Desmatamento na Amazônia cresce pelo segundo ano seguido
30 de novembro de 2016
De acordo com o Inpe, 7.989 quilômetros quadrados foram desmatados na Amazônia Legal entre 2015 e 2016, um crescimento de 29% em relação ao período anterior. Área de floresta devastada é a maior dos últimos cinco anos.
Anúncio
O desmatamento na Amazônia Legal cresceu 29% entre agosto de 2015 e julho de 2016 em relação ao período anterior, segundo dados divulgados nesta terça-feira (29/11) pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Este foi o segundo ano consecutivo de aumento na taxa de desmate.
De acordo com o órgão nacional, neste período de um ano foram derrubados 7.989 quilômetros quadrados de floresta – o que equivale a aproximadamente cinco vezes a área da cidade de São Paulo.
A área total de mata devastada foi a maior dos últimos cinco anos. No período anterior, entre agosto de 2014 e julho de 2015, o desmatamento havia sido de 6.207 quilômetros quadrados.
O estado do Pará teve 3.025 quilômetros quadrados de floresta derrubada, 37% do total, sendo a região com a maior taxa de desmatamento. O Amazonas, contudo, é o estado que teve o maior crescimento de desmate, com devastação 54% maior do que a registrada entre 2014 e 2015.
Os únicos estados brasileiros que apresentaram queda nas taxas foram o Amapá e o Mato Grosso. Este último, no entanto, é a segunda unidade federativa com a maior área desmatada.
Especialistas e organizações não governamentais reagiram ao resultado do Inpe. O Greenpeace, por exemplo, destacou que se trata de uma "péssima notícia para o clima e para o Brasil" e que "ilustra a falta de ambição do governo em lidar com o desafio de cessar a perda de florestas".
"A estimativa é de que essa destruição tenha liberado na atmosfera 586 milhões de toneladas de carbono equivalente – o mesmo que 8 anos de emissões por todos os automóveis no Brasil", diz a ONG em nota. "Isso faz com que o país se distancie das ações necessárias para limitar o aquecimento do planeta em no máximo 1,5 ºC e evitar as graves consequências das mudanças climáticas."
Em comunicado, o ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, defendeu que, desde junho, o orçamento da pasta obteve um crescimento significativo para as principais unidades envolvidas no combate ao desmatamento, que são o Ibama, o ICMBio e o Serviço Florestal Brasileiro.
O Programa de Prevenção e Combate ao Desmatamento da Amazônia estipulou como meta reduzir o desmatamento a menos de 4 mil km² até 2020 – número distante do observado no último ano. Em 2004, quando o programa foi criado, o Brasil desmatou 27.772 km² de floresta da Amazônia Legal.
EK/abr/ots
Dez ações contra as mudanças climáticas
Três quartos dos gases estufa são produzidos pela combustão de carvão, petróleo e gás natural; o resto, pela agricultura e desmatamento. Como se podem evitar gases poluentes? Veja dez dicas que qualquer um pode seguir.
Foto: picture-alliance/dpa
Usar menos carvão, petróleo e gás
A maioria dos gases estufa provém das usinas de energia, indústria e transportes. O aquecimento de edifícios é responsável por 6% das emissões globais de gases poluentes. Quem utiliza a energia de forma eficiente e economiza carvão, petróleo e gás também protege o clima.
Foto: picture-alliance/dpa
Produzir a própria energia limpa
Hoje, energia não só vem de usinas termelétricas a carvão, óleo combustível e gás natural. Há alternativas, que atualmente são até mesmo mais econômicas. É possível produzir a própria energia e, muitas vezes, mais do que se consome. Os telhados oferecem bastante espaço para painéis solares, uma tecnologia que já está estabelecida.
Foto: Mobisol
Apoiar boas ideias
Cada vez mais municípios, empresas e cooperativas investem em fontes energéticas renováveis e vendem energia limpa. Este parque solar está situado em Saerbeck, município alemão de 7,2 mil habitantes que produz mais energia do que consome. Na foto, a visita de uma delegação americana à cidade.
Foto: Gemeinde Saerbeck/Ulrich Gunka
Não apoiar empresas poluentes
Um número cada vez maior de cidadãos, companhias de seguro, universidades e cidades evita aplicar seu dinheiro em companhias de combustíveis fósseis. Na Alemanha, Münster é a primeira cidade a aderir ao chamado movimento de desinvestimento. Em nível mundial, essa iniciativa abrange dezenas de cidades. Esse movimento global é dinâmico – todos podem participar.
Foto: 350.org/Linda Choritz
Andar de bicicleta, ônibus e trem
Bicicletas, ônibus e trem economizam bastante CO2. Em comparação com o carro, um ônibus é cinco vezes mais ecológico, e um trem elétrico, até 15 vezes mais. Em Amsterdã, a maior parte da população usa a bicicleta. Por meio de largas ciclovias, a prefeitura da cidade garante o bom funcionamento desse sistema.
Foto: DW/G. Rueter
Melhor não voar
Viajar de avião é extremamente prejudicial ao clima. Os fatos demonstram o dilema: para atender às metas climáticas, cada habitante do planeta deveria produzir, em média, no máximo 5,9 toneladas de CO2 anualmente. No entanto, uma viagem de ida e volta entre Berlim e Nova York ocasiona, por passageiro, já 6,5 toneladas de CO2.
Foto: Getty Images/AFP/P. Huguen
Comer menos carne
Para o clima, também a agricultura é um problema. No plantio do arroz ou nos estômagos de bois, vacas, cabras e ovelhas é produzido o gás metano, que é muito prejudicial ao clima. A criação de gado e o aumento mundial de consumo de carne são críticos também devido à crescente demanda de soja para ração animal. Esse cultivo ocasiona o desmatamento de florestas tropicais.
Foto: Getty Images/J. Sullivan
Comprar alimentos orgânicos
O óxido nitroso é particularmente prejudicial ao clima. Sua contribuição para o efeito estufa global gira em torno de 6%. Ele é produzido em usinas de energia e motores, mas principalmente também através do uso de fertilizantes artificiais no agronegócio. Esse tipo de fertilizante é proibido na agricultura ecológica e, por isso, emite-se menos óxido nitroso, o que ajuda a proteger o clima.
Foto: imago/R. Lueger
Sustentabilidade na construção e no consumo
Na produção de aço e cimento emite-se muito CO2, em contrapartida, ele é retirado da atmosfera no processo de crescimento das plantas. A escolha consciente de materiais de construção ajuda o clima. O mesmo vale para o consumo em geral. Para uma massagem, não se precisa de combustível fóssil, mas para copos plásticos, que todo dia acabam no lixo, necessita-se uma grande quantidade dele.
Foto: Oliver Ristau
Assumir responsabilidades
Como evitar gases estufa, para que, em todo mundo, as crianças e os filhos que elas virão a ter possam viver bem sem uma catástrofe do clima? Esses estudantes estão fascinados com a energia mais limpa e veem uma chance para o seu futuro. Todos podem ajudar para que isso possa acontecer.