Tão antiga e ao mesmo tempo tão jovem. De dia e de noite, Colônia é cidade de artistas, mídia, música, compras e Carnaval, sem esquecer a famosa catedral gótica e as relíquias dos Três Reis Magos.
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Dizem que ela é a cidade mais ao norte da Itália. E, de fato, Colônia foi fundada pelos romanos há mais de 2 mil anos. A presença latina, no entanto, não se nota somente nas ruínas milenares espalhadas pelo centro histórico, mas também no espírito alegre e descontraído dos colonianos.
Colônia é a cidade do Carnaval, da água-de-colônia, da cerveja e do dialeto kölsch, de igrejas românicas e de uma imponente catedral gótica com as relíquias dos Três Reis Magos. Ela também é palco da maior feira de games do mundo Gamescom, e sede de importantes empresas de mídia e entretenimento.
Tudo isso faz de Colônia algo único na Alemanha. Com cerca de 1,1 milhão de habitantes (por volta de 3,6 milhões na região metropolitana, que também inclui Bonn), a cidade possui uma forte cena gaye a maior parada LGBT da Europa. Com uma agitada vida noturna e gastronômica, a metrópole renana disputa com Berlim o título de cidade mais descolada da Alemanha.
Na quarta maior cidade do país, há também dezenas de importantes galerias, feiras de arte e museus para todos os tipos de aficionados e, para muitos que a visitam, é um dos melhores locais para fazer compras na Europa.
Por que vale a pena conhecer Colônia
A gigantesca catedral gótica onde supostamente repousam as ossadas dos Reis Magos é apenas uma das razões para conhecer a quarta maior cidade da Alemanha.
Foto: picture-alliance/dpa/H. Galuschka
A catedral e os Reis Magos
A terceira igreja mais alta do mundo é patrimônio da humanidade. O símbolo da cidade atrai seis milhões de turistas por ano, sendo o local turístico mais visitado da Alemanha. Em 1164, foram trazidas de Milão as supostas ossadas dos Três Reis Magos. Elas estão atrás do altar, numa arca de ouro e prata, ornamentada com pedras preciosas. Imperdíveis são também as 12 igrejas românicas na cidade.
Foto: DW/R.-D. Macias-Reyes
Origem da "água de Colônia"
Não é a do Reno! Pouca gente se dá conta que menciona o nome da cidade alemã quando está numa perfumaria. A origem da "Kölnisch Wasser" (eau de Cologne ou água de Colônia) é coloniana.
Foto: picture-alliance/dpa/O. Berg
A cerveja leve
Kölsch não é só cerveja, já é tradição para a cidade de Colônia. Foi declarada especialidade regional pela União Europeia em 1997. É servida num copo estreito de 0,2 litro. Não se deve recusar uma Kölsch, o que já é quase uma ofensa para um Köbes (assim são chamados os garçons nos recintos típicos da região).
Foto: picture-alliance/dpa/dpaweb
Carnaval é a "quinta estação do ano"
A época de Carnaval começa às 11h11 do dia 11/11 e vai até a Quarta-feira de Cinzas, quando de madrugada é queimado o Nubbel, o boneco que paga pelos pecados de todos. Em janeiro é proclamado o triunvirato que vai comandar a folia. Três homens representam o príncipe, o camponês e a virgem, como na foto. A Segunda-feira das Rosas é feriado, e a quinta antes do Carnaval é o "dia das foliãs".
Foto: picture alliance/dpa
2 mil anos de história
Colonizada pelos romanos há 2 mil anos, a cidade preserva resquícios de muitas culturas. Essa diversidade pode ser vista nos inúmeros museus da cidade. Na foto, o mosaico de Dionísio, feito provavelmente entre 220/230 d.C e descoberto em 1941 perto da catedral, e que hoje pode ser visto no Museu Romano-Germânico.
Foto: picture-alliance/dpa/M. Michel
Prefeitura e antigo bairro judaico
Em frente ao prédio da prefeitura (à dir.) fica o sítio arqueológico do maior bairro judeu medieval ao norte dos Alpes, e um dos mais antigos da Alemanha. Ali pode-se ver uma mikvá, casa para ritual de banho judeu, do século 12. O prédio da prefeitura mistura antigo e moderno, com um salão do século 14, uma torre gótica e um portal da Renascença.
Foto: picture-alliance/dpa
Centro de feiras
O complexo do parque de exposições de Colônia é o quinto maior do mundo, com 11 pavilhões e dois centros para congressos numa área de 284 mil m2. Das cerca de 70 feiras realizadas nele a cada ano, as mais importantes são a Imm (móveis), a Gamescom (videogame), a Art Cologne, a Photokina (fotografia) e a Anuga, de alimentos e embalagens, que já tem uma edição em Curitiba.
