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Câmara dos Deputados aprova legalização da maconha no Uruguai

1 de agosto de 2013

Projeto de lei depende agora da sanção do Senado. Consumo seria permitido apenas a cidadãos uruguaios. Mais da metade da população desaprova a proposta.

Foto: AP

Após 14 horas de debate, a Câmara dos Deputados do Uruguai sancionou nesta quarta-feira (31/07) um projeto de lei que pretende legalizar a maconha e entregar seu controle ao Estado. Para entrar em vigor, a medida depende agora apenas da aprovação do Senado.

O projeto foi aprovado na câmara com 50 votos a favor e 46 contra. Assim como ocorreu nos últimos meses com o aborto e o casamento homossexual, o bloco governista Frente Ampla (FA) conseguiu impor sua maioria parlamentar. Como o FA também tem maioria suficiente no Senado, analistas estimam que a lei entre em vigor até o final deste ano.

Segundo a proposta, o Estado assumirá o controle e a regulação desde a importação e exportação até o cultivo, o armazenamento e a comercialização da maconha. O governo disse que a regulação do mercado virá acompanhada de campanhas de educação, prevenção e tratamento.

Como o objetivo não é promover o chamado "turismo canábico", o consumo será permitido apenas aos cidadãos uruguaios. A lei prevê a criação de um registro de usuários, maiores de 18 anos, que poderão adquirir até 40 gramas mensais da droga para uso recreativo ou medicinal em farmácias autorizadas.

De acordo com a Junta Nacional de Drogas, 20% dos uruguaios entre 15 e 65 anos já consumiram maconha alguma vez na vida. Entretanto, 63% dos uruguaios opõem-se à proposta de legalização.

O presidente uruguaio, José Mujica, defende a despenalização e a regulação do comércio da maconha com o argumento de que isso enfraquecerá os cartéis e reduzirá a violência ligada às drogas. Um a cada três presos cumpre pena associada ao tráfico ilícito de narcóticos no país.

Com a aprovação da lei, o Uruguai assumiria a vanguarda da despenalização do cultivo de maconha na América Latina. Muitos países veem a medida com receio. Já personalidades como o Nobel de Literatura Mario Vargas Llosa e o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza, manifestaram aprovação. "Vale a pena testar", diz Insulza.

LPF/rtr/efe

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