Novas pistas sobre formação planetária
3 de janeiro de 2008Anúncio
A formação de um planeta no interior do disco de poeira e gás que envolve uma estrela jovem foi observada pela primeira vez em torno de TW Hydrae, um astro de oito a dez milhões de anos. A descoberta foi feita com ajuda de um espectrógrafo, através de um telescópio do Instituto Max Planck de Astronomia, e do Observatório Europeu Sul, em La Silla, no Chile. O planeta detectado por uma equipe do instituto sediado em Heidelberg tem uma massa aproximadamente dez vezes maior que a de Júpiter (o maior do nosso sistema solar). Sua translação ao redor da estrela central dura apenas 3,56 dias a seis milhões de quilômetros, uma distância 25 vezes menor que a que separa a Terra do Sol. Os astrônomos recorreram a um método de cálculo baseado na luz emitida pela estrela. Planetas da mesma idade que a estrela-mãe Até agora, os astrônomos sabiam que a vida dos discos circumestelares podia durar, em média estatística, de dez a 30 milhões de anos. Este seria o intervalo de tempo para se formarem planetas no disco, explicou o Instituto Max Planck. A descoberta de TW Hydrae b indica um novo prazo para a constituição de planetas: seu surgimento não deve ter durado mais que um intervalo de oito a dez milhões de anos, o que corresponde à idade da estrela-mãe. "Isso prova que os planetas podem se formar dentro de dez milhões de anos, antes que o disco seja dissipado pelos ventos solares e pela radiação", afirmam os astrônomos de Heidelberg, segundo divulgou a revista britânica Nature. Hoje se sabe que os planetas se formam dentro dos discos que circundam as estrelas jovens. Mas o processo que conduz à sua formação ainda é misterioso. Até agora ainda não se havia detectado nenhum planeta em torno de uma estrela mais jovem que 100 milhões de anos. Teorias astronômicas se ajustam às novas descobertas "O crescimento de grãos de poeira da ordem de micrômetros (um milionésimo de metro) e a conseqüente formação de embriões de planetas em decorrência de colisões são provavelmente o principal processo de constituição de núcleos planetários", explicou Johny Setiawan, do Instituto Max Planck. Ao crescerem, esses núcleos ganham massa suficiente para reter uma parte do gás suspenso em torno da estrela. Os astrônomos não excluem a possibilidade de os planetas gigantes se formarem diretamente a partir de instabilidades gravitacionais dentro do disco de estrelas. Até hoje já foram descobertos cerca de 250 exoplanetas (exteriores ao nosso sistema solar). O primeiro foi observado em meados dos anos 1990. Nas imediações de uma estrela clara, o planeta é tão pouco visível como um vaga-lume perto de um facho de luz, de forma que a maior parte deles não pode ser observada diretamente. (sm)
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