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Desastre de Mariana: governo assinará acordo com mineradoras

23 de outubro de 2024

Anúncio vem dois dias depois do início de julgamento em Londres, no qual 620 mil pessoas, 46 municípios e 1,5 mil empresas afetadas por rompimento de barragem pedem indenização bilionária.

A imagem mostra uma casa com marcas de lama devido ao rompimento de barragem em Mariana, no ano de 2015, que causou uma das maiores tragédias ambientais da história do Brasil.
Marcas da tragédia, que ocorreu em novembro de 2015, permanecem em cidades do inteiror de Minas GeraisFoto: Nádia Pontes/DW

Um acordo de reparação e compensação será assinado por autoridades federais e estaduais brasileiras com as mineradoras Vale, BHP e Samarco nesta sexta-feira (25/10), em Brasília, referente ao rompimento da barragem de Mariana, em Minas Gerais, em 2015. A informação foi divulgada pelo Planalto à agência de notícias Reuters nesta quarta-feira (23/10).

O acordo será oficializado em uma cerimônia que deverá contar com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a partir das 9h.

Na semana passada, as três empresas já haviam informado que o acordo deve chegar a um total de R$ 170 bilhões, com R$ 100 bilhões a serem pagos nos próximos 20 anos diretamente às autoridades públicas.

Há anos, Vale, BHP e Samarco buscam um acordo de compensação com autoridades brasileiras na esperança de que isso encerre as diversas ações judiciais que correm contra as mineradoras.

BHP Billiton sob julgamento em Londres

O acordo foi anunciado dois dias depois do início de um julgamento em Londres que busca reparação para brasileiros afetados pelos rejeitos de minério que vazaram da barragem. Eles demandam a responsabilização da mineradora anglo-australiana BHP Billiton pelo ocorrido. O júri deve durar até março de 2025.

Ao lado da brasileira Vale, a BHP é acionista igualitária da Samarco, que controlava a barragem quando o rompimento aconteceu, em 5 de novembro de 2015.

O caso, que tramita na justiça britânica desde 2018, é movido por 620 mil pessoas, 46 municípios e 1,5 mil empresas afetadas no Brasil, que pedem uma indenização de R$ 230 bilhões, numa das maiores ações coletivas da história. Entre os requerentes estão também instituições religiosas, comunidades indígenas e quilombolas.

O rompimento da barragem de Fundão liberou 44,5 milhões de metros cúbicos de lama tóxica no meio ambiente, o equivalente a 13 mil piscinas olímpicas, transformando-se, assim, numa das maiores tragédias ambientais da história do Brasil.

O dano se estendeu por vários dias, quando outros 13 milhões de metros cúbicos continuaram escoando. Ao todo, os rejeitos percorreram 675 quilômetros, atingindo o Rio Doce, desaguando no oceano Atlântico e chegando ao Espírito Santo e sul da Bahia. Dezenove pessoas morreram.

gb/ra (Reuters, ots)

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