Foto: picture alliance/R. Goldmann
Cidade de megaeventos
Não só o carnaval atrai multidões, a cidade tem também megaeventos, como o festival de literatura lit.COLOGNE, o festival de música c/o pop, as "longas noites" das instituições culturais, que em determinados dias do ano não fecham à noite, as várias feiras de Natal, repletas de turistas, e o Kölner Lichter, show de fogos de artifício sincronizado com música, todos os anos em julho. •
Foto: picture-alliance/dpa
Cidade de muito verde
O centro da cidade é cercado por um cinturão verde, com muitos bosques e parques. No verão, os gramados costumam estar lotados de universitários e famílias fazendo piquenique. Também a arte ao ar livre é atração, como no parque de esculturas da foto.
Foto: DW/D. Bryantseva
O que seria Colônia sem o Reno...
Para apreciar melhor a catedral, o centro histórico e a beira do rio, nada como um passeio de barco. Há várias opções: pode-se comprar bilhetes para um passeio acompanhado de jantar e dança, apenas café com bolo, ou mesmo para visitar outras cidades da região.
Foto: picture-alliance/dpa/H. Galuschka
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Melhor época para visitar
Em relação a outras cidades da Alemanha, Colônia possui um clima relativamente ameno. E isso também vale para o inverno. Dezembro é um ótimo mês para visitar a cidade e conhecer uma de suas espetaculares feirinhas de Natal.
De maio a setembro, as temperaturas ultrapassam os 20°C. É a melhor época para flanar pela cidade, sentar-se nos cafés ou num biergarten ou passear ao longo do rio Reno.
O verão também é época de festas. Além da famosa parada LGBT de Colônia, conhecida como CSD (Christopher Street Day), que acontece sempre no primeiro fim de semana de julho, há também o Kölner Lichter (Luzes de Colônia), espetáculo de queima de fogos no rio Reno em meados de julho. Nos últimos anos, o chamado Carnaval de Verão também tem atraído cada vez mais pessoas para a cidade no início de setembro.
Oficialmente, a temporada de Carnaval começa em novembro, mais precisamente às 11h11 do dia 11/11. Nessa data, a festa se espalha por todos os lados. A partir daí, as diversas associações carnavalescas passam a se reunir e a se apresentar semanalmente. Tudo isso culmina no maior Carnaval de rua da Alemanha, tradicionalmente em fevereiro ou março.
Além de ser uma das cidades mais quentes da Alemanha, Colônia também é uma das mais chuvosas. Então, não se esqueça de trazer um guarda-chuva. E isso vale para todas as estações do ano.
Colônia, onde a arte e a história se encontram às margens do rio Reno
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Onde se hospedar
O centro histórico de Colônia (Kölner Innenstadt) abrange tanto a margem esquerda do rio Reno – onde se localiza a maioria dos hotéis, restaurantes e atrações turísticas – quanto a direita, com o bairro de Deutz, interligado com a catedral pela Ponte Hohenzollern, a famosa ponte dos "cadeados do amor". De forma geral, pode-se dizer que as hospedagens situadas nessa região são todas centrais, pois de lá se pode ir a pé para as principais atrações.
A área em torno da catedral é uma das mais procuradas, mas também uma das mais caras. Por trás da Estação Central também se encontram várias possibilidades de hospedagem, ainda bastante centrais e mais em conta.
Ao longo do Reno, há também diversos hotéis, próximos de bares e restaurantes ao ar livre. É uma boa opção para quem visita a cidade no verão. Mas é sempre bom checar se não há algum evento na cidade, pois em época de feiras, Carnaval e CSD tudo fica mais caro.
Para quem quer conhecer também a Colônia mais descolada, uma boa opção é ficar no Belgisches Viertel (Bairro Belga), próximo à estação de metrô Rudolfplatz. Ali se encontram inúmeros bares, clubes e restaurantes, assim como muitos hotéis e uma infinidade de lojas.
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Termos indispensáveis no Carnaval de Colônia
O dialeto "Kölsch" não é fácil de entender, mesmo para os alemães. Se você é um dos milhões de turistas que vão a Colônia para os "dias da loucura", uma pequena ajuda na comunicação com os foliões locais – os "Jecken".
Foto: picture-alliance/dpa/O. Berg
Fastelovend, Fasteleer
Ambos são termos para "Carnaval" no dialeto coloniano. A temporada carnavalesca ("Session") de Colônia já é inaugurada em 11 de novembro, às 11h11. Porém a "quinta estação" ou "dias da loucura" propriamente ditos começam na quinta-feira antes do Carnaval, com o Weiberfastnacht (Carnaval das mulheres) e vai até a Quarta-Feira de Cinzas.
