Longa escolhido na próxima semana será o representante brasileiro por uma vaga entre os indicados a melhor filme em língua estrangeira. Lista conta com "Aquarius" e "Chatô - O rei do Brasil".
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Dezesseis longas nacionais participarão da seleção que escolherá o representante brasileiro na disputa por uma vaga entre os indicados a melhor filme em língua estrangeira do Oscar 2017. A lista foi divulgada pela Secretaria do Audiovisual, nesta segunda-feira (05/09). O número de inscrições quase dobrou em relação ao ano anterior, que teve nove concorrentes à indicação.
O período de inscrições encerrou-se em 31 de agosto e, até sexta-feira, foi aceito material postado até o término das inscrições. Após esse período, o Ministério da Cultura analisou a documentação recebida para a habilitação dos candidatos. "No ano passado, houve nove filmes inscritos. Já este ano foi quase o dobro", afirmou o secretário do Audiovisual do Ministério da Cultura, Alfredo Bertini.
O filme A Hora e a Vez de Augusto Matraga, de Vinicius Coimbra, foi inabilitado por ter sido lançado fora do período exigido pela academia americana, de 1° de outubro de 2015 a 30 de setembro de 2016.
A seleção brasileira de filmes, no entanto, também teve a sua polêmica. Conforme previamente anunciado, os longas Boi neon, de Gabriel Mascaro, e Mãe só há uma, de Anna Muylaert, estão fora da lista. Ambos os diretores retiraram suas obras por questionarem a imparcialidade da comissão, alvo de polêmica porque o crítico e integrante da comissão Marcos Petrucelli condenou o protesto contra o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff em Cannes pela equipe do filme Aquarius, além de ter acusado o diretor Kleber Mendonça Filho de ter usado dinheiro público para viajar ao festival francês.
Em 12 de setembro, após avaliação dos integrantes da comissão especial, será anunciado o nome do filme escolhido, em cerimônia na Cinemateca Brasileira, em São Paulo. A escolha da película é realizada por uma comissão nomeada pelo Ministério da Cultura especialmente para esse fim, composta por integrantes de "currículos robustos de diversas partes do Brasil" e que "integram diversas etapas da cadeia produtiva do audiovisual", explicou Bertini.
A comissão é formada por Adriana Scorzelli Rattes, Luiz Alberto Rodrigues, George Torquato Firmeza, Marcos Petrucelli, Paulo de Tarso Basto Menelau, Silvia Maria Sachs Rabello, Sylvia Regina Bahiense Naves, Carla Camurati e Bruno Barreto.
Confira a lista completa:
A Despedida, de Marcelo Galvão
Mais Forte que o Mundo, de Afonso Poyart
O Outro Lado do Paraíso, de André Ristum
Pequeno Segredo, de David Schürmann
Chatô - O Rei do Brasil, de Guilherme Fontes
Uma Loucura de Mulher, de Marcus Ligocki Júnior
Aquarius, de Kleber Mendonça Filho
Nise - O coração da loucura, de Roberto Berliner
Vidas Partidas, de Marcos Schetchman
O Começo da Vida, de Estela Renner
Menino 23: Infâncias perdidas no Brasil, de Belisario França
Tudo que Aprendemos Juntos, de Sérgio Machado
Campo Grande, de Sandra Kogut
A Bruta Flor do Querer, de Andradina Azevedo e Dida Andrade
Até que a Casa Caia, de Mauro Giuntini
O Roubo da Taça, de Caito Ortiz
PV/ots
ERRAMOS: Diferente do informado anteriormente, "Aquarius", de Kleber Mendonça Filho, está na lista dos filmes brasileiros que concorrem a uma indicação ao Oscar 2017.
Cineastas alemães em Hollywood
De Ernst Lubitsch a Dennis Gansel, os diretores alemães de cinema foram responsáveis por grandes sucessos hollywoodianos.
Foto: Universumfilm/Daniel Smith
O pioneiro: Ernst Lubitsch
Em 1922, o berlinense Ernst Lubitsch se tornou um dos primeiros diretores estrangeiros a tentar sua sorte nos EUA. Como cineasta, ele era reservado e sabia tanto lidar com um grande número de figurantes quanto chegar ao sucesso comercial – uma combinação perfeita para Hollywood. Posteriormente, o diretor se tornou famoso com a realização de comédias.
