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Eurodeputados pressionam UE a agir após morte de Marielle

15 de março de 2018

Bancada de esquerda do Parlamento Europeu condena assassinato da vereadora e pede que Bruxelas suspenda imediatamente as negociações comerciais com o Mercosul. Parlamentares fazem ato com cartazes em homenagem à carioca.

Deputados em Estrasburgo ergueram cartazes iguais aos dos protestos no Brasil
Deputados em Estrasburgo ergueram cartazes iguais aos dos protestos no BrasilFoto: picture alliance/dpa/Agencia Brazil/M. Camargo

Deputados da bancada de esquerda do Parlamento Europeu condenaram nesta quinta-feira (15/03) o assassinato da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco, do Psol, e pediram à União Europeia (UE) que, diante do caso, suspenda as negociações do acordo comercial com o Mercosul.

Em sessão na sede do Parlamento Europeu em Estrasburgo, na França, vários eurodeputados ergueram cartazes com a frase "Marielle presente, hoje e sempre" em homenagem à política carioca, morta a tiros dentro de um carro na noite de quarta-feira na região central do Rio.

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Em comunicado, a aliança Esquerda Unitária Europeia/Esquerda Nórdica Verde (GUE/NGL) expressou "indignação e tristeza" pela morte de Marielle, "uma defensora dos direitos humanos e dos direitos das mulheres e dos jovens". O grupo ainda denunciou a "militarização da sociedade brasileira pelo governo ilegítimo de Michel Temer sob o pretexto de combater a insegurança".

"Nós pedimos à Comissão Europeia que suspenda imediatamente as negociações de um acordo comercial com o Mercosul até que haja o fim da violência e da intimidação contra a oposição política e dos defensores dos direitos humanos", acrescentou a aliança, formada por 52 eurodeputados de 19 partidos políticos em 14 países europeus, incluindo a legenda alemã A Esquerda.

O grupo disse ainda estar "preocupado com a crescente repressão contra a população e os trabalhadores no Brasil", mencionando ataques contra o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e a "repressão violenta" contra uma manifestação de professores em São Paulo nesta quarta-feira, que resultou em vários feridos.

Marielle, feminista e ativista do movimento negroFoto: CMRJ/Renan Olaz

Os deputados do partido espanhol Podemos – integrante da GUE/NGL – também se pronunciaram sobre a morte de Marielle no Parlamento Europeu. A legenda enviou uma carta à Comissão Europeia exigindo que Bruxelas condene formalmente o assassinato e paralise as negociações comerciais com o Mercosul.

O documento, assinado pelo eurodeputado Miguel Urbán, foi enviado para a chefe da diplomacia da União Europeia, Federica Mogherini, e para a representação diplomática do Brasil no bloco.

Na carta, segundo a imprensa brasileira, Urbán afirma que o assassinato de Marielle foi "deliberado" e "tem a intenção de amedrontar os defensores dos direitos humanos", bem como "influenciar as campanhas eleitorais" que estão começando neste ano.

"Assistimos, mais uma vez, o assassinato de uma ativista feminista e defensora de direitos humanos, um crime que se produz no contexto de um aumento da violência no Brasil e no Rio de Janeiro", diz o texto, segundo o jornal O Estado de S. Paulo. Para Urbán, isso é "fruto de uma crise econômica e social e das políticas de austeridade" implementadas pelo governo do presidente Michel Temer.

Em declaração semelhante, Xavier Benito, também deputado do Podemos no Parlamento Europeu e vice-presidente da delegação para as negociações com o Mercosul, afirmou que as políticas do atual governo brasileiro são "responsáveis pelo aumento da desigualdade e da violência no país".

"Demonstramos nossa solidariedade às companheiras e companheiros, aos amigos e familiares de Marielle, e nós seguiremos defendendo no Parlamento Europeu o papel desempenhado por pessoas que, como ela, arriscam suas vidas nesta luta", acrescentou Benito.

Por sua vez, o eurodeputado português Francisco Assis, da Aliança Progressista dos Socialistas e Democratas, composta por 194 parlamentares europeus, pediu que o "chocante assassinato" seja "investigado até as últimas consequências, para que seja garantida a segurança das populações e dos ativistas que lutam pelos direitos humanos".

EK/efe/lusa/ots

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