Descoberto autorretrato de Van Gogh oculto em outra obra
14 de julho de 2022
Museu na Escócia encontrou desenho atrás de outro quadro, ao preparar exposição sobre impressionismo. Pintor holandês costumava reaproveitar telas para poupar dinheiro e ficou famoso somente depois da morte.
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Um museu escocês anunciou nesta quinta-feira (14/07) ter descoberto um autorretrato de Vicent Van Gogh escondido há mais de um século no verso de outra obra do pintor holandês.
A descoberta "incrivelmente rara", como classificou o museu, ocorreu quando a obra "Retrato de Mulher (Cabeça de Camponesa)", feita em 1885, foi analisada por raio-X, como parte de um processo de catalogação e preparação para uma exposição em Edimburgo dedicada ao impressionismo.
O retrato do pintor foi encontrado na parte de trás da obra, coberto por camadas de cola e papelão, que aparentemente foram acrescentadas no século 20.
"Descobrimos uma obra desconhecida de Vicent van Gogh, um dos artistas mais importantes e populares do mundo", disse a curadora da Galeria Nacional da Escócia, Frances Fowle, acrescentando que "tais momentos são incrivelmente raros".
O pintor, cujas obras só alcançaram fama depois da sua morte em 1890, reutilizava telas para poupar dinheiro.
O autorretrato agora descoberto mostra um homem de barba, sentado, usando chapéu e um lenço em volta do pescoço, sendo ainda visível a orelha esquerda, que o pintor cortou em 1888.
A obra poderá ser vista através de uma caixa de luz especialmente projetada, em uma exposição de 30 de julho a 13 de novembro na Galeria Nacional da Escócia. O museu estuda uma solução para separar as duas pinturas sem danificá-las.
Nascido em 1853, Vicent van Gogh é considerado uma das figuras mais influentes na história de arte ocidental e criou mais de 2 mil obras.
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Obras teriam dois anos de diferença
Segundo a responsável pela conservação de pinturas da Galeria Nacional da Escócia, Lesley Stevenson, entre as duas obras há "uma diferença de dois anos".
Quando se mudou para Paris, Van Gogh "levou pequenas telas com ele", explica Stevenson. Na época, em 1887, começou a explorar retratos, em particular, autorretratos.
"Ele não tinha muito dinheiro e seu irmão Theo, que o sustentava financeiramente, estava fora da cidade", afirma Stevenson. Desta forma, segundo ela, Van Gogh "começou a pintar nos versos" de outras telas.
Ela e sua equipe acreditam que devido a "uma exposição em 1905, camadas de papelão tenham sido coladas no verso de uma tela, priorizando o melhor e já concluído dos trabalhos".
A pintura principal – na qual no verso estava o autorretrato – foi oferecida à galeria em 1960 pelo advogado de Edimburgo Alexander Maitland e retrata uma mulher de uma cidade no sul da Holanda, onde o artista viveu de 1883 a 1885.
Acredita-se que o trabalho descoberto date do período em que Van Gogh foi influenciado pelo trabalho de impressionistas franceses. Mais tarde, ele adotou o estilo expressivo e colorido que tornou suas obras famosas mundialmente.
"Sabemos que é um padrão, que existem outros autorretratos que ocorreram durante esse período", diz Stevenson, acrescentando que pelo menos oito estão documentados, cinco deles no museu Van Gogh, em Amsterdã.
le (Lusa, EFE, AFP, ots)
Os mais espetaculares roubos de obras de arte da história
Armados, disfarçados de policiais ou de turistas, ladrões entraram para a história ao roubar valiosas pinturas e objetos de museus – da "Mona Lisa" a uma moeda de ouro de 100 quilos.
Foto: picture-alliance/dpa/K. Van Weel
Quando o sorriso de Mona Lisa desapareceu
Em 1911, o retrato feminino mais famoso do mundo – "Mona Lisa", de Leonardo da Vinci – foi roubado. Um jovem italiano, Vincenzo Peruggia, furtou a imagem do Louvre depois de se vestir como um empregado do museu parisiense e esconder a obra debaixo do casaco. A pintura reapareceu em 1913, após um comerciante de arte denunciar Peruggia à polícia.
