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Deutsche Bank sofre críticas por tuíte sobre Bolsonaro

17 de outubro de 2018

Banco alemão publica que candidato do PSL é "o favorito do mercado" e causa indignação em internautas. Instituição alega se tratar apenas de uma avaliação econômica e reitera não apoiar partidos nem políticos.

Fachada e letreito do banco alemão Deutsche Bank
O Deutsche Bank alega que a afirmação faz parte de uma análise de mercado retratada em seu boletim econômico diárioFoto: picture-alliance/dpa/F. Rumpenhorst

O banco alemão Deutsche Bank se referiu no Twitter a Jair Bolsonaro (PSL) como "o candidato favorito do mercado" e despertou indignação e duras críticas de internautas alemães nas redes sociais. A instituição justificou apenas nesta semana o teor da postagem, feita em 5 de outubro, ainda antes da votação do primeiro turno.

"As eleições presidenciais começam no domingo com o primeiro turno – o neoliberal Bolsonaro é o candidato favorito dos mercados", dizia a mensagem do Deutsche Bank, em sua conta oficial do Twitter, publicada em 5 de outubro.

Depois de reações negativas nas redes sociais, o Deutsche Bank reagiu na segunda-feira (15/10). "Não apoiamos partidos nem políticos", escreveu o banco. "A declaração de 5 de outubro trata de uma avaliação de uma análise de mercado retratada em nosso boletim diário Perspectivas da Manhã", disse o banco.

No citado boletim diário, o Deutsche Bank escreveu o seguinte: "Embora quase um terço dos eleitores ainda esteja indeciso, o candidato esquerdista apoiado por Lula, Fernando Haddad, e o conservador de direita Jair Bolsonaro são os favoritos. O mercado parece já ter encontrado seu candidato favorito: em caso de vitória, o neoliberal Bolsonaro prometeu vender empresas estatais para sanar o orçamento público".

Em entrevista ao jornal alemão Tageszeitung (taz), um porta-voz do Deutsche Bank explica que a postagem original de 5 de outubro "não é uma classificação do político e da pessoa Jair Bolsonaro, mas uma avaliação da situação específica do mercado para o Brasil". Ele também lamenta que, devido à quantidade reduzida de caracteres no Twitter, os leitores possam ter tido uma impressão diferente do que a pretendida pelo banco.

Internautas alemães acusaram o Deutsche Bank de minimizar as posições controversas de Bolsonaro. "Vocês desejam um fascista", escreveu um deles. "Eu já há muito tempo por que não tenho mais uma conta com vocês", escreveu outra pessoa. Muitos aproveitaram para criticar a "falta de moral e bom senso do mercado em detrimento da sociedade" e citaram termos como "formação de cartel", "manipulação de juros", "especulação" e "doações a partidos".

Em sua avaliação, no entanto, o Deutsche Bank não está sozinho na Alemanha. O especialista em câmbio do banco alemão Commerzbank, Thu Lan Nguen, também descreveu Bolsonaro como "o candidato favorito do mercado". E Martin Güth, analista do Landesbank Baden-Württemberg, seguiu o mesmo tom. "Os mercados financeiros favorecem Bolsonaro, que quer fazer do banqueiro de investimentos Paulo Guedes o superministro da Economia e das Finanças", disse ele à agência de notícias Reuters.

Por fim, o taz diz que o Deutsche Bank possui um histórico de doações a partidos políticos alemães. Segundo dados da associação Lobbycontrol, doou desde 2000 mais de 2,8 milhões de euros para a União Democrata Cristã (CDU), mais de 1,3 milhão para o Partido Liberal Democrático (FDP), 380 mil euros ao Partido Social-Democrata (SPD), mais de 195 mil à União Democrata Cristã (CSU) e mais de 70 mil euros ao Partido Verde.

PV/ots

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