Dilma abre vantagem sobre Aécio, apontam pesquisas
Rafael Plaisant23 de outubro de 2014
A quatro dias da eleição, Ibope indica petista com 54% dos votos válidos, contra 46% do tucano. No Datafolha, vantagem é de seis pontos percentuais. É primeira vez que presidente abre distância maior que margem de erro.
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As pesquisas Ibope e Datafolha divulgadas nesta quinta-feira (23/10) confirmaram a tendência de crescimento da candidata à reeleição, Dilma Rousseff (PT), que ampliou sua vantagem em relação a Aécio Neves (PSDB).
Segundo o Ibope, Dilma tem, a quatro dias das eleições, 54% dos votos válidos, contra 46% de Aécio. No Datafolha, a diferença é menor, de seis pontos percentuais – a petista com 53%, e o tucano, 47%. A margem de erro de ambas as sondagens é de dois pontos, para mais ou para menos.
Nos quatro levantamentos anteriores do Datafolha sobre o segundo turno, a situação sempre foi de empate técnico, com Dilma numericamente à frente de Aécio nas duas últimas (ambas com 51% contra 49%).
No último levantamento do Ibope, feito entre os dias 12 e 14 de outubro, Aécio aparecia à frente de Dilma, com 51% dos votos válidos, contra 49% de Dilma.
Para calcular os votos válidos, são excluídos os brancos, nulos e os eleitores que se declaram indecisos. O processo é o mesmo usado pela Justiça Eleitoral para divulgar o resultado oficial da eleição.
A trajetória política dos presidenciáveis
No segundo turno da corrida ao Planalto, Dilma Rousseff e Aécio Neves destacam passado político para convencer o eleitor. Conheça a história de cada candidato.
Foto: AP/Arquivo Público do Estado de São Paulo
Começo na juventude
A candidata pelo PT à reeleição, Dilma Rousseff, e o tucano Aécio Neves começaram a vida política ainda jovens. Quando estudante, a petista se engajou na luta armada durante a ditadura, enquanto Aécio, com cerca de 20 anos de idade, foi braço-direito do avô, o ex-presidente da República Tancredo Neves. Nestas eleições, as campanhas têm destacado a trajetória política de cada candidato.
Foto: picture-alliance/dpa
Contra o regime militar
Integrante da luta armada, Dilma Rousseff foi presa e torturada pela ditadura nos anos 70. A economista assumiu o primeiro cargo executivo na década de 1980. Ela comandou secretarias ligadas a finanças e energia de gestões municipais e estaduais do Rio Grande do Sul. À frente de diversas campanhas eleitorais, ajudou a fundar o Partido Democrático Trabalhista (PDT) e, em 2001, se filiou ao PT.
Foto: AP/Arquivo Público do Estado de São Paulo
Política em família
Aécio Neves começou a carreira pública aos 17 anos. Foi secretário de gabinete parlamentar na Câmara dos Deputados e, em 1983, passou a atuar como secretário-particular do avô Tancredo, que na época era governador de Minas Gerais. Nesta foto, avô e neto aparecem no Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte, antiga sede da administração estadual.
Foto: cc-by-sa/Cidadão de Minas
Ao lado de Lula
Eleito presidente em 2002, Luiz Inácio Lula da Silva nomeou Dilma Rousseff como ministra de Minas e Energia. Com o escândalo do mensalão, ela assumiu a chefia da Casa Civil no lugar de José Dirceu. A mudança marcou o início de uma reforma ministerial em meio à crise política. Dois anos depois, a ministra linha dura e sisuda anunciou a criação do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Foto: A. Nascimento/ABr
No Congresso
Aos 24 anos, Aécio foi eleito deputado constituinte no ano de 1986. No terceiro mandato como deputado federal, se tornou líder da bancada do PSDB. Em 2001, foi escolhido presidente da Câmara e criou o Conselho de Ética e o Código de Ética e Decoro Parlamentar. No ano seguinte, foi eleito governador de Minas Gerais.
Foto: Rose Brasil/ABr
De coadjuvante a presidente
Em 2009, ainda como pré-candidata do PT à sucessão de Lula, Dilma declarou estar curada de um câncer. No ano seguinte, deixou se der coadjuvante no cenário político para se tornar "sucessora" das políticas do ex-presidente. Contra o tucano José Serra no segundo turno, ganhou a disputa com cerca de 55 milhões de votos válidos, e se tornou a primeira presidente mulher da história brasileira.
Foto: AFP/Getty Images/Evaristo Sa
Governo mineiro
O cartão de visitas dos oito anos de Aécio Neves à frente do governo de Minas Gerais é a política do “choque de gestão”. A medida envolve o aumento de receitas e o controle de gastos. O tucano foi cotado para disputar a vice-presidência na chapa de José Serra em 2010, mas recusou o convite. Foi eleito senador no mesmo ano.
Foto: José Cruz/ABr
Reta final
Com cerca de 20% das intenções de voto no primeiro turno, segundo pesquisas eleitorais, Aécio Neves ultrapassou a candidata pelo PSB Marina Silva e alcançou 33,55% dos votos válidos, segundo o TSE. Sondagens para o segundo turno mostram Dilma, que conquistou 41,59% dos votos no primeiro pleito, e Aécio próximos de um empate técnico.
Foto: Reuters/P. Whitaker
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Em votos totais, Dilma alcança 48%, e Aécio tem 42% no Datafolha. No Ibope, a presidente chega a 49%, oito pontos percentuais à frente do ex-governador de Minas Gerais.
O Ibope ouviu 3.010 eleitores em 203 municípios entre os dias 20 e 22 de outubro. E aponta que 7% tendem a optar por branco ou nulo, e que 7% ainda não sabem em quem votar.
O Datafolha, por sua vez, consultou 9.910 pessoas nesta quarta e quinta-feira. Brancos e nulos somam 5%. Outros 5% dizem não saber em quem votar.