Foto: picture-alliance/dpa/R.Vennenbernd
Jecken
Só uma questão de nome: os foliões de Colônia são denominados "Jecken", mas apresentam a mesma disposição para se fantasiar e "encher a cara" que seus colegas em outras partes do mundo. No resto do ano, "Jeck" quer dizer "louco". Uma reação comum quando os colonianos se deparam com um absurdo é: "Bist du eijentlich jeck?" – "Está maluco?"
Foto: picture-alliance/dpa/R. Vennenbernd
Kölsch
Além de significar "coloniano" e designar o dialeto local, "Kölsch" é o nome da cerveja de Colônia. No Carnaval, para evitar acidentes, os tradicionais copos cilíndricos e delgados de 200 ml são substituídos pelos de plástico. Garrafas são proibidas em certos locais. Dica: nos bares ("Kneipe"), nessa época, só se paga com vales comprados à entrada. Isso evita que o garçom perca tempo com o troco.
Foto: picture-alliance/dpa
D'r Zoch kütt!
Aí vem o desfile de Carnaval! Carros alegóricos com engraçadas esculturas de papel machê e gente que acena e atira flores e doces. Nas ruas estão os foliões, música e grupos de dança. Além do desfile da segunda-feira ("Rosenmontagszug"), o ponto alto do Carnaval, há um importante desfile de bairros e escolas no centro da cidade no domingo. Nos bairros, há desfiles menores de domingo a terça.
Foto: picture alliance/dpa
Kamelle
Balas e doces são a clássica "munição" carnavalesca, arremessada dos carros alegóricos para a multidão. Hoje em dia, o termo "kölsch" "Kamelle" foi ampliado para designar todo tipo de guloseimas: sacos de pipoca e batatinhas fritas, ursinhos de goma, waffles, barras de chocolate inteiras. Por vezes, a generosidade dos clubes é tão grande, que um ou outro folião sai machucado.
Foto: picture alliance/dpa
Strüssjer
Pequenos buquês de flores também são distribuídos ou atirados durante o desfile. Quem consegue ficar na primeira fila do desfile da segunda-feira e grita mais alto "Strüssjer!! Kamelle!!" costuma se dar bem, podendo ganhar até mesmo uma beijoca.
Foto: picture-alliance/dpa
Bützcher
Beijar a torto e a direito é outra peculiaridade da "Fastelovend": completamente estranhos distribuem "Bützcher" à vontade, até mesmo em policiais, sem qualquer consequência mais grave. A não ser uma maquiagem radicalmente borrada, em caso de entusiasmo beijoqueiro extremo.
Foto: picture-alliance/dpa
Schunkele un danze
No Carnaval renano ouve-se da marcha militar à valsa – passando até por um samba ou outro. Cada um dança ("danze") como quer e pode. Uma variante especial é o "Schunkele", em que os "Jecken" se engancham os braços e balançam de um lado para o outro. "Ich ben ene Räuber", "Mir sinn kölsche Mädcher", "Blootwoosch, Kölsch un en lecker Mädcher" constam entre os "Schunkellieder" mais apreciados.
Foto: picture alliance/R. Goldmann
Jet ze müffele
"Algo para comer" é especialmente importante em caso de alto consumo de cerveja. Os pratos típicos de Colônia incluem "Flönz" (morcela vermelha), "Halver Hahn" (pão de centeio com queijo – embora o nome signifique, na verdade, "meio frango"), "Hämcher" (joelho de porco) e "Rievkooche" (bolinho de batata), além das onipresentes "Frikadellen" (almôndegas, na foto) e "Pommes" (batatas fritas).
Foto: Fotolia
Weetschaff
Praticamente todos os bares ("Kneipe", ou "Weetschaff, em "kölsch") da cidade participam da festa que dura seis dias seguidos. Em geral os donos retiram o mobiliário, para deixar livre uma grande pista de dança, e decoram tudo. Em muitos locais só se ouve música coloniana, outros também tocam sucessos alemães, pop e rock. As filas diante dos mais tradicionais chegam a se estender por 300 metros.
Foto: picture alliance/dpa Themendienst/H. Kaiser
Decke Trumm
O tocador leva o "tambor gordo" pelas ruas preso ao corpo com um cinto e percute a pele com uma baqueta grande e fofa. O "Decke Trumm" é parte inalienável do Carnaval de Colônia: é ele que marca o ritmo das canções tradicionais e mantém os foliões – mais ou menos – na linha.