Ao menos 22 pessoas morreram e outras 13 ficaram feridas em queda de prédio residencial em Mumbai. Causas do acidente ainda não foram esclarecidas. Esse é o segundo desabamento na cidade em menos de um mês.
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Ao menos 22 pessoas morreram e outras 13 ficaram feridas nesta quinta-feira (31/08) após o desabamento de um edifício residencial na cidade de Mumbai, no oeste da Índia. O prédio foi construído há 117 anos e tinha seis andares.
"As operações de resgate continuam e não sabemos quantas pessoas que estão sob os escombros", disse o assessor do comissário de polícia local, M.G.Pote.
O acidente aconteceu por volta das 8h30 (horário local). O edifício residencial veio abaixo na área de Bhendi Bazar, no centro da capital financeira indiana. Apesar de as autoridades não se terem pronunciado sobre as causas do acidente, boa parte de Mumbai encontra-se inundada devido às fortes chuvas que caíram nos últimos dias na região.
Imagens difundidas por emissoras locais de televisão mostram dezenas de integrantes das equipes de resgate removendo com as mãos os escombros, ajudados por pelo menos um guindaste de grandes dimensões.
"Houve um estrondo forte. Não pudemos ver nada devido à fumaça e poeira. Quando ela baixou, percebemos que era um desabamento”, contou Amina Sheikh, uma testemunha que mora na região.
O desabamento é o segundo na cidade em menos de um mês. Em julho, 17 pessoas morreram e outras 14 ficaram feridas depois que um edifício de quatro andares caiu na região de Ghatkopar, no leste da cidade.
Os desabamentos são frequentes na Índia devido ao estado precário das infraestruturas e à falta de manutenção, fatores alimentados pela corrupção e práticas ilegais que dominam o setor da construção no país.
CN/rtr/lusa/efe
Ganges, a morte de um rio sagrado
Para 1 bilhão de hindus, ele é um local sagrado, para 400 milhões de cidadãos, uma fonte de água. No entanto, apesar de décadas de avisos e iniciativas, a poluição do rio Ganges segue avançando.
Foto: Reuters/D. Siddiqui
Preces à "Mãe Ganges"
O Ganges flui por mais de 2.600 km, desde as montanhas do Himalaia até o Oceano Índico. O rio tem muitas faces: fonte de água potável, local de banhos, garantia de trabalho, sítio de peregrinação, deusa, cemitério. Todos os dias, milhares de hindus mergulham em suas águas para se lavar dos pecados. Muitos querem morrer nele. Nas margens, os fiéis oram regularmente à "Mãe Ganges".
Foto: Reuters/D. Siddiqui
Onde a água ainda é clara
Lokesh Sharma é um desses fiéis: o sacerdote de 19 anos mora na aldeia de Devprayang, nas montanhas do estado de Uttarakhand, onde os rios Bhagirathi e Alaknanda confluem para formar o Ganges. "Nunca pensei em ir embora e me estabelecer em outro lugar", diz ele. Devprayang é uma das poucas regiões onde as águas do Ganges ainda são claras.
Foto: Reuters/D. Siddiqui
Fator poluidor: ser humano
Em seu caminho através da Índia e Bangladesh, o Ganges passa tanto por lugarejos mínimos quanto por metrópoles. Em Kolkata, com seus 14 milhões de habitantes, a água do rio é turva. Ainda assim, é utilizada diariamente para se banhar, lavar roupa e escovar os dentes, o que contribuiu para elevar ainda mais a poluição.
Foto: Reuters/D. Siddiqui
Lixão sagrado
Em alguns trechos, a contaminação com substâncias tóxicas é tão alta que o banho representa perigo. Muitas pessoas, pequenas empresas e fábricas utilizam a via fluvial como depósito de lixo. Além disso, milhares de mortos são cremados anualmente e suas cinzas, lançadas ao rio. Embora o governo indiano tenha iniciado medidas de saneamento já em 1985, o processo de poluição continua avançando.
Foto: Reuters/D. Siddiqui
Esgotos perigosos
As águas usadas pelas indústrias e lançadas no rio representam um perigo para a saúde. Dos quase 5 milhões de litros de esgoto que vão parar diariamente no leito do Ganges, menos de um terço é tratado. Em Kampur, a indústria do couro canaliza substâncias químicas diretamente para o rio. Essa é a causa da espuma que se forma frequentemente em sua superfície.
Foto: Reuters/D. Siddiqui
Biodiversidade minguante
Num trecho próximo a Kampur, o Ganges está tão poluído que a água é avermelhada. O rio tem carência crônica de oxigênio, muitas espécies animais estão ameaçadas de extinção, e o estoque de peixes cai continuamente. Por exemplo, a população do golfinho-do-Ganges caiu de 5 mil, nos anos 1980, para os atuais 1.800, segundo dados da ONG ambientalista WWF.
Foto: Reuters/D. Siddiqui
Fracasso da política
A lenta morte do rio Ganges é conhecida há décadas, mas a política indiana pouco pôde fazer até hoje. O governo do primeiro-ministro Narendra Modi anunciou a construção de novas estações de tratamento, além da transferência de 400 fábricas situadas nas margens. No entanto, o cronograma da medida, orçada em 3 bilhões de dólares, não está sendo cumprido.