Ímã de turistas, idílica paisagem alpina da região no extremo sudeste da Baviera já chamou a atenção de artistas, intelectuais e até do ditador Adolf Hitler, que estabeleceu ali sua segunda sede de governo.
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O que começou com uma igreja e um mosteiro, no século 12, tornou-se uma das principais atrações turísticas da Alemanha. Situada no extremo sudeste da Baviera, a 35 quilômetros de Salzburgo, na Áustria, e a 155 quilômetros de Munique, a região de Berchtesgaden recebe anualmente milhões de visitantes.
Encrustada nos Alpes, a idílica região atrai turistas desde o século 19. Além da pequena cidade bávara homônima, de 8 mil habitantes, o termo Berchtesgaden compreende também Bischofswiesen, Ramsau, Schönau am Königssee e Marktschellenberg. Hoje, esse conjunto de vilarejos faz parte do município de Berchtesgadener Land, cuja sede se encontra em Bad Reichenhall, a 19 quilômetros de Berchtesgaden.
Tudo começou na praça Schlossplatz (praça do palácio) de Berchtesgaden. A região se desenvolveu a partir da igreja Stifskirche, construída em 1122, e do mosteiro adjacente, hoje transformado em Palácio Real de Berchtesgaden (Königliches Schloss Berchtesgaden) e aberto em parte à visitação, pois ali ainda residem descendentes da Casa Real da Baviera.
Apesar de hoje 90% dos habitantes de Berchtesgaden viverem direta ou indiretamente do turismo, foi a exploração de sal e metais que garantiu o desenvolvimento da região a partir da Idade Média.
Essa presença é notada ainda hoje, pois a Salzbergwerk Berchtesgaden é a mais antiga mina de sal de pedra ainda em atividade na Alemanha, e isso desde 1517. Parte dela foi transformada em parque temático aberto à visitação pública – uma das atrações de Berchtesgaden. A riqueza do sal, no entanto, despertou o interesse por parte da vizinha Salzburgo, levando a repetidos conflitos militares. Em 1810, Berchtesgaden passou definitivamente a fazer parte da Baviera.
A beleza dos Alpes de Berchtesgaden
As montanhas bávaras na região de Berchtesgaden, no extremo sul da Alemanha, formam um verdadeiro paraíso natural. Conheça as principais atrações.
Foto: DW/L. Hofmann
Uma vista impressionante
Um teleférico leva os visitantes até o alto dos 1.800 metros da montanha Jenner. Uma curta caminhada até o topo é recompensada com uma visão de tirar o fôlego: o Parque Nacional de Berchtesgaden, fundado em 1978, onde a natureza se desenvolve livremente. Do topo, é possível ver a Watzmann, terceira maior montanha da Alemanha, e o lago Königssee.
Foto: DW/L. Hofmann
Berchtesgaden
A história do Berchtesgaden relembra a época em que surgiram as primeiras construções na região de Augustine, por volta do ano 1.102. O povoado se expandiu devido ao comércio crescente desenvolvido a partir das minas de sal e metal. Em 1.810 as construções ficaram sob o domínio da Baviera e, até hoje, servem de residência para descendentes da família real. Parte do local é aberta ao público.
Foto: DW/L. Hofmann
Foco nas montanhas
No parque nacional “Haus der Berge” é possível aproveitar o local com todos os sentidos. Barulhos externos são simulados, fenômenos naturais são explicados e bichos de pelúcia podem ser tocados. Um dos caminhos vai do lago Königssee ao topo da montanha Watzmann. A mensagem da exibição é: veja a beleza da natureza – agora a proteja e a preserve!
Foto: DW/L. Hofmann
Montanha Watzmann
Se elevando majestosamente sobre a área de Berchtesgaden, a Montanha Watzmann é o símbolo da região. Com 2.700 metros de altura, o local é conhecido por seu formato incomum. Diz a lenda que o cruel rei Watze certa vez aterrorizou a região, e, em punição, Deus o teria transformado em uma pedra (o pico à direita), junto com sua mulher (o pico à esquerda) e seus filhos (os pequenos picos do meio).
