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Austeridade à italiana

30 de junho de 2011

Seguindo o exemplo de outros países europeus, a Itália quer economizar 47 bilhões de euros nos próximos anos. Plano é considerado decisivo para que o país escape de uma crise de endividamento semelhante à da Grécia.

Governo de Berlusconi está sob pressão devido ao alto endividamento públicoFoto: dapd

Para não ser sugado pela crise de endividamento na Europa, o governo italiano planeja economizar nos próximos três anos e meio mais de 47 bilhões de euros. O objetivo é equilibrar o orçamento público e ganhar novamente a confiança dos mercados financeiros e da União Europeia (UE).

O gabinete do primeiro-ministro Silvio Berlusconi aprovou nesta quinta-feira (30/06) o novo programa de austeridade. As medidas, que ainda não foram detalhadas pelo governo, terão agora de passar pelo Parlamento, que tem 60 dias para se pronunciar sobre o pacote.

O objetivo é reduzir o deficit orçamentário italiano de 4,6% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2010 para 3,9% em 2011 e 0,2% em 2014. Ao lado de Irlanda, Portugal e Grécia, a Itália está entre os países da zona do euro tidos como candidatos à falência estatal.

Proporcionalmente ao Produto Interno Bruto (PIB), a Itália é o segundo país mais endividado do bloco europeu, atrás apenas da Grécia. Segundo projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI), a Itália terminará 2011 com uma dívida pública equivalente a 120,6% do PIB do país.

Medidas de economia

Segundo fontes governamentais, entre as medidas do pacote econômico está um novo imposto sobre transações financeiras. O governo em Roma pretende, futuramente, cobrar uma taxa de 0,15% sobre tais transações. Também está prevista a elevação da idade de aposentadoria e redução de gastos no setor de saúde, afirmou a agência Reuters.

A mídia italiana fala ainda de uma taxação maior para carros esportivos, da prorrogação do congelamento de contratações em empresas estatais e da redução dos salários dos ministros. Além disso, planeja-se também um combate mais duro aos crimes de sonegação fiscal.

A maior parte das medidas de economia se refere aos anos de 2013 e 2014. Para 2011 e 2012, já foram aprovados cortes no valor de 25 bilhões de euros. O ministro italiano das Finanças, Giulio Tremonti, disse que o novo pacote econômico é "sério e responsável", como também "de interesse da Itália e dos italianos". Há poucos dias, o presidente do grupo de países da zona do euro, Jean-Claude Trichet, advertira de que a crise do euro também poderia se expandir para a Itália.

Controle de dívidas

Altas dívidas, deficits estruturais e pouco crescimento tornam a Itália vulnerável nos mercados financeiros. Devido ao plano de austeridade econômica, o país está sendo observado atentamente pelas agências de classificação de risco. O plano é visto como decisivo para o país escapar de uma crise de endividamento semelhante à da Grécia. A agência de rating Moody's ameaçou rebaixar a notação de crédito da Itália, e a Standard & Poor's também vê a situação financeira do país com ceticismo.

A oposição italiana criticou o programa econômico como uma farsa, porque a parte mais importante das medidas não está prevista para ser implementada até o início de 2013, quando termina o atual período legislativo.

As novas medidas deverão, principalmente, colocar ainda mais lenha na fogueira dos conflitos dentro da coalizão de governo na Itália. Como condição para apoiar as medidas, o partido Liga Norte, parceiro de coalizão de Berlusconi no governo em Roma, insiste na redução de impostos.

Até agora, Tremonti descartou estritamente a redução de encargos, com a justificativa de que, primeiramente, os italianos devem ter suas dívidas sob controle.

CA/dpa/dapd/rtr/afp
Revisão: Alexandre Schossler

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