Foto: picture alliance/Mary Evans Picture Library
A pintura mais roubada
O retrato de "Jacques 3º de Gheyn", de Rembrandt, foi roubado quatro vezes da Dulwich Picture Gallery, no Reino Unido, em 1966, 1973, 1981 e 1986. Por isso, a pintura também é conhecida como "o Rembrandt para viagem". Também após o último roubo, a obra de arte felizmente foi recuperada.
Foto: picture-alliance/akg-images
Misterioso roubo em Boston
Em 1990, o roubo de 13 pinturas do Museu Isabella Steward Gardner, em Boston, nos EUA, atraiu a atenção internacional. Dois homens disfarçados de policiais invadiram o prédio e roubaram, entre outras obras de arte, "Chez Tortoni", de Édouard Manet, e "O Concerto" (foto), de Jan Vermeer. Até hoje, as molduras, sem os quadros, permanecem penduradas no local.
Foto: Gemeinfrei
O roubo espetacular de pinturas de Van Gogh
Em 1991, sem ser notado, um homem se fechou num banheiro do Museu Van Gogh, em Amsterdã, e roubou 20 pinturas com a ajuda de um supervisor. Entre elas, estavam o "Autorretrato diante do cavalete" (foto). No entanto, a polícia conseguiu recuperar as obras roubadas apenas uma hora depois, no veículo usado na fuga. Depois de alguns meses, os ladrões foram presos.
Foto: picture-alliance/dpa/K. Van Weel
"Virgem do fuso" desaparecida
A pintura de Leonardo da Vinci, avaliada em até 70 milhões de euros, foi roubada em 2003 de um castelo na Escócia. Dois ladrões, que entraram na exposição como turistas, dominaram o guarda do Castelo de Drumlanrig e fugiram com a obra. A imagem ficou desaparecida por quatro anos. Somente em 2007 ela foi recuperada após uma batida policial realizada em Glasgow.
Foto: picture-alliance/dpa
Roubo armado no Museu Munch
Em 2004, "O grito" e "Madonna", do expressionista Edvard Munch, foram roubadas em Oslo. Dois criminosos armados invadiram o Museu Munch e furtaram as obras diante de várias testemunhas. Durante uma busca, a polícia recuperou as duas pinturas. Porém, o estado de "O grito" era tão ruim que o quadro não pôde ser totalmente restaurado.
Foto: picture-alliance/dpa/Munch Museum Oslo
Roubo milionário na Suíça
Em 2008, ladrões armados roubaram quatro pinturas no valor de 180 milhões de francos suíços do museu privado Fundação Coleção Emil G. Bührle, em Zurique: "Rapaz de colete vermelho", de Paul Cézanne; "Conde Lepic e suas filhas", de Edgar Degas; "Amendoeira em flor", de Vincent Van Gogh; e "Campo de papoulas perto de Vétheuil" (foto), de Claude Monet. Todos foram recuperados.
Foto: picture-alliance/akg-images
Moeda de ouro de 100 quilos em Berlim
Em março de 2017, uma moeda de ouro de 100 quilos, com valor nominal de 1 milhão de dólares, foi roubada do Museu Bode, em Berlim. Os ladrões provavelmente usaram uma escada para entrar no edifício. A moeda, chamada de "Big Maple Leaf", é originária do Canadá, tem 53 centímetros de diâmetro e três centímetros de espessura. Na parte frontal, ela traz o retrato da rainha Elizabeth 2ª.
Foto: picture-alliance/dpa/F.May
2019: Roubo na Abóbada Verde em Dresden
Três conjuntos de joias foram roubados no museu Grünes Gewölbe (Abóbada Verde), no Palácio Real em Dresden, em 25 de novembro de 2019. Investigações iniciais apuraram que os ladrões entraram por uma janela e quebraram as vitrines, como mostra um vídeo.