Dados do Inpe se referem ao período entre agosto de 2016 e julho deste ano. Apesar da queda, área desmatada foi de 6.624 km². Após críticas, ministro do Meio Ambiente diz que não há retrocesso ambiental na gestão Temer.
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O governo federal anunciou nesta terça-feira (17/10) que a taxa de desmatamento na Amazônia caiu 16% entre agosto de 2016 e julho deste ano, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), órgão vinculado ao Ministério de Ciência e Tecnologia.
Apesar da redução, o desmatamento segue expressivo: o total de área desmatada nesse período foi de 6.624 quilômetros quadrados, sendo a maior parte nos estados do Pará, com 2.413 quilômetros quadrados, e do Mato Grosso, com 1.341 quilômetros quadrados.
Além dos dois estados, os dados também se referem a Acre, Amazonas, Amapá, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins, que compõem a região da Amazônia Legal.
No ano anterior, entre agosto de 2015 e julho de 2016, o desmatamento havia aumentado 19%, também segundo o Inpe. A área desmatada naquele período foi de 7.893 quilômetros quadrados.
De acordo com o instituto de pesquisas, os números atuais representam uma queda de 76% em comparação com os registrados em 2004, ano em que foi lançado o chamado Plano para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia – pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva –, em prática até hoje.
Para realizar o mapeamento, o Inpe utiliza imagens captadas por satélites. Os pesquisadores consideram áreas desmatadas aquelas onde a floresta primária foi retirada de forma completa.
Em pronunciamento à imprensa nesta terça-feira, o ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, comemorou os números e afirmou que a redução do desmatamento é resultado da atuação do governo federal.
O político rebateu as críticas de diversas entidades ambientais, que afirmam que a gestão do presidente Michel Temer tem sido responsável por retrocessos na política ambiental, principalmente após a decisão de extinguir uma reserva nacional na Amazônia e liberá-la para exploração.
"Podemos dizer com certeza que não houve um retrocesso ambiental nesta gestão", declarou Sarney Filho ao anunciar os últimos dados do Inpe.
Em agosto, Temer assinou um decreto que extinguiua chamada Reserva Nacional de Cobre e Associados (Renca), após ficar mais de 30 anos fechada à atividade de mineração. A área é rica em ouro, entre outros minerais, e possui cerca de 47 mil quilômetros quadrados.
A decisão se tornou alvo imediato de indignação, e, após muita pressão de entidades ambientais e da população, o presidente decidiu revogar o decretocerca de um mês mais tarde.
EK/ots
Dez ações contra as mudanças climáticas
Três quartos dos gases estufa são produzidos pela combustão de carvão, petróleo e gás natural; o resto, pela agricultura e desmatamento. Como se podem evitar gases poluentes? Veja dez dicas que qualquer um pode seguir.
Foto: picture-alliance/dpa
Usar menos carvão, petróleo e gás
A maioria dos gases estufa provém das usinas de energia, indústria e transportes. O aquecimento de edifícios é responsável por 6% das emissões globais de gases poluentes. Quem utiliza a energia de forma eficiente e economiza carvão, petróleo e gás também protege o clima.
Foto: picture-alliance/dpa
Produzir a própria energia limpa
Hoje, energia não só vem de usinas termelétricas a carvão, óleo combustível e gás natural. Há alternativas, que atualmente são até mesmo mais econômicas. É possível produzir a própria energia e, muitas vezes, mais do que se consome. Os telhados oferecem bastante espaço para painéis solares, uma tecnologia que já está estabelecida.
Foto: Mobisol
Apoiar boas ideias
Cada vez mais municípios, empresas e cooperativas investem em fontes energéticas renováveis e vendem energia limpa. Este parque solar está situado em Saerbeck, município alemão de 7,2 mil habitantes que produz mais energia do que consome. Na foto, a visita de uma delegação americana à cidade.
Foto: Gemeinde Saerbeck/Ulrich Gunka
Não apoiar empresas poluentes
Um número cada vez maior de cidadãos, companhias de seguro, universidades e cidades evita aplicar seu dinheiro em companhias de combustíveis fósseis. Na Alemanha, Münster é a primeira cidade a aderir ao chamado movimento de desinvestimento. Em nível mundial, essa iniciativa abrange dezenas de cidades. Esse movimento global é dinâmico – todos podem participar.
Foto: 350.org/Linda Choritz
Andar de bicicleta, ônibus e trem
Bicicletas, ônibus e trem economizam bastante CO2. Em comparação com o carro, um ônibus é cinco vezes mais ecológico, e um trem elétrico, até 15 vezes mais. Em Amsterdã, a maior parte da população usa a bicicleta. Por meio de largas ciclovias, a prefeitura da cidade garante o bom funcionamento desse sistema.
Foto: DW/G. Rueter
Melhor não voar
Viajar de avião é extremamente prejudicial ao clima. Os fatos demonstram o dilema: para atender às metas climáticas, cada habitante do planeta deveria produzir, em média, no máximo 5,9 toneladas de CO2 anualmente. No entanto, uma viagem de ida e volta entre Berlim e Nova York ocasiona, por passageiro, já 6,5 toneladas de CO2.
Foto: Getty Images/AFP/P. Huguen
Comer menos carne
Para o clima, também a agricultura é um problema. No plantio do arroz ou nos estômagos de bois, vacas, cabras e ovelhas é produzido o gás metano, que é muito prejudicial ao clima. A criação de gado e o aumento mundial de consumo de carne são críticos também devido à crescente demanda de soja para ração animal. Esse cultivo ocasiona o desmatamento de florestas tropicais.
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Comprar alimentos orgânicos
O óxido nitroso é particularmente prejudicial ao clima. Sua contribuição para o efeito estufa global gira em torno de 6%. Ele é produzido em usinas de energia e motores, mas principalmente também através do uso de fertilizantes artificiais no agronegócio. Esse tipo de fertilizante é proibido na agricultura ecológica e, por isso, emite-se menos óxido nitroso, o que ajuda a proteger o clima.
Foto: imago/R. Lueger
Sustentabilidade na construção e no consumo
Na produção de aço e cimento emite-se muito CO2, em contrapartida, ele é retirado da atmosfera no processo de crescimento das plantas. A escolha consciente de materiais de construção ajuda o clima. O mesmo vale para o consumo em geral. Para uma massagem, não se precisa de combustível fóssil, mas para copos plásticos, que todo dia acabam no lixo, necessita-se uma grande quantidade dele.
Foto: Oliver Ristau
Assumir responsabilidades
Como evitar gases estufa, para que, em todo mundo, as crianças e os filhos que elas virão a ter possam viver bem sem uma catástrofe do clima? Esses estudantes estão fascinados com a energia mais limpa e veem uma chance para o seu futuro. Todos podem ajudar para que isso possa acontecer.