Dois barcos de refugiados afundam dentro de poucas horas no Mediterrâneo. Ao menos 13 pessoas morrem e por volta de 40 ainda estão desaparecidas, mas é pouca a chance de encontrá-las vivas.
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Um bote inflamável com 46 refugiados a bordo colidiu neste domingo (20/09) com uma balsa no Mar Egeu, diante da costa turca. De acordo com a guarda costeira da Turquia, ao menos 13 pessoas morreram afogadas e outras 13 continuam desaparecidas.
Segundo a agência de notícias Dogan, quatro crianças estariam entre os mortos. Outros 20 ocupantes do barco, que estava a caminho da ilha grega de Lesbos, foram salvos.
Pouco antes do acidente, outro bote, provavelmente também com 46 refugiados a bordo, afundou pouco antes de chegar à ilha grega de Lesbos. Segundo a guarda costeira da Grécia, 20 pessoas puderam ser salvas e o restante continua desaparecido. Um helicóptero da Frontex, missão de patrulhamento da União Europeia, avistou as pessoas nas primeiras horas da manhã em meio à maré alta.
No sábado, uma criança síria de cinco anos morreu devido a outro acidente de barco naquela área. Além da criança, outros 26 ocupantes do barco afundado ainda estão desaparecidos e 11 pessoas puderam ser salvas.
Centenas de pessoas morrem na costa turca
Nos últimos meses, um número cada vez maior de refugiados tenta chegar, a bordo de botes infláveis, às ilhas gregas ou italianas a partir da Turquia e Líbia. Muitos deles naufragam. Somente no último sábado, foram resgatados 4.500 refugiados diante da costa líbia no Mediterrâneo.
Segundo a guarda costeira italiana, as pessoas foram resgatadas tanto por barcos particulares quanto por embarcações militares e policiais. Um navio da Marinha alemã também participou da missão de resgate.
O vice-primeiro-ministro turco, Numan Kurtulmus, afirmou na sexta-feira que, desde o início deste ano, mais de 270 refugiados morreram afogados na costa turca e que mais de 53 mil teriam sido resgatados pela guarda costeira do país.
CA/afp/rtr/ap
Estações da fuga em imagens
Cerca de 3,7 mil quilômetros separam a Alemanha da Síria. Para os refugiados da guerra civil, essa viagem dura semanas até meses. E ela é perigosa, também na rota dos Bálcãs.
Foto: picture-alliance/dpa/N. Armer
Últimas forças
Duma é uma cidade síria a nordeste de Damasco. Mesmo ferido, um homem procura por sobreviventes nos escombros. Pouco antes, a região foi atacada por bombardeios das forças armadas sírias. Desde o início da guerra civil, em 2011, mais de 250 mil pessoas morreram no país, segundo as Nações Unidas.
Foto: picture-alliance/A.A./M. Rashed
Terror ao alcance dos olhos
No campo de refugiados em Suruc, na Turquia, cerca de 40 mil sírios procuraram refúgio da guerra civil. A poucos quilômetros dali, em Kobane, o conflito continua. O campo é organizado como uma pequena cidade, com mesquita, escola e ruas. Ninguém quer permanecer aqui por muito tempo.
Foto: Getty Images/C. Court
Marcas da guerra
Abdurrahman Yaser al-Saad conseguiu chegar à cidade portuária turca de Izmir. O sírio de 16 anos mostra aos outros refugiados uma cicatriz enorme na barriga. Ele estava na escola quando as forças armadas sírias bombardearam o local e ele ficou gravemente ferido.
Foto: picture-alliance/AA/E. Menguarslan
Esperança de uma vida melhor
Na viagem em direção à Europa, muitos refugiados acabam em Izmir. Daqui eles desejam ir para a Grécia. Coletes salva-vidas são fundamentais, pois muitos não sabem nadas, e os barcos dos atravessadores ficam superlotados. Enquanto aguardam a partida, muitos dormem ao ar livre, porque não podem pagar um hotel.
Foto: picture-alliance/AA/E. Atalay
Jogado de volta
Com suas últimas forças, esse refugiado conseguiu nadar de volta até a praia de Bodrum, na Turquia. Pouco antes ele havia tentado alcançar um barco de atravessadores, que, por muito dinheiro, levam as pessoas ilegalmente até a Grécia. As embarcações estão sempre superlotadas.
Foto: Getty Images/AFP/B. Kilic
Desamparo
Na praia de Kos, uma ilha grega, turistas observam como refugiados tentam chegar à costa com um barco inflável. A viagem ilegal de Bodrum até aqui custa cerca de mil euros por pessoa. São apenas quatro quilômetros de distância, mas muitos não sabem nadar e acabam morrendo afogados.
Foto: picture-alliance/dpa/Y. Kolesidis
Realidade incômoda
No caminho para o hotel ou para a praia, turistas passam por muitos refugiados. Devem olhar? Devem ajudar?
Foto: picture-alliance/AA/G. Balci
Com braços e pernas
Da Grécia, muitos refugiados tentam chegar à Europa ocidental pelos Bálcãs. Uma estação importante é a cidade de Gevgelija, na Macedônia. Depois de dias de espera, todos desejam conseguir um lugar em um trem para a Sérvia.
Foto: picture-alliance/dpa/G. Licovski
Passo a passo
Já nas primeiras horas do dia, centenas de refugiados caminham ao longo da linha do trem, da Sérvia para a Hungria. De lá, muitos desejam ir para a Áustria ou Alemanha. A caminhada de quilômetros exige de muitos suas últimas forças.
Foto: Getty Images/AFP/A. Messinis
Desespero
Com medo de ser levado para um campo de refugiados na Hungria, o pai sírio se joga, com sua mulher e filho, nos trilhos da estação de Bicske. Eles achavam que o trem os levaria de Budapeste até Viena. Em vez disso, eles devem ser registrados pelas autoridades húngaras.
Foto: Reuters/L. Balogh
Quase lá
Centenas de refugiados do Iraque, da Síria e do Afeganistão decidiram ir a pé até a Áustria, caminhando pela rodovia. Eles esperaram durante dias por um trem na estação de Budapeste. A polícia, porém, bloqueia o trecho com frequência.
Foto: picture-alliance/dpa/B. Roessler
Finalmente a chegada
Estação central de Munique: a esperança de muitos refugiados está na chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel. Diferente de outros países europeus, eles se sentem bem-vindos na Alemanha.