Após saídas de Lahm e Podolski, Alemanha perde o último bastião da geração que reconstruiu a seleção, promovendo a renúncia à truculência em prol da criatividade e elegância em campo.
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Com a despedida de Bastian Schweinsteiger, sacramentada com um amistoso contra a Finlândia, nesta quarta-feira (31/08), em Mönchengladbach, deixa a seleção da Alemanha a última figura simbólica do elenco da Copa de 2006 – considerado o pontapé inicial da retomada da Nationalelf. A nova geração é talentosa, mas assume um legado difícil de ser igualado.
Philipp Lahm foi o primeiro. Há dois anos, depois de vencer a final da Copa do Mundo no Brasil, o polivalente lateral-esquerdo do Bayern de Munique anunciou sua aposentadoria da seleção alemã. Na época, o passo de Lahm foi inesperado – com apenas 30 anos de idade ele se encontrava numa idade ainda bastante produtiva para um jogador de futebol.
Quando Lukas Podolski comunicou pendurar suas chuteiras da Nationalelf, logo após a Eurocopa na França, em julho, sua decisão soava mais natural e até aguardada. Apesar de ainda ter 31 anos, o atacante ultimamente apenas amargava o banco de reserva da seleção nacional. Há quem diga que o treinador Joachim Löw convocava Podolski simplesmente por gratidão aos sucessos do passado e por ele ser um agregador de grupo e alguém que mantém o alto astral na concentração.
Schweinsteiger, por outro lado, queria evitar tais boatos sobre sua pessoa. Por tantas vezes, ele teve que lutar para retomar seu lugar na equipe após lesões e, por tantas vezes, a opinião pública especulou abertamente se o volante já não teria excedido o auge de sua carreira. Agora, aos 32 anos, Schweinsteiger deixa a seleção da Alemanha como o último membro do "Sommermärchen" (conto de verão, em tradução literal), como ficou conhecida a campanha como anfitriã no Mundial de 2006.
Schweinsteiger completa a saída dos três jogadores que são considerados as figuras simbólicas da retomada do futebol alemão – a renúncia à truculência e às chamadas "virtudes alemãs" de correr, lutar e distribuir carrinhos em campo. Isso deu espaço à consolidação de uma cultura de jogo, com criatividade e elegância. O trio era popular, simpático e, sobretudo, competente.
Estes três devolveram aos alemães a alegria no futebol. Lahm como pensador e coordenador no setor defensivo, Schweinsteiger como um lutador e motivador na área central e, na frente, Podolski, com sua canhota potente e a habilidade de alegrar o ambiente.
Legado pesado
Quando anunciou sua aposentadoria da seleção alemã, Schweinsteiger afirmou que certamente não vai parar de jogar futebol tão cedo, mas que havia chegado o momento de abrir espaço para a próxima geração.
"Eles já estão bem evoluídos, não somente dentro de campo", afirmou o capitão na véspera de seu jogo de despedida.
Leroy Sané (Manchester City), Serge Gnabry (Werder Bremen), Niklas Süle (Hoffenheim), Max Meyer e Leon Goretzka (Schalke 04), Julian Weigl (Borussia Dortmund), Joshua Kimmich (Bayern de Munique), Julian Brandt (Bayer Leverkusen) – todos eles são extremamente talentosos e dispõem de uma excelente formação. Alguns deles provaram suas qualidades na recente campanha nos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro, quando perderam a medalha de ouro num Maracanã lotado somente nos pênaltis.
Alguns dos jogadores desta nova geração alemã têm o que é preciso para continuar com o que foi feito por Lahm, Podolski e Schweinsteiger na seleção alemã. O problema é que dificilmente poderão fazê-lo melhor. E tais figuras populares, tais personalidades, não podem simplesmente ser produzidas nas perfeitamente organizadas categorias de base dos clubes. Esta nova geração assume um legado difícil.
As mascotes da Bundesliga
Dois clubes têm animais de verdade como mascotes, os demais, são bichos de pelúcia. Mas um dos clubes que disputam o campeonato alemão tem a mascote inspirada no Brasil. Você já viu este bicho?
Foto: picture alliance/Pressefoto Ulmer/M. Ulmer
O bode Hennes, do Colônia
O bode Hennes é a mascote mais velha da Bundesliga. Em 1950, um circo doou o primeiro Hennes ao Colônia. Claro que ele não existe mais. O atual já é o oitavo. Ele mora no zoológico de Colônia e sempre está presente na lateral do gramado quando a equipe joga em casa.
Foto: picture-alliance/dpa/K.D. Heirler
Emma, do Dortmund
As cores do Borussia Dortmund são amarelo e preto, por isso nada mais natural que uma abelha como mascote. O nome Emma vem do jogador Lothar Emmerich, que de 1960 a 1969 vestiu a camisa do clube 215 vezes e fez 126 gols. Emma tem 2,25 m e calça 66! Ela usa a camisa 9, porque o clube foi fundado em 1909.
