Para quem não tem paciência para números, o Relatório Estatístico Anual é algo terrivelmente árido. Contudo, as 700 páginas da edição 2015 trazem algumas recompensas para aqueles que têm coragem de garimpá-las.
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Todos os anos, a o Departamento Federal de Estatísticas (Destatis) publica um relatório sobre a economia, a sociedade e o meio-ambiente na Alemanha. Listamos dez dos fatos mais interessantes sobre a edição de 2015.
1- Mais mulheres trabalhando
A fim de combater a falta de mão de obra, nos últimos anos Berlim instituiu incentivos para que mais mulheres possam estar profissionalmente ativas. Com 69%, a taxa de emprego feminino na Alemanha é a sexta mais alta da Europa. A taxa masculina continua sendo mais elevada: com 78% – o terceiro lugar no continente, atrás da Suíça e da Holanda.
2- Menos agricultores
A vida rural é considerada chique na Alemanha. Viver no campo é o ideal daqueles que podem arcar com os custos, porém, apenas uma minoria trabalha na agricultura. Consequentemente, o setor representa apenas 0,9% do PIB nacional. Na França (1,7%), Espanha (2,3%) ou Romênia (6,4%), plantações e tratores têm uma importância econômica bem maior.
3- Mais criativos
A Alemanha é o país europeu em que mais pessoas trabalham nos setores criativo, artístico ou de entretenimento: 226 entre cada mil habitantes. Na Islândia, por exemplo, essa parcela não passa de 1,6.
4- Menos motoristas
A tradicional fama de nação mais motorizada do mundo não se sustenta: tanto na Itália (621) como em Malta (592), Finlândia (560) e Chipre (549) há mais automóveis para cada mil habitantes do que na Alemanha, onde seu número fica em 530.
5- Aumento demográfico no Leste
Passados 25 anos deste a reunificação alemã, pela primeira vez neste ano os estados da antiga Alemanha Oriental (inclusive Berlim) ganharam mais habitantes do que perderam. De longe, nessas migrações internas quem mais saiu em desvantagem foi a Renânia do Norte-Vestfália (estado de Colônia, Düsseldorf, Bonn). A principal ganhador de moradores é a Baviera, seguida de Berlim e Schleswig-Holstein.
6- Imigração crescente
Os atuais movimentos migratórios ainda não foram considerados no relatório 2015 do Destatis. Assim, apesar de conter o prognóstico demográfico de uma "maior imigração", ele prevê uma redução da população da Alemanha de 82 milhões para 73 milhões, até 2060. O próximo relatório talvez retifique essa projeção.
7- Mais imigrantes do que emigrantes
Embora a contragosto para alguns, a Alemanha aparentemente se confirma como país de imigrantes. Desde o ano de 1985 chegam mais pessoas ao país do que o abandonam. A única exceção foi período 2008-2009.
8- Preferência suíça
Em 2013, 140.300 alemães trocaram seu país pela vida no exterior. A maior parte emigrou para Suíça, os Estados Unidos ou a Áustria.
9- Afluxo polonês
Antes da onda migratória em curso, a maioria dos que imigraram para a Alemanha vinham da Polônia, Romênia ou Bulgária.
10- Universidades atraentes
Sobe, sobretudo, o número daqueles que procuram a Alemanha para estudar. As universidades e faculdades do país apresentam-se cada vez mais atraentes para estudantes de todo o mundo. No momento, a maioria deles provém da China, Índia ou Rússia.
Onde a Alemanha é mais bonita
Os alemães gostam de visitar o próprio país porque a variedade de locais é muito grande. Praias, montanhas, castelos, vilas, florestas e lagos são atrações de tirar o fôlego.
Foto: picture alliance/Bildagentur Huber
Borkum
Com cerca de 2 mil horas de sol por ano, Borkum é um dos lugares mais ensolarados da Alemanha. A ilha mais a oeste do Mar do Norte, também chamada de pérola do Mar do Norte, fica no Parque Nacional Wattenmeer. Com cerca de 30 metros quadrados, Borkum tem clima marítimo, extensas praias de areia e muita cultura.
Foto: picture-alliance/dpa/I. Wagner
Mar de Wadden
Duas vezes por dia, a maré baixa e deixa exposto o fundo do mar, habitado pelos mais diversos animais, incluindo caramujos e mexilhões. A paisagem no extremo norte alemão foi declarada Patrimônio da Humanidade pela Unesco. Os estados de Schleswig-Holstein, Hamburgo e Baixa Saxônia reconheceram suas porções do Mar de Wadden (Wattenmeer, em alemão) como parques nacionais.
Foto: imago/Westend61
Rügen
Sol, praia e mar: a maior ilha alemã, também chamada de peróla do Mar Báltico, pertence ao estado de Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental. Baías dividem a ilha em várias penínsulas, fazendo com que a costa tenha 570 quilômetros de extensão. Assim como Borkum, Rügen é uma das regiões mais ensolaradas da Alemanha. As longas praias de areia branca, como Sellin (foto), são muito populares.