Foto: DW/L. Hofmann
Lago Königssee
Ele é localizado entre as impressionantes paredes das montanhas do Parque Nacional de Berchtesgaden. O lago no estilo fiorde tem oito quilômetros de extensão e aproximadamente 200 metros de profundidade – o que o faz ser muito gelado, mesmo durante o verão. De poucos em poucos minutos, embarcações motorizadas transportam visitantes para o lago.
Foto: DW/L. Hofmann
O famoso eco
No meio do caminho no lago, o capitão para o barco, pega um trombone e toca uma melodia. Os visitantes podem claramente ouvir o eco, criado pelo som que se alastra nos penhascos. Em um passado recente, canhões eram disparados, e os sons reverberavam mais de sete vezes, mas, com os riscos de incêndio nos barcos, eles foram trocados pelo trombone.
Foto: DW/L. Hofmann
Igreja de São Bartolomeu
Depois de cerca de meia hora no barco, os visitantes chegam à península de Hirschau, no lado leste da montanha Watzmann. O local é conhecido pela igreja de São Bartolomeu, erguida no século 17 e de arquitetura barroca, com cúpulas em formato de cebola. Perto da capela encontra-se o antigo palácio de caça da realeza, onde hoje funciona um restaurante e Biergarten (“jardim de cerveja”).
Foto: DW/L. Hofmann
Trilha por Wimbach
Altas cascatas se apresentam ao longo da trilha de Wimbach, nas proximidades da vila de Ramsau. Há, no caminho, pontes e passarelas de 200 metros de altura entre penhascos íngremes. A luz solar quebrada pelas partículas de cálcio presentes na água de Wildbach dão ao lago uma cor azul bonita e cristalina. A partir dali, demora cerca de uma hora de caminhada até o Castelo de Wimbach.
Foto: DW/L. Hofmann
Ponte suspensa em Klausbach
Uma ponte suspensa de 51 metros de altura cruza o vale e o rio de Klausbach. A caminhada sobre ela, bastante popular no Parque Nacional de Berchtesgaden, é também conhecida como “vale das águias”: com um pouco de sorte, os visitantes podem assistir a um voo de águias douradas.
Foto: DW/L. Hofmann
Pastagens na montanha
Um exemplo entre os muitos pastos nas montanhas do vale de Kalusbachtal é o Bindalm. É fácil chegar até lá a pé ou com o ônibus especial que leva os visitantes às pastagens. Carros são proibidos na área, que é protegida. Mas o gado só pode ser visto nos pastos das montanhas durante o verão – no outono os fazendeiros os levam de volta para o vale.
Foto: DW/L. Hofmann
Gado da montanha
Em Bindalm é possível ver o gado Pinzgauer, raça bovina que está na lista de espécies ameaçadas de extinção. Os animais passam o dia nos estábulos e de noite saem para pastar nas montanhas. Os fazendeiros da área usam o leite das vacas para fazer queijo, o qual vendem junto a um copo de leite e um pedaço de pão para quem escala a montanha.
Foto: DW/L. Hofmann
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Principalmente após o fim da Guerra Franco-Prussiana (1870-1871) e a abertura da Estação Ferroviária de Berchtesgaden em 1888, o turismo se desenvolveu rapidamente na região. Desde 1910, o lago Königssee é considerado área de proteção ambiental. Em 1978, foi estabelecido o Nationalpark Berchtesgaden, único parque nacional nos Alpes alemães.
Esse parque inclui também montanhas, como Watzmann, terceiro pico mais alto da Alemanha, imortalizado em óleo e tela pelo pintor romântico Caspar David Friedrich já no início do século 19. Onipresente, o Watzmann se tornou o símbolo da região ao pé dos Alpes.
