Tradição, cultura e natureza fazem da capital da Saxônia um dos principais destinos turísticos da Alemanha. Além de bela, a chamada Florença do Elba também é hoje uma das áreas mais prósperas e inovadoras do país.
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Em meados do século 18, o pintor italiano Canaletto pintou um panorama de Dresden que se tornou um cartão-postal da cidade banhada pelo rio Elba. Na época, a metrópole era capital de um reino que teve na figura de Augusto, o Forte, um de seus principais governantes. Eles transformaram Dresden na "Florença do Elba".
Hoje, pouco mudou na paisagem pintada pelo pintor italiano, que ainda mantém suas igrejas, pontes e monumentos. Mas, além do seu conjunto arquitetônico barroco, seus museus de renome mundial e seus famosos mercados de Natal, a capital da Saxônia se tornou uma das regiões mais prósperas e inovadoras da Alemanha.
Com cerca de 550 mil habitantes (770 mil na área metropolitana), Dresden é hoje um polo econômico e um centro da indústria de ponta no país, com várias universidades e institutos de pesquisa de tecnologia de informação e nanotecnologia.
Historicamente, esse apelo tecnológico também se vê na própria invenção da porcelana europeia a encargo de Augusto, o Forte.
Ela foi descoberta na capital da Saxônia no final de 1707, passando a ser produzida na cidade de Meissen, próximo de Dresden,a partir de 1710 e é ainda hoje um item de exportação.
Mas, apesar da fama de seus edifícios históricos, a capital da Saxônia possui áreas jovens e pulsantes, como a região da Neustadt (Cidade Nova), com seus cafés, bares e restaurantes, sem falar da riqueza natural do Vale do Elba, um local de beleza incomum com seus castelos e formações rochosas da Suíça Saxônica.
Dresden, das ruínas à atualidade
Praticamente destruída pelos bombardeios dos Aliados no final da 2ª Guerra, a "Florença do Elba" conseguiu se reerguer.
Foto: Colourbox/L. Andronov
Florença do Elba
Construída às margens do Rio Elba e cercada pela floresta Heide, Dresden é conhecida como a Florença do Elba, devido à harmonia da sua beleza natural com a sua belíssima aquitetura.
Foto: picture-alliance/ZB/P. Zimmermann
A Abóbada Verde
Na "sala das preciosidades" da Abóbada Verde, os visitantes podem ver as mais valiosas riquezas de príncipes eleitores e reis saxões. Mais de mil peças podem ser vistas na vitrine do tesouro.
Foto: picture alliance/dpa/M. Hiekel
A praça Neumarkt
Desde a consagração da Frauenkirche, a área em sua volta vem sendo trabalhada de forma intensiva para restaurar as características barrocas originais do local.
Foto: icture-alliance/dpa/M Hiekel
Residenzschloss
O palácio Residenzschloss foi sede do governo e residência dos príncipes da Saxônia do século 12 até o ano de 1918. Durante esse longo período ele passou por diversas reformas, uma completa reconstrução em 1701, em conseqüência de um incêndio, e após a destruição de 1945 foi novamente reconstruído.
Foto: Imago
Arte no teto
A capela do castelo foi construída entre 1551 e 1553 pelo mestre construtor e escultor em pedras Melchior Trost.
Foto: picture-alliance/dpa
Hofkirche, a igreja católica da corte
A maior igreja da Saxônia, consagrada em 1751 como igreja da Corte, é desde 1980 catedral da Diocese de Dresden e Meissen.
Foto: picture alliance/Johanna Hoelzl
A Ópera Semper
A Ópera Semper, em estilo neo-renascentista, foi construída entre 1870 e 1878 pelo arquiteto Gottfried Semper e é mais um dos símbolos da cidade. Destruída pelas bombas dos Aliados no final da Segunda Guerra Mundial, sua reconstrução foi finalizada em 1985.
Foto: DW/K. Gomes
Magnífico cenário para ópera e bailes
Na ópera Semperoper acontecem não só apresentações artísticas, mas também bailes de gala.
Foto: DW/Elisabeth Jahn
A galeria Alte Meister
A Pinacoteca dos Mestres Antigos (Alte Meister), instalada na ala Gottfried Semper do complexo Zwinger, foi reaberta em 1956, depois que a então União Soviética devolveu os quadros à então Alemanha Oriental.
Foto: dapd
O complexo histórico de museus Zwinger
O complexo de prédios barrocos Zwinger, construído entre 1710 e 1719 para a corte de Augusto, o Forte, foi destruído durante os bombardeios dos Aliados no inverno europeu de 1944 e 1945, mas principalmente em fevereiro de 1945. Sua reconstrução começou já em 1945.
Foto: Mapics/Fotolia
Início da reconstrução
Em 1946, as ruas foram liberadas dos entulhos, embora os cabos dos bondes ainda estivessem danificados. As ruínas dos prédios foram removidas mais tarde.