Foto: AP
O estilista: Friedrich Wilhelm Murnau
Na esteira do sucesso de Lubitsch, seguiu-se Friedrich Wilhelm Murnau. Ele já havia se estabelecido no cinema mudo alemão antes de alcançar reputação em Hollywood. Murnau era considerado um artista da imagem com uma fértil imaginação. Seu clássico do cinema de horror "Nosferatu" (foto) foi um marco do gênero. Murnau morreu num acidente de carro na Califórnia em 1931.
Foto: picture-alliance/dpa
O diretor de sucessos: Fritz Lang
Como outros cineastas, Fritz Lang fugiu do regime nazista e emigrou para os EUA na década de 1930. Lang, que era conhecido em sua nova pátria por filmes como "Metrópolis" (1927) e "M, o vampiro de Düsseldorf" (1930), trabalhou em Hollywood até meados de 1950. Ali, ele dirigiu películas de aventura e suspense, como "Quando desceram as trevas", estrelado por Ray Milland e Marjorie Reynolds (foto).
Foto: picture-alliance/dpa/akg-images
O artista: Wim Wenders
Depois de uma longa pausa, cineastas do Novo Cinema Alemão passaram a tentar novamente sua sorte nos EUA na década de 1980. Wim Wenders foi um dos primeiros da sua geração a fazê-lo, e seu sucesso com filmes como "Hammett – Mistério em Chinatown" foi encorajador. Mais tarde, ele viria a concorrer a um Oscar. Seu documentário "Pina" recebeu três nomeações.
Foto: dapd
O literato: Volker Schlöndorff
Volker Schlöndorff ganhou um Oscar por "O tambor" em 1980, mas foi para Hollywood só cinco anos depois, continuando o que sabia fazer de melhor: a adaptação cinematográfica de grandes romances, como obras de Arthur Miller ou Margaret Atwood. Ele também prestou uma homenagem à própria Hollywood ao filmar uma película sobre o lendário diretor Billy Wilder (na foto, à direita com Schlöndorff).
Foto: picture-alliance/dpa
O singular: Werner Herzog
Mais surpreendente é a presença de Werner Herzog em Hollywood. Na Alemanha, ele havia ficado conhecido por sua refinada estética em preto e branco e por bizarros épicos de aventura estrelados por Klaus Kinski. Herzog foi para os EUA dez anos atrás. Desde então, não parou de fazer documentários e longas com grandes estrelas, como Eva Mendes e Nicolas Cage, vistos aqui em "Vício frenético".
Foto: 2010 Twentieth Century Fox
O experiente: Wolfgang Petersen
Com o drama da Segunda Guerra "O barco - Inferno no mar", Petersen ganhou fama nos EUA, recebendo seis indicações ao Oscar. Sua ida para Hollywood não foi, então, nenhuma surpresa. Depois de um início difícil, em 1991, ele apresentou o suspense rodado nos EUA "Busca Mortal". Peterson conseguiu se estabelecer e realizou grandes produções, como "Poseidon" (2006), que aqui se vê durante as filmagens.
Foto: picture alliance/kpa
O fabricante de catástrofes: Roland Emmerich
Ainda mais bem-sucedido – ao menos quanto à arrecadação – é Roland Emmerich. Seus primeiros filmes alemães já revelavam sua tendência hollywoodiana. Emmerich foi para os EUA no início da década de 1990, onde prosseguiu sua carreira de sucesso com longas de catástrofe. Aqui, ele é visto apresentando o seu recente "Independence Day: O ressurgimento", uma sequência de seu clássico de 1996.
Foto: Reuters/D. Moloshok
O retorno: Florian Henckel von Donnersmarck
O filme de estreia de Florian Henckel von Donnersmarck "A vida do outros" foi uma sensação, tendo sido agraciado com o Oscar de melhor filme estrangeiro. Seu filme seguinte foi rodado nos EUA em 2010: "O turista", estrelado por Angelina Jolie e Johnny Depp. Foi um fracasso da crítica, e Von Donnermarck voltou a trabalhar na Alemanha.
Foto: picture-alliance/dpa/P. Buck
O novato: Dennis Gansel
Nos últimos anos, uma série de jovens cineastas alemães tentou aterrissar em Hollywood. Alguns deles retornaram, desencorajados, para a Alemanha. Mas isso não conteve outros – como Dennis Gansel – de tentar sua sorte. Seu último filme de ação "Assassino a preço fixo 2 – A ressurreição" estreou no dia 26 de agosto nos cinemas americanos.