Descoberta "oficina de múmias" próximo a pirâmides de Gizé
14 de julho de 2018
Segundo especialistas, sensacional achado permitirá penetrar nos segredos do embalsamamento. Local de mumificação também traz esperanças para turismo do Egito, em crise desde 2011.
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Arqueólogos alemães e egípcios anunciaram neste sábado (14/07) ter descoberto uma "oficina de mumificação" perto da necrópole de Saqqara, no Egito. A equipe, que inclui pesquisadores da Universidade de Tübingen, encontrou um poço subterrâneo de sepultamento contendo diversas múmias, ataúdes de madeira e sarcófagos.
Os cientistas acreditam que a revelação dessa câmara oculta de embalsamamento lhes permitirá identificar óleos específicos utilizados pelos antigos egípcios para mumificar seus mortos. "Estamos diante de uma mina de ouro de informação sobre a composição química desses óleos", comemorou o arqueólogo Ramadan Hussein.
Esperança para o turismo
Centenas de estatuetas de pedra, jarras e recipientes usados no processo de mumificação foram extraídos do interior das câmaras fúnebres. O achado mais significativo foi uma máscara de prata dourada, a segunda do gênero já encontrada, segundo o ministro egípcio de Antiguidades, Khaled al-Anani, para quem "isso é só o começo".
A necrópole de Saqqara é parte de Mênfis, a primeira capital do Egito Antigo e hoje Patrimônio Mundial da Unesco. A área abriga grande variedade de templos e tumbas, além das três pirâmides de Gizé.
Os artefatos deverão ser expostos no Grande Museu Egípcio, atualmente em construção. O país tem esperanças de que as descobertas venham a reanimar sua indústria de turismo, em crise desde o levante político de 2011 e, mais recentemente, uma onda de atentados suicidas a bomba.
Túmulo de ourives real foi revelado durante escavações na cidade de Luxor. Além do sarcófago, arqueólogos encontraram múmias e máscaras funerárias.
Foto: Reuters/M. Abd El Ghany
O tesouro de Amnemhat
A tumba descoberta em Luxor pertenceu ao ourives real Amnemhat. Se não se tratasse de um funcionário real, dificilmente teria sido encontrada na necrópole de Dra Abu el-Naga, a oeste da antiga cidade egípcia de Tebas. Além dos faraós, altos funcionários eram enterrados no local.
Foto: Reuters/M. Abd El Ghany
Máscaras funerárias e estátua
O túmulo não estava em condições particularmente boas, lamentou o Ministro das Antiguidades do Egito, Khaled el-Anani, durante o anúncio da descoberta. Mas máscaras funerárias e uma estátua do ourives e sua mulher estão praticamente intactas.
Foto: Reuters/M. Abd El Ghany
Três múmias
Em outra câmara também foram encontradas múmias. As múmias de uma mulher e duas crianças já foram analisadas. A mulher teria morrido aos 50 anos e sofreu de uma doença óssea causada por bactérias, disse o ministério egípcio, citando a especialista em ossos Sherine Ahmed Shawqi. As múmias podem ser da época da 21ª e da 22ª dinastias.
Foto: Reuters/M. Abd El Ghany
Governo comemora descoberta
O governo egípcio anunciou a descoberta em grande estilo. Num momento em que o turismo no país está em baixa, devido à ameça de atentados, autoridades esperam que a nova atração em Luxor ajude a impulsionar o setor.
Foto: Reuters/M. Abd El Ghany
Ano de escavações
Em março de 2017, oito múmias do tempo dos faraós foram descobertas na necrópole de Dra Abu el-Naga. Além disso, sarcófagos de madeira coloridos, assim como cerca de mil figuras de argila foram encontradas como acessórios do enterro.
Foto: picture alliance/AA/Str
Estátua no Cairo
No distrito de Matariya, no Cairo, foi encontrada em março de 2017 uma estátua de dimensões maiores que a real, que muito provavelmente representa o faraó Ramsés 2º. Autoridades egípcias iniciaram nos últimos anos uma ambiciosa série de projetos arqueológicos na esperança de impulsionar o turismo.