Celebração virtual de 1º de maio une adversários políticos de longa data contra governo Bolsonaro. Para especialistas, ato é símbolo do isolamento político do presidente diante de sua postura em meio à pandemia.
Anúncio
A celebração do Dia do Trabalhador, nesta sexta-feira (1º/05), organizada de forma conjunta pelas onze centrais sindicais do país, será um termômetro da tentativa de unir forças políticas variadas contra o governo de Jair Bolsonaro. Devido à pandemia de covid-19, os discursos e shows serão transmitidos pela internet, e estarão no mesmo palco virtual adversários de longa data, como os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Henrique Cardoso.
É a primeira vez que Lula e FHC dividirão o mesmo palco desde o segundo turno da eleição presidencial de 1989, quando o tucano apoiou o petista contra Fernando Collor, que acabou vencendo, segundo o jornalista Ricardo Kotscho, secretário de Imprensa do governo federal nos dois primeiros anos da gestão Lula.
A "live" das centrais também terá a presença dos governadores Flávio Dino (PCdoB), possível nome da centro-esquerda para as eleições presidenciais de 2022, e Eduardo Leite (PSDB), figura jovem em ascensão entre os tucanos; do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), a quem cabe deflagrar ou não um processo de impeachment contra Bolsonaro; e de Fernando Haddad (PT) e Ciro Gomes (PDT), candidatos derrotados na eleição presidencial de 2018.
O formato unificado da celebração da data mais importante do movimento sindical repete o modelo adotado em 2019, quando as entidades se juntaram para protestar contra a reforma da Previdência e iniciativas do governo Bolsonaro na área trabalhista. Mas a amplitude das figuras políticas que falarão é inédita.
Segundo João Carlos Gonçalves, o Juruna, secretário-geral da Força Sindical, a percepção de que as centrais precisavam incluir mais forças políticas no evento surgiu em uma reunião das entidades na segunda-feira da semana passada (20/04), um dia após Bolsonaro ter participado de um ato na frente do Quartel-General do Exército, em Brasília, que pedia intervenção militar e fechamento do Congresso.
"Ali caiu uma ficha. Percebemos que estava na hora de o movimento sindical fazer algo amplo para chamar a atenção da sociedade, para defender a democracia e evitar esse projeto totalitário [de Bolsonaro]", afirma. Para ele, o evento "colocará todas as forças políticas para debater que decisão teremos que tomar sobre esse presidente".
O evento das centrais encerra uma semana de desgaste da gestão Bolsonaro, que mantém o apoio de cerca de um terço do eleitorado. Na segunda-feira (27/04), o ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a abertura de um inquérito para investigar as acusações feitas pelo ex-ministro da Justiça Sergio Moro contra o presidente, e na quarta-feira (29/04) o ministro Alexandre de Moraes vetou a nomeação do delegado Alexandre Ramagem para o posto de diretor-geral da Polícia Federal.
A iniciativa de convidar políticos como FHC e Maia para o Dia do Trabalhador não foi aceita de forma unânime entre os sindicalistas. Parte dos integrantes da CUT, central próxima ao PT, não os queria no evento por considerá-los adversários dos trabalhadores. Mas a corrente majoritária que comanda a central manteve o apoio ao ato.
João Cayres, secretário-geral da CUT-SP e membro da direção nacional da entidade, afirmou à DW Brasil que o governo Bolsonaro é "muito perigoso" e que está na hora de o país "tentar uma união nacional entre os que são democratas". Para justificar o apoio da CUT ao ato, ele lembrou momentos em que adversários políticos se uniram contra um adversário comum. "Para acabar com a ditadura, nos unimos a um ex-ministro do regime militar [Severo Gomes] e a um fazendeiro alagoano [Teotônio Vilela]. E, com exemplo mundial, [Winston] Churchill, [Franklin] Roosevelt e [Josef] Stalin se uniram para combater o nazismo", afirma.
Há também um aspecto pragmático que favorece a reunião de políticos tão diversos no mesmo evento. Cada central sindical foi autorizada a convidar quem desejasse, desincentivando vetos a nomes. A CUT, ligada ao PT, convidou Lula e Haddad. Já a Força Sindical, que tem maior trânsito na centro-direita, convidou FHC e Eduardo Leite. Além disso, o formato online facilita a participação de políticos que teriam receio de enfrentar vaias em um evento presencial.