Foto: AP
Monumento de Martinho Lutero
O monumento de Martinho Lutero junto às ruínas da igreja protestante Frauenkirche.
Foto: Bundesarchiv Bild 183-60015-0002
Cinzas e escombros
Uma ofensiva aérea dos Aliados na noite de 13 para 14 de fevereiro de 1945 destruiu Dresden, famosa por suas características barrocas.
Foto: picture-alliance/dpa
A Frauenkirche
Por 50 anos, as ruínas da igreja barroca serviram de memorial contra a guerra no centro da cidade marcada pela destruição.
Foto: AFP/Getty Images
Símbolo da reconstrução
Em 1994, foi iniciada a reconstrução da igreja protestante Frauenkirche. O culto festivo de inauguração foi em 30 de outubro de 2005.
Foto: Getty Images/C. Koall
O Quartier
O chamado "alojamento junto à Frauenkirche" é espaço para hotéis, lojas, apartamentos e restaurantes.
Foto: picture-alliance/ZB
A "mesquita do tabaco" Yenidze
Construída entre 1909 e 1912, a fábrica de cigarros Yenidze é considerada modelo de estilo exótico de construção. Depois de uma reforma, foi reaberta em 1996 como prédio de escritórios. Em seu interior ficam também um restaurante e um local de festas noturnas.
Foto: Sylvio Dittrich
Conjuntos habitacionais socialistas
Durante a 2ª Guerra Mundial, o bairro Johannstadt-Nord foi totalmente destruído. Entre 1972 e 1975, foram construídos diferentes tipos de prédios de vários andares com milhares de apartamentos. Os grandes conjuntos habitacionais socialistas eram chamados "Plattenbauten".
Foto: Wikimedia/Deutsche Fotothek - SA
Castelo Pillnitz
Construído sob influência da arquitetura asiática, o antigo castelo de verão dos monarcas saxões fica fora da cidade e não foi destruído nos bombardeios. Hoje, é a sede do museu de artesanato.
Foto: Sabine Klein/Fotolia
A "boutique de laticínios" Pfund
Construída em 1892 e restaurada em 1995, é um ponto obrigatório para os turistas. A Pfunds Molkerei, considerada a loja de laticínios mais bonita do mundo, é uma leiteria especializada em queijos que funciona no moldes de antigamente e que graças a sua beleza consta no livro Guinness de Recordes.
Foto: picture-alliance/dpa/M. Schutt
Feira de Natal
O destino mais popular em dezembro é o mercado de Natal. O Striezelmarkt é um dos mais antigos da Alemanha: a primeira edição da feira, há 577 anos, não durou mais que um dia. Atualmente, ela começa no final de novembro e se estende até a véspera do Natal. O mercado ganhou seu nome do bolo natalino criado em Dresden, o Striezel, uma espécie de antecessor do Stollen, conhecido em toda a Alemanha.
Foto: picture-alliance/zb/A. Franke
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Melhor época para visitar
Com suas inúmeras atrações, Dresden pode ser visitada o ano todo. Entre maio e setembro, no entanto, as temperaturas são mais agradáveis, com média girando entre 13°C e 18°C.
É o clima ideal para flanar pela cidade e para fazer excursões ao Vale do Elba e à Suíça Saxônica. Junho, julho e agosto são os meses mais chuvosos, mas de forma geral as chuvas se distribuem regularmente durante o ano.
A cidade também é bastante visitada durante a época natalina, pois as feiras de Natalno centro histórico de Dresden estão entre as prediletas da Alemanha. Além da famosa feira Strietzelmarkt, uma das mais antigas do mundo, fundada em 1434, há também o mercado natalino medieval no Stallhof do Palácio Real, assim como a feirinha de Natal na Münzgasse.
Dresden também é conhecida por uma especialidade alemã natalina: o bolo de Natal com passas e frutas cristalizadas stollen, também chamado Dresdner Christstollen.
Onde se hospedar
Para quem vem passar poucos dias na capital da Saxônia, há basicamente três áreas indicadas para hospedagem: a região da Estação Central (Hauptbahnhof), o centro histórico (Altstadt) e a área conhecida como Cidade Nova (Neustadt).
Especial de Natal: o mercado de Dresden
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Os hotéis próximos à Estação Central são mais baratos e muito práticos para quem chega de trem. A região é bem servida de transportes e, ao longo da rua Prager Strasse, há uma zona de pedestres com muito lojas, restaurantes e alguns hotéis. A área não tem o charme da Altstadt nem a balada da Neustadt, mas está a alguns minutos a pé do centro histórico.
Já o centro histórico (Altstadt) é muito bem servido de hotéis e ali se localiza a maioria das atrações turísticas da cidade. Além do deleite arquitetônico, a área é repleta de bares e restaurantes. A desvantagem, naturalmente, está no preço.