A beleza alpina de Berchtesgaden fez com que o ditador nazista Adolf Hitler escolhesse o local para passar suas férias. Após chegar ao poder em 1933, Hitler transformou o bairro de Obersalzberg em "área restrita do Führer" (Führersperrgebiet), mantendo ali a sua segunda residência oficial até o fim da Segunda Guerra Mundial.
Essa região que abrigava casernas e também casas de altos funcionários do Partido Nazista foi destruída em 1945, mas Berchtesgaden e seu entorno foram poupados dos bombardeios aliados. Chamada de Berghof, a residência de Hitler foi explodida em 1952.
#DailyDrone: Berchtesgaden
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Dos prédios da "área restrita do Führer", restou somente a casa de chá do ditador Kehlsteinhaus, também conhecida como "Eagle's Nest" ou "Ninho da Águia", que funciona como restaurante desde 1952. Ali, uma exposição informa sobre a história do lugar.
Até 1999, Obersalzberg foi utilizado como área de recreação das tropas de ocupação aliadas. Com a saída dos americanos, um hotel e o centro de documentação Dokumentationszentrum Obersalzberg foram construídos no local, como sinal de uma reflexão crítica sobre o passado nazista na região de Berchtesgaden.
Uma visita a Berchtesgaden, no entanto, vai muito além do seu passado nazista. Diante de uma paisagem de tirar o fôlego, o visitante pode passear de barco, caminhar pela natureza, observar falcões e águias, praticar rapel, esqui, snowboard e muito mais.
Melhor época para visitar
Situada a 700 metros de altitude, em Berchtesgaden reina o clima de montanha. A temperatura média anual é de 7,2°C. Julho é o mês mais quente do ano, com média de 16,3°C, enquanto janeiro é o mais frio, com temperatura média de 2,7°C negativos. Além de mais quente, julho também é o mês mais chuvoso, enquanto fevereiro é o mais seco.
A melhor época para visitar a região depende da atividade que o visitante pretende praticar. Para os turistas, em geral, o alto verão (de junho a agosto) é certamente o período mais indicado, pois muitas trilhas e caminhos ficam cobertos de neve até junho.
A desvantagem de ir a Berchtesgaden no alto verão europeu está no grande número de turistas que visitam a região nesse período. Por esse motivo, muitos dizem que setembro é o mês mais indicado. Lembre-se de que alguns restaurantes e atrações só funcionam de maio a outubro.
Para os amantes dos esportes de inverno, Berchtesgaden também é uma boa opção para a prática do esqui, do snowboard e do curling e para andar de patins nos lagos congelados. Essa também é uma época ótima para uma visita às termas e spas da região.
Onde se hospedar
Com o turismo como principal atividade econômica, a região de Berchtesgaden é muito bem servida de hotéis, pensões, casas e apartamentos de férias. Para quem quer fazer somente um bate e volta, também é possível pernoitar em Salzburgo, a meia hora de carro.
Um passeio pela região de Berchtesgaden
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Além dos hotéis em Berchtesgaden, muitos turistas também gostam de pernoitar próximo ao lago Königssee.Há ainda uma série de pensões em lugares apropriados para os amantes de caminhadas. Você também pode pernoitar num dos muitos hotéis-fazenda da região. Ou mesmo nas montanhas, como na cabana Blaueishütte, a 1.680 metros de altitude.
Há acomodações para todos os gostos e bolsos, de hotéis de luxo a albergues e campings. Assim, a dica é saber antes o que se pretende fazer e, então, escolher a hospedagem apropriada.
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Dez motivos para visitar a Baviera
O estado no sul da Alemanha é o destino turístico favorito no país. A cada ano são cerca de 7,5 milhões de pessoas. Estas são as principais atrações a serem visitadas.
Foto: picture-alliance/dpa
Castelo Neuschwanstein
O castelo é a atração número um do estado. Cerca de 1,4 milhão de pessoas visitam o lugar a cada ano, fato que não agradaria seu construtor, o recluso rei Ludwig 2°. Ele mandou construir o prédio em 1869 principalmente como um refúgio, onde pudesse se isolar num mundo de contos de fadas e lendas. Hoje, ele incorpora romantismo puro para os turistas de todo o mundo.