Um ensaio da aproximação entre PSDB e PT para o enfrentamento da pandemia se deu em mensagens postadas por Lula e o governador de São Paulo, João Doria, no Twitter, no início do mês. O petista elogiou uma iniciativa do tucano para garantir o fornecimento de máscaras para trabalhadores do setor de saúde, ao que Doria respondeu reafirmando que este deveria ser um momento de união da classe política.
O simbolismo do ato
O evento do Dia do Trabalhador deste ano é um "símbolo" de como a postura de Bolsonaro, que nega a gravidade da covid-19 e trocou o ministro da Saúde em meio à pandemia, levou à criação "de uma certa coalizão oposicionista mais ampla", afirma a cientista política Monalisa Soares, da Universidade Federal do Ceará (UFC).
"A pandemia realinhou todo mundo, inclusive lideranças de centro-direita, do PSDB e do DEM, que caminhavam de forma dúbia em relação ao governo, especialmente devido à agenda econômica", diz.
Para ela, as centrais aproveitaram a oportunidade para fortalecer o discurso "de que não há como pensar a economia sem salvar as pessoas, e de que não há uma oposição entre esses termos, como vem sido colocado pelo presidente". O próprio formato do evento, online, também marca uma diferença em relação aos apoiadores de Bolsonaro, que seguem fazendo manifestações de rua pontuais e carreatas e provocando aglomerações.
Soares pondera que a presença de partidos opositores no Dia do Trabalhador não necessariamente se traduzirá em ações conjuntas contra o governo no futuro, e que ainda há pouca clareza sobre os desdobramentos de um eventual processo de impeachment contra Bolsonaro.
A cientista política Flávia Bozza Martins, professora da Universidade Federal do Paraná (UFPR), também é cautelosa quanto ao potencial de união de partidos de linhas variadas em oposição ao governo.
"Ainda é cedo para falar nisso. Vemos uma movimentação também a favor de Bolsonaro, temos o presidente conversando com o Centrão, e as últimas falas de Maia vieram para botar panos quentes em relação a um possível impeachment", afirma.
Mas ela vê mérito em lideranças políticas relevantes do país participarem do ato de 1º de maio para tentar "colocar um freio" a iniciativas de Bolsonaro, paralelamente a decisões do Supremo que buscaram impor limites ao presidente e autorizar uma investigação contra ele. "Além da defesa da saúde e dos trabalhadores, o evento mostra que há líderes alinhados em defesa das instituições democráticas", diz.
Desde a Proclamação da República, em 1889, dezenas de chefes de Estado e de governo estiveram à frente do país e tiveram gestões marcadas por momentos conturbados – de revoltas a golpe militar e escândalos de corrupção.
Foto: picture-alliance/dpa/epa/R. Ghement
Lula
Após uma das campanhas mais tensas da história brasileira, Lula conquistou em 2022 novamente a Presidência para seu terceiro mandato, com o apoio de uma frente ampla contra Jair Bolsonaro que contou com um ex-adversário, Geraldo Alckmin, como vice.
Foto: Ueslei Marcelino/REUTERS
Jair Bolsonaro
O capitão reformado Jair Messias Bolsonaro venceu as eleições para a presidência do Brasil em 2018, como candidato do Partido Social Liberal (PSL). Em 1º de janeiro de 2019, assumiu o cargo de 38º presidente do Brasil. Antes de ser presidente, foi vereador (1989-1991) e deputado federal pelo Rio de Janeiro (1991-2019).
Foto: AFP/Brazilian Presidency/M. Correa
Michel Temer
Por ser o vice-presidente, Michel Miguel Elias Temer Lulia assumiu em 31 de agosto de 2016, após o impeachment de Dilma Rousseff, e ficou no poder até 1º de janeiro de 2019. Membro do MDB, Temer foi o presidente brasileiro mais idoso a tomar posse, aos 75 anos.
Foto: Reuters/C. Allegri
Dilma Rousseff
Dilma Vana Rousseff foi a primeira mulher presidente do Brasil. Ela combateu a ditadura militar e foi presa em 1970. Eleita em 2010, assumiu em 1º de janeiro de 2011 e foi reeleita em 2014. Erros na gestão econômica, falta de habilidade política, isolamento do PMDB, corrupção e polarização foram as principais razões que levaram ao seu impeachment, em 31 de agosto de 2016.
Foto: Reuters/Sergio Moraes
Lula
Os oito anos de governo do presidente Luiz Inácio da Silva, de 2003 a 2011, foram marcados por programas sociais e modificaram os destinos e a imagem do Brasil – tanto no próprio país como no exterior. Em 2018, tornou-se o primeiro ex-presidente a ser preso acusado de corrupção. Foi solto após 19 meses, teve a sua condenação anulada pelo Supremo e elegeu-se novamente ao Planalto em 2022.
