Dezenas de migrantes morrem em naufrágios no Mar Egeu
22 de janeiro de 2016
Embarcações de madeira transportavam refugiados da Turquia para a Grécia, porta de entrada da UE. Entre as mais de 40 vítimas, há ao menos 17 crianças. Guarda costeira busca sobreviventes.
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Ao menos 42 migrantes, incluindo 17 crianças, morreram na costa da Grécia nesta sexta-feira (22/01), após o naufrágio de dois barcos que tentavam fazer a travessia do Mar Egeu com destino à União Europeia (UE). Dezenas resistiram, e uma operação de busca está em andamento para resgatar outros possíveis sobreviventes.
No primeiro incidente, um barco de madeira, que levava 49 pessoas e havia partido da Turquia, naufragou próximo à ilha de Farmakonisi. Quarenta dos passageiros conseguiram chegar à costa, enquanto as autoridades resgataram uma menina e recuperaram oito corpos – de seis crianças e duas mulheres –, afirmou a guarda costeira grega.
Poucas horas depois, outra embarcação de madeira afundou nos arredores da ilha de Kalolimnos, ao sul de Farmakonisi. A guarda costeira salvou 26 pessoas e recuperou 34 corpos, incluindo os de 11 crianças. Os sobreviventes estimam que a embarcação levasse entre 40 e 70 pessoas, e, portanto, não se sabe quantas pessoas ainda estão desaparecidas.
A Grécia se tornou a principal porta de entrada da União Europeia para refugiados. Em 2015, mais de 800 mil migrantes entraram no país. A grande maioria veio pelo mar, partindo da Turquia. Centenas de pessoas morreram durante a travessia, que fica ainda mais perigosa durante o inverno.
A Organização Internacional de Migrações (OIM) estima que 31 mil migrantes tenham chegado à Grécia pelo mar somente desde o início deste ano, a maioria com a intenção de ir para a Alemanha e para a Suécia. Segundo a OIM, 77 pessoas morreram tentando cruzar o Mediterrâneo nesse período.
CN/ap/rtr/dpa/afp
Estações da fuga em imagens
Cerca de 3,7 mil quilômetros separam a Alemanha da Síria. Para os refugiados da guerra civil, essa viagem dura semanas até meses. E ela é perigosa, também na rota dos Bálcãs.
Foto: picture-alliance/dpa/N. Armer
Últimas forças
Duma é uma cidade síria a nordeste de Damasco. Mesmo ferido, um homem procura por sobreviventes nos escombros. Pouco antes, a região foi atacada por bombardeios das forças armadas sírias. Desde o início da guerra civil, em 2011, mais de 250 mil pessoas morreram no país, segundo as Nações Unidas.
Foto: picture-alliance/A.A./M. Rashed
Terror ao alcance dos olhos
No campo de refugiados em Suruc, na Turquia, cerca de 40 mil sírios procuraram refúgio da guerra civil. A poucos quilômetros dali, em Kobane, o conflito continua. O campo é organizado como uma pequena cidade, com mesquita, escola e ruas. Ninguém quer permanecer aqui por muito tempo.
Foto: Getty Images/C. Court
Marcas da guerra
Abdurrahman Yaser al-Saad conseguiu chegar à cidade portuária turca de Izmir. O sírio de 16 anos mostra aos outros refugiados uma cicatriz enorme na barriga. Ele estava na escola quando as forças armadas sírias bombardearam o local e ele ficou gravemente ferido.
Foto: picture-alliance/AA/E. Menguarslan
Esperança de uma vida melhor
Na viagem em direção à Europa, muitos refugiados acabam em Izmir. Daqui eles desejam ir para a Grécia. Coletes salva-vidas são fundamentais, pois muitos não sabem nadas, e os barcos dos atravessadores ficam superlotados. Enquanto aguardam a partida, muitos dormem ao ar livre, porque não podem pagar um hotel.
Foto: picture-alliance/AA/E. Atalay
Jogado de volta
Com suas últimas forças, esse refugiado conseguiu nadar de volta até a praia de Bodrum, na Turquia. Pouco antes ele havia tentado alcançar um barco de atravessadores, que, por muito dinheiro, levam as pessoas ilegalmente até a Grécia. As embarcações estão sempre superlotadas.
Foto: Getty Images/AFP/B. Kilic
Desamparo
Na praia de Kos, uma ilha grega, turistas observam como refugiados tentam chegar à costa com um barco inflável. A viagem ilegal de Bodrum até aqui custa cerca de mil euros por pessoa. São apenas quatro quilômetros de distância, mas muitos não sabem nadar e acabam morrendo afogados.
Foto: picture-alliance/dpa/Y. Kolesidis
Realidade incômoda
No caminho para o hotel ou para a praia, turistas passam por muitos refugiados. Devem olhar? Devem ajudar?
Foto: picture-alliance/AA/G. Balci
Com braços e pernas
Da Grécia, muitos refugiados tentam chegar à Europa ocidental pelos Bálcãs. Uma estação importante é a cidade de Gevgelija, na Macedônia. Depois de dias de espera, todos desejam conseguir um lugar em um trem para a Sérvia.
Foto: picture-alliance/dpa/G. Licovski
Passo a passo
Já nas primeiras horas do dia, centenas de refugiados caminham ao longo da linha do trem, da Sérvia para a Hungria. De lá, muitos desejam ir para a Áustria ou Alemanha. A caminhada de quilômetros exige de muitos suas últimas forças.
Foto: Getty Images/AFP/A. Messinis
Desespero
Com medo de ser levado para um campo de refugiados na Hungria, o pai sírio se joga, com sua mulher e filho, nos trilhos da estação de Bicske. Eles achavam que o trem os levaria de Budapeste até Viena. Em vez disso, eles devem ser registrados pelas autoridades húngaras.
Foto: Reuters/L. Balogh
Quase lá
Centenas de refugiados do Iraque, da Síria e do Afeganistão decidiram ir a pé até a Áustria, caminhando pela rodovia. Eles esperaram durante dias por um trem na estação de Budapeste. A polícia, porém, bloqueia o trecho com frequência.
Foto: picture-alliance/dpa/B. Roessler
Finalmente a chegada
Estação central de Munique: a esperança de muitos refugiados está na chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel. Diferente de outros países europeus, eles se sentem bem-vindos na Alemanha.