Foto: picture alliance/dpa/M. Hitij
Berni, do Bayern de Munique
O urso de pelúcia Berni apoia desde 2004 o time alemão recordista em títulos. Ele sucedeu a Bazi – um garoto de calça de couro, nariz redondo e orelhas de abano. Berni, que tem até uma música própria, conta em seu site no Facebook que seu padrinho é Bastian Schweinsteiger.
Foto: picture-alliance/dpa/S. Hoppe
Erwin, do Schalke
A mascote do Schalke lembra a tradição mineira da região de Gelsenkirchen, cidade do clube. Erwin foi criado em 1994 e, com seu nariz grande e pequeno boné, representa milhares de torcedores do Schalke.
Foto: picture alliance/augenklick
O leão Brian, do Leverkusen
O sonoro rugido de Brian the Lion é a característica da mascote do Bayer Leverkusen. O animal está no brasão do clube e da cidade de Leverkusen.
Foto: picture alliance/Revierfoto
Wölfi, do Wolfsburg
Wolf significa lobo em alemão, por isso, Wölfi (diminutivo carinhoso) é a mascotinha do Wolfburg desde 1997, quando o clube começou a disputar a primeira divisão do campeoanto alemão. Por ironia, pouco tempo depois, o clube teve um técnico que se chamava Wolfgang Wolf. Este ficou até 2003, mas Wölfi ainda continua na equipe. Ele mede 1,95 m, pesa 85 quilos e calça 49!
Foto: picture alliance/Revierfoto
Füchsle, a raposinha do Freiburg
Fuchs quer dizer raposa em alemão, e Füchsle é o diminutivo carinhoso no dialeto local. Ele está no Freiburg desde 2011, mas como figura de história em quadrinhos ele já existe há mais tempo. Ele usa a camisa 4, porque o clube é de 1904.
Foto: Imago/M. Heuberger
O dinossauro Hermann, do Hamburgo
O Hamburgo é a única equipe que joga na primeira divisão da Bundesliga desde que ela foi criada, em 1963, sem nunca ter caído para a segunda. Por isso, o clube também é chamado de "dinossauro da Bundesliga". A mascote ganhou o nome de Hermann Rieger, massagista do time por mais de 20 anos.
Foto: picture alliance/dpa/A. Scheidemann
O potro Jünter, do Mönchengladbach
A mascote do Borussia Mönchengladbach tem pelo preto, crina branca e 2,10 m de altura. Ele nasceu em 1965, quando o clube ascendeu à primeira divisão. Ele acompanha as partidas no estádio do clube desde 1998. O nome vem do famoso jogador e mais tarde comentarista Günter Netzer, que jogou 297 partidas pela equipe em dez anos, fazendo 108 gols. Jünter é uma forma renana do nome.
Foto: picture alliance/dpa/Revierfoto
A águia Attila, mascote do Frankfurt
Só o Colônia e o Frankfurt têm mascotes vivos. A asas da águia Attila têm uma envergadura de até dois metros. O animal pesa quatro quilos. Attila participa de todos os jogos quando a equipe atua em casa. Ele tem até cartão autografado com sua pegada.
Foto: picture alliance/Sven Simon/W. Schmitt
O dragão Schanzi, do Ingolstadt
O dragão vermelho apoia o Ingolstadt desde 2011. Seu nome vem de "Schanzer", apelido de quem mora na cidade. O número da camisa dele é 4, pois o clube foi fundado em 2004. O dragão de dois metros de altura só não consegue cuspir fogo.
Foto: picture alliance/M.i.S.-Sportpressefoto
Bulli, do RB Leipzig
O clube existe desde 2009. Na realidade, seu nome é RasenBallsport Leipzig, mas a fabricante de bebidas RedBull usa as iniciais para "Rote Bulle" (boi vermelho, em alusão ao símbolo da marca). O nome Bulli foi escolhido pelos torcedores.
Foto: picture-alliance/dpa/J. Woitas
Hoffi, do Hoffenheim
O alce Hoffi nasceu em 2004 e nunca perdeu uma partida do time em casa. O talismã do ex-goleiro Christian Baumgärtner era um alce, que ficava no banco de reservas. A mascote tem dois metros de altura e pesa 100 quilos.
Foto: picture alliance/augenklick
Herthinho, do Hertha Berlim
O símbolo de Berlim e da equipe da capital alemã é o urso-pardo. Por isso, esse também é sua mascote. Mas no clube dizem que Herthinho é um urso-pardo trazido do Brasil quando o então empresário Dieter Hoeness retornou de um giro pela América do Sul em 1999. Com 2,35 e 128 quilos, é a maior mascote da Bundesliga. Ele já existia quando o brasileiro Marcelo Paraíba jogou no clube, de 2000 a 2006.
Foto: picture-alliance/dpa
Os sem mascotes
Quatro equipes que disputam a temporada 2016/2017 da primeira divisão do campeonato alemão não têm mascotes: Darmstadt, Augsburg, Werder Bremen e Mainz.