Desmatamento na Amazônia em 16 anos equivale à estado de SP
20 de junho de 2015
Segundo levantamento do IBGE, entre 1997 e 2013, desflorestamento atingiu 248 mil quilômetros quadrados. Estudo revela ainda que comercialização de agrotóxicos no Brasil cresceu 2,5 vezes em 12 anos.
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O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta sexta-feira (19/06) que, entre 1997 e 2013, o desmatamento da Amazônia Legal chegou a 248 mil quilômetros quadrados, área equivalente a todo o estado de São Paulo.
Dados da pesquisa Indicadores de Desenvolvimento Sustentável (IDS) mostram que a tendência de aceleração no desmatamento, que vinha ocorrendo desde 1991, inverteu-se a partir de 2004, ano em que as derrubadas atingiram seu maior nível: 27.772 quilômetros quadrados.
De 2005 para 2013, a tendência foi de queda no desflorestamento, alcançando o nível mais baixo em 2012: 4.571 mil quilômetros quadrados. No ano seguinte, porém, o número voltou a crescer. O desmatamento em 2013 alcançou 5.843 quilômetros quadrados.
No entanto, a desaceleração do desmatamento teve como consequência, segundo o estudo, uma redução nas emissões de gás carbônico (CO2), um dos principais elementos que contribuem para o aquecimento global. As emissões caíram 84,4% entre 2004 e 2010.
Entre os biomas fora da Amazônia, segundo o IBGE, o cerrado teve metade (49%) de sua área desmatada até 2010, enquanto na caatinga até 2009 a perda foi de 46% e, no pantanal, de 15%. O pampa gaúcho teve 54% de sua cobertura vegetal desmatada até o mesmo ano.
O levantamento revelou ainda que a venda de agrotóxicos no Brasil foi 2,5 maior em 2012 do que o volume registrado em 2000. Em 2002, ano da série em que houve menor uso do produto, a comercialização foi de 2,7 kg por hectare. Dez anos depois, em 2012, o uso chegou a 6,9 kg por hectare. Produtos considerados mais agressivos foram os mais representativos entre 2009 e 2012, respondendo por 64,1% dos itens comercializados no último ano.
MSB/abr/ibge
Garimpo ilegal na amazônia
Depois de dez dias de combate ao garimpo ilegal na Terra Indígena (TI) Kayapó, no Pará, chegou ao fim nesta quarta-feira (22/04) a operação Rio Dourado 2. Agentes desmantelaram acampamentos e maquinário ilegal.
Foto: Nádia Pontes
Cicatriz na floresta
O garimpo ilegal do ouro é a maior ameaça na Terra Indígena Kayapó. A reserva tem 3 milhões de hectares de Floresta Amazônica protegida. Em contraste com o verde da mata, as cavas abertas por garimpeiros deixam uma degradação difícil de ser recuperada.
Foto: Nádia Pontes
Fiscalização
Fiscais do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama) e da Fundação Nacional do Índio (Funai) fazem operações pontuais em terras indígenas para eliminar as atividades ilegais. Na foto, helicóptero do Ibama sobrevoa área conhecida como Maria Bonita, na Terra Indígena Kayapó.
Foto: Nádia Pontes
Acampamento ilegal
Após avistar acampamento localizado na área de garimpo, helicóptero desembarca agentes no local. Fiscal do Ibama faz busca por armas dentro da barraca onde dormia um casal com uma criança de um ano ano.
Foto: Nádia Pontes
Autuação
Em conversa com agente da Funai, garimpeiro admite saber que aquela área faz parte da Terra Indígena Kayapó. Ele também diz saber da proibição da atividade garimpeira no local. Homem estava com a família no acampamento. Depois da fiscalização, ele deixou a área.
Foto: Nádia Pontes
Cadeia produtiva
O motorista do caminhão foi flagrado transportando 800 litros de combustível de forma irregular dentro da Terra Indígena Kayapó. Ele admitiu que o diesel abasteceria máquinas que garimpam o ouro de forma irregular numa área conhecida como Maria Bonita, dentro da reserva indígena.
Foto: Nádia Pontes
Destruição no local
Fiscais do Ibama são autorizados por lei a destruir equipamentos e veículos usados em atividade ambiental ilegal em locais remotos. Além de perder o caminhão, o motorista foi multado pelo órgão em 10 mil reais por transportar carga perigosa de forma irregular e encaminhado para a Polícia Federal.
Foto: Nádia Pontes
Equipamento de grande porte
Ainda do helicóptero, fiscais do Ibama localizam uma escavadeira hidráulica usada para cavar o garimpo. Máquina chega a custar de 250 mil a 500 mil reais, é transportada até o local por caminhões em estradas improvisadas no meio da floresta. Na foto, máquina escondida no mato é destruída.
Foto: Nádia Pontes
Estrutura abandonada
Quando helicóptero desembarcou agentes da Funai e do Ibama nesse acampamento próximo ao garimpo, não havia ninguém no local. Fiscais destruíram a estrutura que servia de abrigo. Alguns objetos pessoais também foram encontrados próximos dali.
Foto: Nádia Pontes
Recepção hostil
Durante a incursão na área conhecida como garimpo do Santili, agentes do Ibama foram recebidos com disparos de arma de fogo. Depois de uma troca de tiros, o suspeito fugiu pela floresta fechada. Ninguém se feriu.
Foto: Nádia Pontes
Fuselagem danificada
Um dos cinco disparos feitos pelo suspeito atingiu o helicóptero do Ibama que dava cobertura à equipe em terra. O comandante, o copiloto e um tripulante que estavam na aeronave não se feriram. Mesmo com a fuselagem avariada, o helicóptero conseguiu retirar toda a equipe do local.
Foto: DW/N. Pontes
Rastro de poluição
O Rio Fresco corta toda a Terra Indígena Kayapó. O garimpo ilegal polui a água e prejudica principalmente os indígenas que vivem na reserva. O mercúrio, usado para facilitar a separação do ouro, contamina o solo, a vida no rio e afeta a saúde de quem se alimenta dos peixes.