A região da Neustadt (Cidade Nova) é a região mais descolada da cidade, com uma vida diurna e noturna bastante animada. Além de bares, clubes e restaurantes, a área preserva bons exemplos da arquitetura ecléticado século 19, além de atrações como o Museu Histórico Militar. Há também alguns hotéis com preços mais acessíveis que no centro histórico.
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Dez razões para conhecer a Saxônia
A Saxônia, no leste alemão, tem 4 milhões de habitantes e uma área de 18,4 mil km2. A capital é Dresden, mas a cidade mais populosa é Leipzig. Outro centro conhecido é Chemnitz, que até 1990 se chamava Karl Marx Stadt.
Foto: picture-alliance/dpa/Sebastian Kahnert
Dresden
Cultura, arte e igrejas: Dresden, a capital da Saxônia, é um paraíso para turistas. A igreja Frauenkirche (no centro da foto) foi destruída no final da 2ª Guerra, e durante décadas suas ruínas foram um monumento à paz . A reconstrução começou só depois da reunificação alemã. Tentou-se usar a maior quantidade de material original possível. O símbolo de Dresden foi reaberto em 2005.
Foto: picture-alliance/dpa/Matthias Hiekel
Os gramados junto ao Elba
A silhueta marcante da cidade, com seu centro histórico barroco, pode ser observada dos gramados na outra margem do rio Elba. Nos 30 km de área em grande parte livre de construções, há muito espaço para passeios e piqueniques, ou mesmo projeções de filmes e concertos ao ar livre.
Foto: picture-alliance/dpa/Kay Nietfeld
"Suíça Saxônica"
Seguindo o Elba rio acima, em poucos quilômetros se chega na Suíça Saxônica, como é chamada a formação montanhosa de arenito. A principal característica da região, que é um parque nacional, são formações rochosas bizarras, de até 730 metros de altura. Um ótimo local para escaladas ou mesmo caminhadas.
Foto: picture-alliance/dpa/Thomas Eisenhuth
Leipzig
A cidade, que começou como centro de comércio e local de exposições, é profundamente ligada a Johann Sebastian Bach. O compositor e organista não nasceu em Leipzig, mas ali trabalhou. Lá ficam o Arquivo de Bach, o museu sobre ele e é realizado um festival anual em sua homenagem. Seu túmulo está na igreja de São Tomás, onde ele dirigiu o Thomanenchor, coral de crianças e jovens, de 1723 a 1750.
Foto: picture-alliance/dpa/Jan Woitas
Espírito vibrante e criativo
Leipzig já tem mais de mil anos, mas nem por isso é ultrapassada. Justamente os mais jovens gostam de morar na cidade porque o custo de vida é mais baixo do que em Berlim. Muitos artistas montaram estúdios nas antigas fábricas no oeste da cidade. Os inúmeros bares e galerias de arte refletem o espírito vibrante e criativo de Leipzig.
Foto: picture-alliance/ZB/Peter Endig
Cordilheira Erzgebirge
Caminhadas no verão e esqui no inverno. E isso em dois países. A fronteira entre Alemanha e República Tcheca passa pela cordilheira Erzgebirge. No lado alemão, na montanha Fichtelberg, fica Oberwiesenthal, que com sua altitude de 914 metros é a cidade mais alta da Alemanha.
Foto: picture-alliance/ZB/Wolfgang Thieme
Porcelana de Meissen
A cidade de Meissen é conhecida pela sua porcelana. Em 1708, foi produzida na cidade a primeira porcelana europeia. O símbolo da manufatura de porcelanas são duas espadas cruzadas. A porcelana de Meissen é um dos produtos alemães mais conhecidos no exterior.
Foto: picture-alliance/dpa/Arno Burgi
Görlitz
A cidade da Alemanha que fica mais ao leste do país resistiu praticamente imune à destruição da 2ª Guerra. Por isso, Görlitz se destaca por sua impressionante arquitetura, com 4 mil prédios históricos de diferentes épocas. Isso atraiu a indústria do cinema, que faz ali muitos filmes, como "O Grande Hotel Budapeste". Muitos até chamam a cidade de Görliwood.
Foto: picture-alliance/dpa/Jens Trenkler
A minoria sórbia
Reconhecidos como minoria nacional na Alemanha, os sórbios são um povo de origem eslava que vive em partes de Brandemburgo e da Saxônia. Os sórbios são conhecidos por seus trajes típicos, usados apenas em datas especiais, como na foto, durante o festival internacional do folclore.
Foto: picture-alliance/ZB/Matthias Hiekel
Os jardins do Muskauer Park
A partir de 1815, o príncipe Hermann von Pückler fez esta obra-prima do paisagismo. O parque tem um castelo e se estende ao longo das margens do rio Neisse, que marca a fronteira entre a Alemanha e a Polônia. Com 522 hectares, o jardim com inúmeros lagos, prados, riachos e pontes, foi um dos primeiros em estilo inglês na Alemanha.