Foto: O. Kissner/AFP/Getty Images
Fernando Henrique (FHC)
Sociólogo, professor universitário e escritor, Fernando Henrique Cardoso, ou apenas FHC, foi o primeiro presidente do Brasil a ter dois mandatos consecutivos, de 1995 a 2003. Um dos principais responsáveis pelo Plano Real, que tirou o Brasil de anos de inflação descontrolada, seu governo foi marcado ainda pela criação de programas sociais e por privatizações.
Foto: Acervo FHC
Itamar Franco
O engenheiro, militar e político Itamar Augusto Cautiero Franco assumiu interinamente a chefia de Estado e de governo em outubro de 1992, enquanto corria o processo de impeachment do presidente Fernando Collor, de quem era vice. Com a renúncia de Collor antes da decisão do impeachment, Itamar Franco assumiu a presidência em 29 de dezembro de 1992 e a entregou em 1º de janeiro de 1995.
Foto: picture-alliance/dpa
Fernando Collor de Mello
Fernando Affonso Collor de Mello assumiu a presidência aos 40 anos, em 15 de março de 1990. O Plano Collor, que incluiu o confisco de poupanças, levou ao aumento da recessão e da inflação. Denúncias de corrupção envolvendo o tesoureiro PC Farias culminaram num processo de impeachment. Collor renunciou em 29 de dezembro de 1992, horas antes antes de ser condenado por crime de responsabilidade.
Foto: JOSE VARELLA/AFP/Getty Images
José Sarney
Presidente de 1985 a 1990, José Ribamar Ferreira de Araújo Costa adotou o nome do pai, Sarney, para fins eleitorais. Foi vice de Tancredo, e seu governo marcou a volta à normalidade democrática, com liberdade de imprensa e de associação e amplas concessões de rádio e TV. Tentou combater a hiperinflação com três planos econômicos fracassados e a moratória à dívida externa.
Foto: Geraldo Magela/Agência Senado
Tancredo Neves
Tancredo de Almeida Neves foi o 1º presidente eleito após o golpe de 1964. Em 15/1/1985, foi escolhido pelo voto indireto de um colégio eleitoral. Ele adoeceu gravemente um dia antes da posse. Na época, foi alegada uma diverticulite. Só em 2005, o hospital revelou tratar-se de um tumor benigno infectado, o que não havia sido revelado por se temer uma associação com câncer e temor de instabilidade.
Foto: Célio Azevedo
Ernesto Geisel
Ernesto Beckmann Geisel governou de 1974 a 1979. Além do início da redemocratização do país, no seu governo houve a incorporação da Guanabara ao Rio de Janeiro, a divisão do Mato Grosso em dois estados, a assinatura de acordos nucleares com a Alemanha Ocidental e a extinção do AI-5. Ele foi sucedido pelo último presidente da ditadura militar, João Baptista de Oliveira Figueiredo (1979 a 1985).
Foto: imago/Sven Simon
Emílio Garrastazu Médici
Presidiu de 30/10/1969 a 15/03/1974. General do Exército, assumiu o governo da junta militar que regeu o Brasil de 31 de agosto a 30 de outubro de 1969. Seu governo marcou o auge da ditadura, com acirramento da repressão, tortura e assassinatos. O Plano de Integração Nacional levou à construção da Transamazônica e da Ponte Rio-Niterói. Foi assinado o acordo para a construção da usina de Itaipu.
Foto: picture-alliance/dpa/AP Images
Costa e Silva
Arthur da Costa e Silva assumiu em 15/03/1967 e foi afastado em 31/08/1969 devido a uma trombose. Seu vice, Pedro Aleixo, foi impedido de assumir pelos ministros militares. Esta junta militar governou de agosto a outubro. Em 67, a limitação dos direitos civis levou a protestos estudantis. O AI-5, de 1968, permitiu ao presidente fechar o Congresso, cassar políticos e institucionalizar a repressão.
Foto: Public Domain
Castello Branco
Humberto Castello Branco foi o 1º presidente após o golpe de 64. Eleito pelo Congresso, tomou posse em 15 de abril. Logo teria o mandato prorrogado, de janeiro de 1966 a 15 de março de 1967. As eleições presidenciais de 1965 foram canceladas. Em seu governo, foi promulgado o AI-2, que aboliu o pluripartidarismo e deu poderes ao Presidente para cassar deputados e convocar eleições indiretas.
