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Atentado em Passau

Agências (rr)14 de dezembro de 2008

Policial esfaqueado passa bem, mas investigadores supõem ligação com a cena neonazista bávara. Caso reacendeu novamente o debate sobre a proibição do NPD na Alemanha. Políticos exigem conseqüências políticas.

Agressor tem cerca de 1,90 metro e cabeça raspadaFoto: PA/dpa

O delegado de polícia da cidade de Passau, na Baviera, foi vítima de um ataque a faca que o deixou seriamente ferido. Segundo a Secretaria Estadual do Interior bávara, Alois Mannichl, de 52 anos, foi submetido a uma cirurgia de emergência na madrugada deste domingo (14/12) e não mais se encontra em risco de vida. A lâmina de 12 cm o atingira dois centímetros abaixo do coração.

Segundo a polícia, o agressor, de aproximadamente 1,90 metro e cabeça raspada, tocou a campainha da casa do delegado no final da tarde de sábado. Quando este abriu a porta, ele o teria ameaçado e em seguida perfurado seu abdômen, para então fugir a bordo de um automóvel. Ainda não há certeza se o carro foi conduzido pelo próprio agressor ou por um cúmplice.

Alois Mannichl: fama de rigoroso contra neonazistasFoto: AP

Ato de vingança?

O procurador geral da República, Helmut Wach, caracterizou o crime como tentativa de homicídio e uma comissão especial de 20 pessoas deu início à investigação. De acordo com os investigadores, o agressor teria mandado "lembranças da resistência nacional", expressão típica de extremistas de direita na Alemanha. Mannichl é conhecido pela maneira conseqüente como combate o neonazismo em Passau, tendo se tornado alvo de ódio na cena local.

Além disso, o agressor teria gritado: "Seu policial porco de esquerda, nunca mais vai pisotear o túmulo de nossos camaradas". Para os investigadores, a frase pode ser uma referência a um episódio do verão europeu passado. Na época, policiais observaram que uma bandeira com a suástica havia sido jogada no túmulo durante o enterro de um extremista de direita morto aos 79 anos. O túmulo foi reaberto, a bandeira foi apreendida e um processo foi instaurado.

NPD: novo processo?

Como o presidente do Partido Nacional Democrático (NPD), de extrema direita, estava presente no enterro, o caso reacendeu o debate sobre a proibição do partido. Pois, segundo o secretário do Interior da Baviera, Joachim Herrmann, caso se comprove que a ação foi executada por neonazistas, se trataria de um novo nível de violência na região.

Secretário do Interior bávaro, Joachim Herrmann (e), fala à imprensaFoto: AP

"Esta foi uma tentativa de intimidar nossos policiais, que há anos combatem conseqüentemente tanto o extremismo de direita quanto o de esquerda. Não podemos permitir isso em nosso Estado de Direito", disse Herrmann.

De acordo com a secretária do Interior da Baviera, o número de crimes registrados relacionados ao extremismo de direita em Passau mais do que dobrou em comparação ao ano passado. Por enquanto, foram registrados 83 casos, enquanto em todo o ano de 2007 estes não passaram de 40.

A presidente do Partido Verde, Claudia Roth, exigiu que se tire consequências políticas do atentado. "Este atentado pérfido e brutal é um sinal de quão bem organizada e disposta a tudo é a extrema direita na Baviera", alertou. Para ela, o governo não pode relativizar os perigos da cena local. Roth cobra do governo estadual um amplo programa de combate à extrema direita.

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