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Dezenas de bancos alemães envolvidos nos "Panama Papers"

5 de abril de 2016

Uma série de instituições, incluindo grandes nomes como Deutsche Bank e Commerzbank, teria usado serviços do escritório de advocacia panamenho Mossack Fonseca. Autoridades alemãs pedem mais transparência.

Frankfurt Skyline
Foto: Imago/Westend61

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01:27

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A edição desta terça-feira (05/04) do jornal alemão Süddeutsche Zeitung (SZ) noticia que ao menos 28 instituições bancárias alemãs têm ligação com o escritório de advocacia e consultoria panamenho Mossack Fonseca, alvo das revelações dos chamados Panama papers.

Ao menos seis dos sete principais bancos alemães utilizaram serviços escritório, através da criação de mais de 1,2 mil empresas de fachada e da representação de interesses de seus clientes, afirma o diário.

Além do Deutsche Bank, a maior instituição bancária do país, o Commerzbank, o BayernLB e o antigo Dresdener Bank também teriam se envolvido em negócios com a Mossack Fonseca.

Alguns desses bancos afirmam que mudaram recentemente suas políticas de negócios, como o Commerzbank, que teria, a partir de 2008, "redirecionado" seu modo de operar. O BayernLB informou que a empresa subsidiária correspondente às denúncias dos Panama Papers já havia sido vendida e anunciou que irá lançar uma investigação aprofundada sobre o assunto.

O Deutsche Bank afirmou em comunicado que "em princípio, não há informações sobre potenciais ou reais relações comerciais" com a firma panamenha. A instituição diz que desde novembro do ano passado tem recusado "clientes em determinados locais e grupos de clientes com perfil de alto risco", segundo informou o Süddeutsche Zeitung.

Em todo o mundo, mais de quinhentas instituições bancárias utilizaram os serviços da Mossack Fonseca, segundo o Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ, na sigla em inglês), com o qual SZ colabora e que investigou os chamados Panama Papers.

Maior transparência

O ministro alemão da Justiça, Heiko Maas, disse após as denúncias do Süddeutsche Zeitung e das emissoras NDR e WDR, que planeja a criação de um "registro de transparência" para combater a sonegação fiscal, no qual as empresas de fachada sejam obrigadas a revelar os nomes de seus verdadeiros proprietários.

"O sigilo deve acabar", disse Maas, ressaltando que mais transparência é um "elemento importante na luta contra a sonegação fiscal e o financiamento do terrorismo".

O ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schäuble, afirmou que as revelações não o surpreenderam totalmente, mas disse que elas devem ser usadas para combater a sonegação fiscal. As denúncias "aumentam a pressão para que os abusos sejam abolidos", observou.

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Para tal, Schäuble anunciou que "iniciativas adicionais" deverão ser introduzidas e, assim como o ministro da Justiça, exigiu maior transparência das instituições e empresas, para que os verdadeiros donos sejam identificados e paguem devidamente os impostos.

RC/dw/ots

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