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Rival de Merkel é confirmado na chefia dos conservadores

22 de janeiro de 2022

Friedrich Merz sucede Armin Laschet, candidato derrotado nas eleições do ano passado. Associado à direita da CDU e crítico histórico do rumo moderado de Merkel, ele quer impulsionar modernização da sigla.

Friedrich Merz
Friedrich Merz quer modernizar a CDU, agora na oposiçãoFoto: Hannibal Hanschke/AP Photo/picture alliance

Friedrich Merz, associado à ala mais à direita da União Democrata Cristã (CDU) e um histórico rival interno da ex-chanceler Angela Merkel, foi ratificado neste sábado (22/01) pelos delegados do partido como o novo presidente da legenda, tendo obtido 94,62% dos votos.

Merz, de 66 anos, somou um total de 915 dos 983 votos computados, dos quais 16 foram abstenções. Ele sucede Armin Lachet, candidato conservador derrotado nas eleições parlamentares do ano passado.

O presidente eleito da CDU, visivelmente emocionado, disse estar "profundamente impressionado" com o resultado e agradeceu aos delegados, tanto os que votaram nele como os que não votaram.

Ele descreveu como “importante missão” e “grande mandato” assumir agora o trabalho na CDU “ao mesmo tempo, com força e coração”.

Merz também expressou seu apoio a Mario Czaja para assumir o cargo de novo secretário-geral, sucedendo Paul Ziemiak.

Na consulta às bases realizada em dezembro passado, Merz prevaleceu com 62,1% dos votos sobre seus dois adversários, o especialista em política externa Norbert Röttgen (26%) e o ex-chefe da Chancelaria e homem próximo a Merkel, Helge Braun (12%).

Modernização

Para Merz esta foi a terceira tentativa de chegar à chefia dos democrata-cristãos. No ano passado, ele perdeu para Armin Laschet e em 2018 foi a indicada de Merkel, Annegret Kramp-Karrenbauer, quem prevaleceu.

Tanto Kramp-Karrenbauer quanto Laschet eram defensores do curso político moderado de Angela Merkel, que Merz sempre criticou. Mas desde o fraco desempenho da CDU nas eleições para o Bundestag, o Parlamento alemão, em setembro de 2021, se não antes, Merz iniciou uma mudança de tom.

Ele assumiu novamente um assento como parlamentar no Bundestag após um período fora da política e agora parece disposto a embarcar em um curso de modernização de seu partido, que acaba de passar para a oposição.

Nas últimas semanas, Merz declarou repetidamente sua clara rejeição a qualquer cooperação entre seu partido e os ultradireitistas da Alternativa para a Alemanha (AfD).

E ele também se manifestou a favor de mudar a legislação para permitir que casais LGBTQ adotem crianças. Isso contradiz claramente as posições anteriores do político conservador.

A mensagem é clara: Merz quer reconquistar os jovens eleitores, muitos dos quais se voltaram para os liberais do Partido Liberal Democrático (FDP) e o ambientalista Partido Verde nas eleições gerais de setembro de 2021.

Experiência na oposição e disputa com Merkel

A União Democrata Cristã vinha sendo comandada desde janeiro pelo ex-governador da Renânia do Norte-Vestfália e ex-candidato à Chancelaria Federal Armin Laschet. Ele anunciou sua renúncia à liderança da CDU e ao governo estadual depois de conduzir o partido para seu pior resultado eleitoral em setembro, quando obteve apenas 24,1% dos votos.

O bloco conservador formado por CDU e União Social Cristã (CSU) foi derrotado por uma estreita margem pelos social-democratas do novo chanceler federal da Alemanha, Olaf Scholz. Após a vitória, o Partido Social-Democrata (SPD) acabou por formar um governo tripartidário numa coalizão que envolve ainda o Partido Verde e o Partido Liberal Democrático (FDP). 

Merz tem experiência como líder da oposição. Ele liderou o grupo de centro-direita no Bundestag de 2000 a 2002, quando acabou por perder uma queda de braço com Merkel dentro do partido.

O advogado corporativo deixou o Bundestag em 2009 e chefiou por anos o conselho de supervisão da filial alemã do gestor de investimentos BlackRock. Quando Merkel deixou a liderança da CDU, Merz voltou ao partido – e nas eleições de setembro retornou também ao Bundestag.

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