Foto: picture-alliance/dpa/AP Images
João Goulart (Jango)
João Belchior Marques Goulart presidiu de 8/9/1961 a 2/4/1964. Militares tentaram impedir a posse, alegando que traria instabilidade, mas o aceitaram após a adoção do regime parlamentarista, que cortou poderes presidenciais. Seus planos de reformas de base levaram ao golpe que o depôs. Primeiro premiê do Brasil foi Tancredo Neves. A experiência parlamentarista foi revogada por plebiscito em 1963.
Foto: Getty Images
Jânio Quadros
Jânio da Silva Quadros presidiu de 31/1/1961 a 25/8/1961. Eleito até 1965, teve a maior votação até então obtida no Brasil. A tentativa de reestruturar o orçamento do Estado com meios radicais e sua natureza excêntrica o tornaram impopular. Após sete meses no poder, renunciou alegando a pressão de "forças ocultas". Seu sucessor seria o reformador socialista João Goulart, então seu vice.
Foto: Getty Images/Pictorial Parade
Juscelino Kubitschek (JK)
Juscelino Kubitschek de Oliveira presidiu de 31/1/1956 a 31/1/1961. Seu maior projeto foi a fundação de Brasília. Em seu governo foram concluídos grandes projetos rodoviários e foi estabelecida a indústria automotiva brasileira. Houve um boom econômico no país, que foi freado pela queda do preço mundial do café nos anos 50. Ele rompeu com o FMI, que não aceitava os níveis da inflação brasileira.
Foto: AP
João Café Filho
João Fernandes de Campos Café Filho presidiu de 24/8/1954 a 8/11/1955. Seu governo foi marcado por inflação e alto déficit orçamentário. Por questões de saúde, licenciou-se do cargo. Assumiram de forma interina o presidente da Câmara, Carlos da Luz, e depois, Nereu Ramos, vice do Senado. Em outubro, JK venceu as eleições. Embora Café Filho quisesse reassumir, foi impedido pelo Congresso.
Foto: Public Domain
Getúlio Vargas
O segundo mandato de Getúlio Vargas começou em 31/1/1951. Seu tumultuado governo teve medidas como um polêmico reajuste do salário mínimo em 100% e acusações de corrupção. Um atentado a tiros que matou um major e feriu o oposicionista Carlos Lacerda foi atribuído a membros da guarda pessoal do presidente. A pressão contra Getúlio o levou a se suicidar em 24 de agosto de 1954.
Foto: public domain
Eurico Gaspar Dutra
Eurico Gaspar Dutra foi presidente de 31/1/1946 a 31/1/1951, após vencer a eleição em dezembro de 1946. Como presidente, proibiu o Partido Comunista Brasileiro (PCB) e rompeu relações diplomáticas com a União Soviética. Ao mesmo tempo, melhorou as relações com os Estados Unidos através da OEA. Mas a situação econômica se deteriorou, levando Getúlio a vencer a eleição presidencial em 1950.
Foto: wikipedia/Governo do Brasil
Getúlio Vargas
Getúlio Dornelles Vargas assumiu o poder em 3/11/1930, após a Revolução de 1930. Em 1937, ele instaurou o Estado Novo, regime caracterizado pela centralização do poder, nacionalismo, anticomunismo e autoritarismo. Ele ficou no poder até 29 de outubro de 1945, quando foi deposto pelo Alto Comando do Exército, colocando fim à Era Vargas. A seguir, José Linhares assumiu a presidência por 3 meses.
Foto: Imago/United Archives International
Washington Luís
Washington Luís de Sousa governou de 15/11/1926 a 24/10/1930, nos tempos da Grande Depressão. Júlio Prestes foi eleito para sua sucessão, mas a oposição, que se recusou a reconhecer a derrota do seu candidato, Getúlio Vargas, e os militares fizeram um golpe que se alastrou do Sul ao RJ. Em outubro de 1930, Washington Luís rejeitou renunciar. Os militares o prenderam e o forçaram ao exílio.
Foto: Public Domain
Arthur Bernardes
O governo de Artur da Silva Bernardes (15/11/1922 a 15/11/1926) enfrentou oposição por militares, uma guerra civil no Rio Grande do Sul, e também o movimento operário, que se fortalecia. As inquietações levaram Bernardes a decretar estado de sítio, que perdurou durante quase todo seu governo.
