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Seguro-desemprego

18 de dezembro de 2007

Estudo aponta que desempregados alemães recebem mais auxílio do Estado do que em outros países. Em muitos casos, nem compensa aceitar um novo emprego com salário mais baixo.

Desempregados na Agência do Trabalho em FrankfurtFoto: AP

A Alemanha tem 3,3 milhões de desempregados (8,1% da população economicamente ativa). Reduzir esse número – que já foi de 5 milhões – é um dos maiores desafios do atual governo.

A situação de quem não tem trabalho neste país altamente industrializado, que combate todo tipo de economia informal, não é de se invejar. Mas ainda está longe de ser a pior dos 30 países da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Segundo um estudo da OCDE, apesar de cortes realizados através da chamada reforma Hartz, sobretudo os benefícios pagos para quem tem filhos e fica muito tempo desempregado na Alemanha são bem superiores aos da maioria dos países industrializados.

"As reformas do mercado de trabalho quase não criaram novos estímulos financeiros para os desempregados alemães aceitarem logo um novo emprego", conclui o estudo. Em comparação com outros países da OCDE, praticamente não compensa aceitar um emprego em que se ganhe menos.

Dependendo do tipo de constelação familiar, os desempregados alemães e suas famílias até têm menos dinheiro no bolso, se aceitam rapidamente um emprego com remuneração mais baixa em vez de viver das transferências do Estado, explicam os peritos.

Os dados da pesquisa apontam que, na Alemanha, um solteiro que teve um salário moderado, após cinco anos de desemprego, ainda recebe do Estado – na forma de salário-desemprego e auxílio social – 36% do seu último vencimento líquido.

OCDE comparou o seguro-desemprego em 19 países

Em 2001, esse índice ainda era de 54% do último salário líquido. A média para esse grupo na OCDE é de 32%. Nesse ponto, a Alemanha até há pouco só era superada pela Dinamarca, onde quem se encontra desempregado por muito tempo ainda recebe 59% do último salário líquido.

Um trabalhador com família que teve salário de nível médio, após cinco anos sem emprego, "ainda recebe 62% do seu último líquido" – apenas 1% a menos do que em 2001. A média da OCDE é de 53%. Também nessa categoria a Dinamarca lidera com 77%, ao lado da Finlândia.

As maiores perdas são sentidas por desempregados de longo prazo que, antes da demissão, tinham um vencimento acima da média ou nos casos em que a renda do parceiro é descontada do auxílio estatal.

Em todas as seis constelações familiares analisadas, o desempregado alemão que aceita um emprego pela metade de seu salário anterior perde mais do que se não trabalhasse. "Somente na Itália e na República Tcheca os estímulos para voltar a trabalhar são comparativamente tão baixos", explica Michael Förster, co-autor do estudo.

Segundo a OCDE, apesar da reforma Hartz, para quem perde o emprego é "comparativamente desinteressante" aceitar rapidamente uma vaga com salário inferior. "Pode fazer sentido rejeitar inicialmente ofertas piores. Mas o longo tempo de espera implica o risco de desvalorizar qualificações e de dificultar o retorno ao trabalho", afirma Förster.

O sistema de impostos e transferências deve criar estímulos à aceitação de um novo emprego, acrescenta. Segundo Förster, os países escandinavos e a Suíça são exemplos de que, apesar das transferências comparativamente generosas do Estado para os desempregados, estes sempre se saem melhor quando aceitam um novo emprego.

Os resultados da pesquisa não devem agradar o governo alemão, que acaba de ampliar até dois anos o período de pagamento do seguro-desemprego para trabalhadores com mais de 50 anos de idade. (gh)

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