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Exposição

Susanne von Schenck (sm)18 de janeiro de 2009

O idioma alemão tem 1200 anos de idade. Sua trajetória está sendo apresentada no Museu Histórico Alemão como uma história de sucesso.

'Língua massacrada', caricatura de Marie Marcks, 1987Foto: Marie Marcks, Heidelberg

Uma língua para a qual se desenrola o tapete vermelho no início de uma exposição não pode estar indo tão mal assim. Afinal, o idioma já existe há 1200 anos. Há, no entanto, muitos alemães que reclamam da decadência de sua língua e se sentem ameaçados por anglicismos. Ao contrário do francês, o alemão nunca dispôs de um órgão central de controle oficial.

Gigante em relevância e anão quanto ao prestígio

Com 120 milhões de falantes, o alemão é um "gigante em relevância", considera Hans Ottomeyer, diretor geral do Museu Histórico Alemão. Mas como não é muito bem representado, é um "anão quanto ao prestígio".

Então agora se batem tambores por uma língua que, com suas 300 mil palavras, não é nada insignificante. E são aproximadamente mil termos novos acrescidos a cada ano.

Preciosidade histórica: a 'Canção dos Nibelungos', do século 15Foto: Staatsbibliothek zu Berlin - Preußischer Kulturbesitz

A exposição no Museu Histórico Alemão, organizada em cooperação com o Instituto Goethe e com a Casa da História, de Bonn, mostra preciosidades para bibliófilos. Um dos objetos expostos é o mais antigo livro alemão, chamado Abrogans – um dicionário do século 8 que servia para a leitura de textos bíblicos. E o primeiro escrito de Martinho Lutero em língua alemã também pode ser contemplado na mostra.

A caminho de uma língua nacional

Ao longo de sua história, o idioma alemão sempre voltou a ser ameaçado por um eventual declínio, como – por exemplo – durante a Guerra dos Trinta Anos. Durante esse período, dominavam elementos linguísticos do francês, espanhol e italiano. Então surgiram sociedades linguísticas e foram lançados panfletos contra as influências estrangeiras.

Aquisição linguística, história do idioma, poética e língua, idioma e técnica, língua viva: essas são as cinco estações temáticas da exposição apresentada em Berlim.

Os visitantes vão de uma estação para a outra, de uma instalação contemporânea para um espaço circular no qual se pode apreciar toda a legendária coleção de bolso da editora Reclam, um marco da história editorial alemã.

Idioma para ouvir

Mas será que dá para fazer uma exposição sobre um idioma? Como tornar visível o que se oculta entre a capa e a contracapa de um livro? Para que a mostra não se transforme numa mera exposição de leitura, a palavra falada – em forma de projeções de vídeo e de gravações – proporciona uma experiência mais sensorial.

A literatura desempenha um papel central. Textos do poeta medieval Walter von der Vogelweide e do clássico Johann Wolfgang von Goethe podem ser ouvidos em guias de áudio, bem como as vozes originais de escritores como o dadaísta Kurt Schwitters ou o Nobel de literatura Thomas Mann. Suas declarações de rádio contra o regime nazista podem ser ouvidas ao lado de um artigo de jornal de fevereiro de 1943 sobre o discurso do ministro da Propaganda Joseph Goebbels a respeito da "guerra total".

Em bom momento

Desde dezembro do ano passado se discutem possibilidades de defender a língua alemã na Lei Fundamental do país. Se os organizadores da mostra tiverem razão, isso é completamente desnecessário. Afinal, eles apresentam a língua alemã de forma altamente viva e diversificada.

Basta ver quantas vezes o idioma alemão já superou possíveis ameaças no labirinto dos tempos para saber que ele continuará resistindo a eventuais hostilidades futuras.

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