Foto: wikipedia/Governo do Brasil
Epitácio Pessoa
Epitácio Lindolfo da Silva Pessoa presidiu o país de 28/07/1919 a 15/11/1922. Ele venceu a eleição em 13 de abril de 1919 para suceder a Rodrigues Alves, que morreu de gripe espanhola em 1918. Entre os fatos que marcaram o governo de Pessoa, está a abolição, em 1920, da lei que bania a família imperial do Brasil.
Foto: imago images/United Archives International
Delfim Moreira
Delfim Moreira da Costa Ribeiro, na realidade vice-presidente, presidiu interinamente o Brasil de 15/11/1918 a 28/07/1919 porque o presidente eleito em 1918, Rodrigues Alves, morreu de gripe espanhola antes da posse. Na época, a Constituição previa que o vice só assumiria definitivamente caso o presidente morresse depois de dois anos de sua posse, ou seja, a metade de seu mandato.
Foto: wikipedia/Arquivo Nacional do Brasil
Wenceslau Braz
O governo de Wenceslau Braz Pereira Gomes (15/11/1914 a 15/11/1918) foi marcado pela 1ª Guerra Mundial, a gripe espanhola e a greve geral de 1917, na indústria e no comércio, que durou 30 dias em julho de 1917 e fez parte do processo de politização dos trabalhadores brasileiros. O torpedeamento de navios brasileiros por submarinos alemães em 1917 fez o Brasil declarar guerra à Alemanha.
Foto: Fundação Biblioteca Nacional
Hermes da Fonseca
Hermes Rodrigues da Fonseca, presidente de 15/11/1910 a 15/11/1914, era sobrinho de Deodoro da Fonseca. Já na primeira semana de governo houve uma insurreição de marinheiros, a Revolta da Chibata. Sua "política das salvações", que consistia na deposição das oligarquias nos estados, substituindo-as por interventores ligados ao presidente, tornaram o estado de sítio uma constante em seu governo.
Foto: wikipedia/Arquivo Nacional do Brasil
Afonso Penna
No governo de Afonso Augusto Moreira Pena (15/11/1906 a 14/06/1909), o Brasil começou a influenciar o mercado de café, comprando por exemplo excedentes de produção para manter os preços no mercado mundial. Pena expandiu a rede ferroviária, modernizou o Exército e incentivou expedições do marechal Rondon à Amazônia. Após sua morte, a presidência foi assumida pelo vice, Nilo Peçanha.
Foto: Public Domain
Rodrigues Alves
Francisco de Paula Rodrigues Alves presidiu o país de 15/11/1902 a 15/11/1906. Depois da Proclamação da República, foi membro da Assembleia Constituinte e governador do estado de São Paulo. Foi escolhido por uma grande maioria na eleição presidencial em 1902. No seu governo, o Rio de Janeiro foi amplamente reformado. Em 1918, foi eleito de novo, mas morreu de gripe espanhola antes de tomar posse.
Foto: Public Domain
Campos Salles
Manuel Ferraz de Campos Sales foi presidente do Brasil de 15/11/1898 a 15/11/1902. Durante seu mandato, uma forma de combater a oposição e afirmar a supremacia das principais oligarquias dos estados foi a chamada Política dos Governadores, que afastou os militares da política e consolidou a chamada República Oligárquica.
Foto: picture-alliance/dpa/Heritage-Images
Prudente de Morais
Primeiro presidente civil do Brasil, Prudente José de Morais e Barros governou de 15/11/1894 a 15/11/1898. Em seu governo, aconteceu a Guerra de Canudos: o líder religioso Antônio Conselheiro liderava o arraial de Canudos, no sertão da Bahia, que atraiu milhares de sertanejos, indígenas e escravos recém-libertos. Canudos foi destruído pelo Exército da República em 1897.
Foto: wikipedia/Governo do Brasil
Floriano Peixoto
Floriano Vieira Peixoto presidiu o Brasil de 23/11/1891 até 15/11/1894. Revoltas sacudiram alguns estados, a Marinha se rebelara no Rio. Com uma inteligente estratégia de reformas na política e na economia, ele conseguiu consolidar a República, apesar da resistência de militares monarquistas.
Foto: picture-alliance/dpa/United Archives/WHA
Deodoro da Fonseca
Manuel Deodoro da Fonseca proclamou a República em 15 de novembro de 1889 e liderou o governo provisório. Depois, foi o primeiro presidente eleito do Brasil, de 25/02/1891 a 23/11/1891. A dissolução do Congresso Nacional levou a tensões e culminou na formação de um movimento legalista, sob a liderança do vice-presidente, Floriano Peixoto, que fez Fonseca entregar o cargo.