Foto: Sieghart Mair/ Zoonar/picture alliance
Oktoberfest
Nela, o romantismo dá lugar à alegria de festejar. Conhecida localmente como "a maior festa popular do mundo", a Oktoberfest de Munique atrai anualmente cerca de 6 milhões de visitantes e já tem filiais em todo o mundo. Cerveja em canecas de um litro, mulheres em trajes típicos, homens em calça de couro e muita música e dança nas tendas. Tudo isso começou em 1810.
Foto: picture-alliance/dpa/Felix Hörhager
Rothenburg ob der Tauber
A pequena cidade na região da Francônia é pura Idade Média. São muitos os turistas asiáticos que amam passear pelas casas em enxaimel, pelas muralhas e torres. A falta de dinheiro fez com que a cidade fosse esquecida após a Guerra dos Trinta Anos. Isso possibilitou que Rothenburg ob der Tauber se tornasse hoje uma joia à beira do roteiro turístico mais famoso da Alemanha, a Rota Romântica.
Foto: Fotolia/World travel images
Munique
A capital da Baviera é uma das mais belas cidades da Alemanha. A Marienplatz é a primeira parada para os visitantes. Destaques da praça são a igreja Frauenkirche e a prefeitura, a Neues Rathaus, incluindo um carrilhão de sinos histórico. Além disso, há a Hofbräuhaus, o palácio Nymphenburg, o Englischer Garten e muitos museus, como o Deutsches Museum, maior museu tecnológico do mundo.
Foto: Fotolia/sborisov
Bayern de Munique
Munique é, além disso, lar do clube de futebol de maior sucesso da Alemanha. Os jogos do time acontecem na Allianz Arena. E quem não conseguir uma entrada para um jogo mas, mesmo assim, quiser se sentir perto de Schweinsteiger, Robben, Müller & Co., pode participar de uma visita guiada ao estádio.
Foto: imago/Imagebroker
Zugspitze
A Bavária possui a montanha mais alta da Alemanha. Com 2.962 metros de altura, o Zugspitze fica nos Alpes Bávaros. Mas os visitantes não precisam necessariamente gastar muita energia física para desfrutar da vista do cume. O Zugspitze dispõe de dois teleféricos e um trenzinho, que levam os turistas até lá.
Foto: DW
Königssee
Ele é considerado o rei dos cerca de 200 lagos da Baviera. Localizado nos Alpes de Berchtesgaden, ele espalha suas águas cristalinas em uma atmosfera quase mágica. A península de São Bartolomeu, onde existe uma capela de mesmo nome, é acessível, desde 1909, somente por barco.
Foto: Fotolia/AndreasEdelmann
Ópera em Bayreuth
Não foi a Festspielhaus de Wagner, mas a Markgräfliches Opernhaus (Ópera Margravina) que conseguiu em 2012 entrar na lista da Unesco. Com isso, ela é o mais nova das sete atrações bávaras a ganhar o título de Patrimônio Mundial da Unesco. A ópera, de 1744, é hoje considerada um dos mais belos e bem preservados teatros barrocos da Europa.
Foto: dapd
Mercado de Natal de Nurembergue
Nurembergue, segunda maior cidade Baviera, sempre vale a pena ser visitada. No entanto, a maioria dos visitantes vem em dezembro, para o mercado de Natal, o Christkindlemarkt. Todos os anos, mais de dois milhões de visitantes vão à cidade para ver uma das feiras de Natal mais antigas e famosas do mundo.
Foto: picture-alliance/dpa/Daniel Karmann
Hospitalidade bávara
Há uma razão pela qual os bávaros inventaram o "Biergarten". Originalmente, a cerveja deveria apenas ser armazenada e mantida gelada na sombra de árvores de grande porte, mas depois ela começou também a ser servida no lugar. Hoje, existem cerca de 800 "jardins da cerveja" na Baviera, que dão boas-vindas a fregueses de todo o mundo.