, depois de fortes chuvas, no caso de enchentes ou quando águas subterrâneas vêm à superfície.
Foto: picture-alliance/dpa/P. Pleul
"Weiher" vem do latim
A palavra "Weiher" vem do latim "vivarium" ou viveiro, um recipiente vivo para animais. Em alemão, o termo significa uma acumulação de água perene, surgida de forma natural e com pouca profundidade, algo como um pequeno lago, lagoa. Na língua coloquial, "Weiher" é confundido muitas vezes com "Teich", mas há uma diferença fundamental.
Foto: picture alliance/Reinhard Dirscherl
"Teich" não é natural
Entre as águas rasas e paradas, a diferença entre "Weiher" e "Teich" está em que os criou. "Teich" é um pequeno lago construído artificialmente com ao menos uma entrada e uma saída de água. Assim, se você pretende construir um laguinho no seu jardim, em alemão, ele se chamará "Teich". Um "Weiher" tem caráter natural. Mas ambos apresentam boas condições para o desenvolvimento de vegetação.
Foto: Landesverband Berlin des Deutschen Tierschutzbundes e.V.
Um artigo faz a diferença
No alemão, uma das palavras que podem confundir os aficionados da língua é "See": "die See", ou seja, com o artigo feminino "die" ou "a", significa oceano. Já "der See", com o artigo masculino "der" ou "o", quer dizer lago, mar continental. Nesse caso, um pequeno artigo faz uma grande diferença. Na foto, vê-se o "Gardasee" ou lago de Garda, no norte da Itália.
Foto: picture-alliance/chromorange/W. Thoma
E "Stausee"?
A palavra "Stausee", de "Stau = acúmulo, engarrafamento", e "See = lago", não é nada mais que uma represa, ou seja, bem maior que um "Teich". Tanto "Stausee" quanto "Teich" pertencem aos corpos de águas paradas surgidos artificialmente. A foto mostra a represa Kölnbrein, em Kärnten, na Áustria.
Foto: Imago/imagebroker
Mares fechados e abertos
Em alemão, "Meere" ou mares podem se dividir tanto em "Nebenmeere" (mares cercados por terra em parte ou na sua totalidade) quanto em oceanos ("Ozeane"). O "Mittelmeer" ou Mar Mediterrâneo é um "Nebenmeer" do Atlântico. Mas ele é também um "Binnenmeer" ou mar interior, já que é separado do oceano somente por um estreito. A foto mostra refugiados resgatados no Mediterrâneo.