Foto: picture-alliance/dpa/S. Sauer
Alpes de Berchtesgaden
Os Alpes de Berchtesgaden são um paraíso para turistas e fãs de caminhadas e escaladas. Com 2.713 metros, a Watzmann (foto) é a terceira maior montanha da Alemanha e um dos símbolos da região. Com seus montes, trilhas, lagos e florestas, os Alpes localizados na Baviera, na fronteira com a Áustria, são uma das áreas montanhosas mais populares da Alemanha.
Foto: Imago/R. Mirau
Berlim
Ano após ano, a capital à beira do rio Spree bate recordes em número de turistas. Muitos viajantes querem sentir o espírito do lugar em que grande parte da história alemã recente foi escrita. O Portão de Brandemburgo é parada obrigatória – antigo símbolo da divisão alemã, o marco está hoje no centro de uma cidade pulsante.
Foto: Imago/J. Tack
Rothenburg ob der Tauber
Uma das mais belas cidades alemãs, Rothenburg ob der Tauber convida para uma viagem ao passado. Afinal, em nenhum outro lugar construções da Idade Média estão tão bem preservadas como aqui. Com mais de 2 milhões de visitantes por ano, a localidade é uma das atrações mais populares do estado da Baviera.
Foto: gemeinfrei/Berthold Werner
Loreley
Nenhum lugar simboliza tanto o romantismo do rio Reno como as rochas de Loreley. Em cima de uma pedra, está sentada uma linda mulher que penteia seus cabelos loiros e canta. Os marinheiros que passam pelo local se distraem com a sereia e acabam batendo seus barcos contra as rochas: ao menos assim diz a lenda. Mas uma coisa é certa: volta e meia um navio se acidenta mesmo neste ponto do Reno.
Foto: imago
Heidelberg
O castelo romântico no topo do centro histórico de Heidelberg é uma ruína e uma das atrações turísticas mais famosas da Alemanha desde o século 19. No passado, era a residência dos príncipes-eleitores da região do Palatinado. O castelo foi destruído em 1693, durante a Guerra dos Nove Anos. Várias vezes por ano a ocasião é lembrada com fogos de artifício sobre a construção.
Foto: imago/Volker Preußer
Wutachschlucht
A ravina ou desfiladeiro do rio Wutach, também conhecida como Grand Canyon da Floresta Negra, é um impressionante fenômeno natural. Ao longo do tempo, o pequeno rio Wutach formou um vale com até 200 metros de profundidade e cerca de 50 quilômetros de extensão. Uma experiência inesquecível para fãs de caminhada.
Foto: picture-alliance/dpa/R. Haid
Suíça Saxônica
Estas belas paisagens podem ser apreciadas no leste da Alemanha, nas proximidades de Dresden. Com suas falésias, vales e desfiladeiros, o Parque Nacional da Suíça Saxônica tem mais de 36 mil hectares. Desde 2006, fãs de caminhadas podem fazer a trilha Malerweg (caminho dos pintores), em meio às falésias de arenito. O nome homenageia os pintores do Romantismo, que buscavam inspiração no local.
Foto: picture alliance/ZB
Chiemsee
O maior lago da Baviera, também chamado de mar da Baviera, tem cerca de 80 quilômetros quadrados. Ele surgiu há cerca de 10 mil anos e tem várias ilhas. Numa delas está a principal atração: o Neues Schloss (Novo Castelo). Com ele, o rei bávaro Ludwig 2º quis realizar seu sonho de construir a "Versalhes da Baviera". O lago e seu castelo atraem visitantes de todo o mundo.
Foto: picture alliance/Bildagentur Huber
Lago de Constança
O maior lago da Alemanha tem cerca de 70 km de extensão, em alguns lugares 14 km de largura e 254 metros em seu ponto mais profundo. Ele se localiza na borda dos Alpes, no triângulo fronteiriço da Alemanha com a Áustria e a Suíça. Um dos seus destaques é a ilha das flores de Mainau. Mais de 1 milhão de pessoas visitam o local todos os anos. A chamada Escadaria Espanhola (foto) é uma das atrações.
Foto: picture-alliance/dpa
Castelo de Neuschwanstein
Este é o castelo mais popular do rei bávaro Ludwig 2º. O tímido monarca construiu a edificação para se retirar da vida pública. Mas, desde 1886, um pouco depois de sua morte, seu refúgio foi aberto aos visitantes. O castelo romântico no sul da Baviera é muito popular entre os turistas estrangeiros, em especial os japoneses. Cerca de 1,4 milhão de pessoas vão ao local todo os anos.
Foto: picture-alliance/ZB/F. Baumgart
Königssee
O profundo lago cristalino com sua famosa capela de São Bartolomeu, um local de peregrinação, é rodeado por um panorama grandioso com as montanhas dos Alpes. Ele é o coração do Parque Nacional de Berchtesgaden e muito famoso por seu eco. O viajante pode vivenciar o impressionante fenômeno em passeios de barcos. Um destino ideal para amantes de lagos e montanhas, mas também para românticos.