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Dez países exigem ingresso simultâneo na OTAN

Estelina Farias5 de julho de 2002

Os chefes de governo e peritos em defesa dos dez candidatos do Leste Europeu exigiram uma aceitação conjunta e ingresso simultâneo dos seus países na OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte).

Candidatos à OTAN reunidos em RigaFoto: AP

A exigência foi feita num encontro em Riga, nesta sexta-feira (5). Todos compartilham os valores da aliança militar e fizeram avanços rumo à comunidade de 19 países, disse o anfitrião e ministro de Relações Exteriores da Letônia, Indulis Berzins, na abertura do encontro de dois dias na ex-república soviética.

O lema da conferência "Ponte para Praga" é uma alusão ao encontro de cúpula da OTAN marcado para novembro, na capital de República Tcheca, para decidir sobre a aceitação de novos aliados. Os candidatos são ex-membros do antigo bloco comunista: Letônia, Estônia, Lituânia, Eslováquia, Albânia, Bulgária, Macedônia, Romênia, Eslovênia e Croácia.

Os aspirantes exigiram sua aceitação conjunta e ingresso simultâneo na aliança militar com o argumento de que assim seria garantida a segurança e a estabilidade na Europa. Se a OTAN vai atender a exigência é outra questão. O problema não é quando mas quem será aceito. O ingresso da Letônia, Estônia, Lituânia e Eslovênia é tido como certo.

Ditadura não tem chance

A aceitação da República Eslovaca ainda depende do resultado da eleição prevista para o outono europeu. As chances serão mínimas se o ex-primeiro-ministro e atual líder da oposição Vladimir Meciar retornar ao poder. Meciar é visto no Ocidente como "não democrático" e durante o seu governo houve violações maciças dos direitos humanos.

As chances da Romênia e Bulgária parecem grandes, porque a França tem se empenhado muito pela filiação de ambos os países. Albânia e Macedônia continuam registradas como candidatos, mas caíram no esquecimento. A Croácia manifestou interesse em filiar-se à OTAN só após a morte do presidente Franjo Tudjaman.

Do extinto Pacto de Varsóvia, a aliança antagônica da OTAN nos tempos da Guerra Fria, Polônia, Hungria e República Tcheca já se aliaram ao Ocidente três anos atrás, a despeito da resistência da Rússia.

Conseqüências de 11 de setembro

O cenário geopolítico mudou em virtude dos atentados em Nova York e Washington, com saldo de quase três mil mortos. Depois de 11 de setembro, a OTAN convocou, pela primeira vez em sua história, a cláusula que prevê uma reação conjunta dos aliados em defesa a um parceiro atacado. Os dez Estados candidatos aderiram, imediatamente, à aliança contra o terror convocada pelos Estados Unidos, permitiram o uso do seu espaço aéreo e dos conhecimentos de seus serviços secretos. O presidente russo Vladimir Putin também parece ter capitulado na resistência feroz ao ingresso das ex-repúblicas soviéticas (Estônia, Letônia e Lituânia) na OTAN.

A Letônia quer brilhar como novo aliado com a sua especialidade em desativação de bombas. A OTAN recomendou que os candidatos se esforçassem para se tornarem indispensáveis por causa de suas especializações. A Letônia parece ter conseguido isso no setor de desativação de explosivos. Por isso, o pequeno país se acha no melhor caminho para a OTAN. Desde 1993 foram desativadas ou detonadas premeditadamente 50 mil bombas no país.