Após séculos, causa da morte de Caravaggio é descoberta
18 de setembro de 2018
Pintor italiano passou os últimos quatro anos de sua vida fugindo após ter cometido um assassinato em 1606. Para esclarecer sua morte, pesquisadores franceses analisaram os dentes de Caravaggio.
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Uma infecção causada pela bactéria Staphylococcus aureus provocou a morte do pintor italiano Caravaggio em 1610, revelou um estudo divulgado nesta terça-feira (18/09). Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores do Instituto Hospital Universitário Méditerranée de Marselha, no sul da França, analisaram a polpa dos dentes do mestre.
"O assassino foi identificado: um Staphylococcus aureus”, afirmou o instituto no comunicado divulgado pelo jornal local La Provence.
O estudo contou com a colaboração de antropólogos italianos e do microbiologista Giuseppe Cornaglia. Os investigadores acreditam que Caravaggio contraiu a infecção devido a um ferimento causado por uma briga, que teria ocorrido entre um mês e 15 dias antes dos primeiros sintomas de febre aparecerem. A descoberta desfaz alguns dos mistérios em torno da morte do mestre.
Michelangelo Merisi da Caravaggio (1571-1610) foi um homem difícil e temperamental. O pintor passou os quatro últimos anos de sua vida em Nápoles, Malta e Sicília, depois de ter fugido de Roma sob a ameaça de prisão devido a uma acusação de assassinato.
Em 28 de maio de 1606, o autor de Flagelação de Cristo e David com a cabeça de Golias matou na capital italiana o procurador e mercenário Ranuccio Tomassoni, com quem duelou após uma briga causada por uma desavença num jogo.
Os ossos do pintor foram encontrados apenas em 2010, num antigo cemitério localizado em Porto Ercole, na região da Toscana. Depois de fazerem testes de DNA e carbono-14, os especialistas concluíram que os restos mortais seriam do artista com 85% de confiabilidade.
Caravaggio revolucionou a arte no século 17 com sua técnica que ficou conhecida como tenebrismo. Sua obra é caracterizada pelo uso melodramático de fortes contrastes de luz e sombra. O pintor morreu em Porto Ercole, em 1610, aos 38 anos.
CN/efe/afp/ots
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Há cem anos morria o pintor austríaco, cofundador e principal representante da Secessão Vienense. Motivo de escândalo em sua época, suas obras são hoje admiradas em todo o mundo.
Foto: picture-alliance/R. Hackenberg
Arte em vez de gravura
Gustav Klimt (1862-1918) deveria ter sido um gravador de ouro como seu pai, mas, depois de uma bolsa de estudos para a Escola de Artes Aplicadas de Viena, ele optou pela carreira de pintor. Inicialmente garantia seu sustento com pinturas de cortina e teto. Na foto, Klimt tinha 52 anos.
Foto: picture alliance/Imagno
Pintura de teto com querubim
Com o irmão Ernst e o colega Franz Matsch, Gustav Klimt montou a chamada "Künstlercompagnie" ou "companhia de artistas". Juntos, eles realizaram esta e outras pinturas de teto na Hermesvilla, um castelo que o imperador Francisco José 1° presenteou à imperatriz Sissi da Áustria. Não somente os aposentos particulares, mas também a sala de esportes estava adornada com obras da companhia de artistas.
Foto: picture-alliance/IMAGNO/Wien Museum
Mulheres escandalosas
Em 1894, Klimt realizou três pinturas de teto para a Universidade de Viena. Professores ficaram consternados com as representações da Jurisprudência, Filosofia e Medicina: as mulheres estariam "nuas e eróticas demais". Após longa disputa sobre a liberdade da arte, Klimt as comprou de volta em 1905. No fim da Segunda Guerra, elas foram destruídas num incêndio, restando apenas estas fotografias.
"O friso de Beethoven"
Em 1897, Klimt fundou com seus companheiros a Secessão Vienense, que rejeitava o estilo tradicional na arte. Mais uma vez, ele teve de fazer concessões ao público vienense conservador, cobrindo com ramos o órgão genital de seu Teseu no cartaz da primeira exposição da Secessão. Por mostrar pelos pubianos, também seu "Friso de Beethoven" foi motivo de escândalo em 1902.
Foto: picture-alliance/Rainer Hackenberg
Paisagens de veraneio
Menos conhecidas são as paisagens realizadas durante as férias de verão no lago Attersee, na região de Salzkammergut. Entre 1900 e 1916, o pintor viajou regularmente para lá, pintando ali a maioria dos seus cerca de 50 trabalhos paisagísticos. Um motivo recorrente foi o Palácio Kammer (foto). Por ocasião do 150º aniversário do artista, o Centro Gustav Klimt foi aberto no lago Attersee em 2012.
Foto: picture-alliance/akg-images
"Girassol"
Quando Klimt capturava a natureza na tela, ele não precisava de nenhum esboço. Seu "Girassol" foi realizado em 1907. Durante muito tempo, essa obra pertenceu ao colecionador de arte vienense Peter Parzer. Ele morreu em 2010 e deixou este e outros quadros para o Museu Belvedere, que possui 24 pinturas de Klimt.
Foto: picture-alliance/akg-images
Sonja Knips e uma abundância de tule
Além de paisagens e pinturas de teto, Gustav Klimt fez retratos com os quais ganhou bastante dinheiro. Um senhor da burguesia pagava nada menos que 20 mil coroas para que sua esposa fosse retratada. Pelo dobro, era possível na época comprar uma mansão mobiliada. "O retrato de Sonja Knips", de 1898, já indica como Klimt se dissociava do realismo de seus primeiros trabalhos.
Foto: AP
"O retrato de Adele"
Quando, em 1907, Klimt retratou Adele Bloch-Bauer, esposa de um comerciante de açúcar, seu cliente dificilmente poderia sonhar que, quase cem anos depois, o quadro seria vendido ao empresário americano Ronald Lauder pelo preço recorde de 135 milhões de dólares. Pouco antes, a pintura havia sido restituída aos herdeiros pela galeria austríaca Belvedere.
Gustav Klimt ganhou fama mundial com seu período dourado. A inspiração veio de uma viagem a Ravenna, onde pôde admirar os mosaicos dourados bizantinos das igrejas. "O beijo", de 1908, é certamente a obra mais importante dessa fase e é hoje uma das imagens mais reproduzidas da história da arte – em xícaras de café, gravatas ou bolsas de pano.
Foto: Belvedere Wien/Basiliscus Production
Klimt e as mulheres
"Dânae", uma figura da mitologia grega, era um popular motivo artístico por volta de 1900. Klimt também a imortalizou numa de suas pinturas mais famosas. Não se sabe, no entanto, se o pintor teve um relacionamento com sua modelo. Ele teve filhos com ao menos três mulheres. E também teve casos com algumas de suas clientes da alta burguesia. O artista nunca se casou.
Morte aos 55 anos
Embora suas obras tivessem grande aceitação entre a burguesia, o Ministério da Educação da época recusou quatro vezes a nomeação de Klimt como professor da Academia de Belas-Artes de Viena, da qual por fim se tornou um membro honorário em 1917. Depois de um acidente vascular cerebral, Klimt (na foto, em frente a seu ateliê) morreu em 6 de fevereiro de 1918.