Dilma pede união da América Latina no combate ao zika
27 de janeiro de 2016
Presidente afirma que países devem agir em conjunto para enfrentar surto que se espalha pela região. Dilma anuncia ainda reunião de ministros da Saúde do Mercosul e guerra contra Aedes aegypti.
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A presidente Dilma Rousseff pediu nesta quarta-feira (27/01) que a América Latina se una no combate ao vírus zika, associado a casos de microcefalia em bebês. Dilma está no Equador, onde participa da cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac).
"Vários países da região têm experiência no combate à dengue porque ela é típica de países tropicais. Sabemos que a única forma de cooperar agora é difundirmos entre nós as melhores práticas e tecnologias de combate ao vírus", disse a presidente.
Dilma afirmou que pediu, durante o encontro, que os países iniciem ações de cooperação para combater o vírus que se espalha pelas Américas. A presidente anunciou ainda que os ministros da Saúde do Mercosul vão se reunir na próxima terça-feira em Montevidéu, no Uruguai, para discutir medidas conjuntas para enfrentar o surto da doença.
Embora seja uma reunião do Mercosul, Dilma afirmou que o encontro está aberto a todos os países latino-americanos e caribenhos. O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, anunciou também que uma reunião semelhante deve acontecer em breve no âmbito da Celac. "É um tema novo, por isso quanto mais colaborarmos, mais eficazes seremos em parar essa epidemia", ressaltou.
Guerra contra mosquito
Em sua conta no Twitter, Dilma disse nesta quarta-feira que o país precisa lançar uma guerra contra o mosquito Aedes aegypti, transmissor dos vírus zika, da dengue e da febre chikungunya. "Enquanto não temos vacina contra o vírus zika, a guerra deve se concentrar no extermínio de criadouros de mosquito", publicou.
O Brasil é o país mais afetado pelo surto de zika. Mas o vírus já se espalhou por 20 países do continente americano e, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), deve atingir todos os países das Américas, exceto Canadá e Chile. Especialistas acreditam que a infecção do vírus em grávidas seja responsável pelo aumento no número de casos de microcefalia.
Até agora, mais de 4,1 mil casos suspeitos de microcefalia foram notificados no Brasil, a grande maioria deles foi registrado nos estados do Nordeste. O Ministério da Saúde confirmou, nesta quarta-feira, 270 casos de malformação por infecção congênita, mas não necessariamente pelo vírus zika. A microcefalia pode ter origem em agentes infecciosos causadores de doenças como sífilis, toxoplasmose, rubéola, além de herpes.
O governo federal lançará uma campanha nacional e internacional para alertar sobre os riscos do zika e como prevenir a infecção. As informações serão repassadas nas redes sociais com os hashtags #ForaZika e #ZikaZero.
CN/rtr/afp/abr
Os 10 vírus mais perigosos do mundo
Embora a covid-19 seja muito contagiosa, sua taxa de mortalidade é relativamente baixa em comparação com esses dez vírus.
Foto: picture-alliance/dpa
Vírus de Marburg
O vírus mais perigoso do mundo é o Marburg. Ele leva o nome de uma pequena cidade alemã às margens do rio Lahn, onde o vírus foi documentado pela primeira vez. O Marburg provoca febre hemorrágica e, assim como o ebola, causa convulsões e sangramentos das mucosas, da pele e dos órgãos. A taxa de mortalidade do vírus chega a 88%.
Foto: Bernhard-Nocht-Institut
Ebola
O vírus do ebola foi descoberto em 1976 na República Democrática do Congo por uma equipe de pesquisadores belgas. A doença foi batizada com o nome do rio que passa pelo vilarejo onde ela foi identificada pela primeira vez. Ele pode ocorrer em cinco cepas distintas, denominadas de acordo com países e regiões na África: Zaire, Sudão, Bundibugyo, Reston, Floresta de Tai. A cepa Zaire é a mais fatal.
Foto: Reuters
Hantavírus
O hantavírus descreve uma ampla variedade de vírus. Assim como o ebola, ele também leva o nome de um rio – neste caso, onde soldados americanos foram os primeiros a se infectarem com a doença durante a Guerra da Coreia, em 1950. Os sinais são doenças pulmonares, febre e insuficiência renal.
Foto: REUTERS
Gripe aviária
Com uma taxa de mortalidade de 70%, o agente causador da gripe aviária espalhou medo durante meses. Mas o risco real de alguém se infectar com o vírus H5NI é muito baixo. Os seres humanos podem ser contaminados somente através do contato muito próximo com as aves. Por esse motivo, a maioria dos casos ocorre na Ásia, onde pessoas e galinhas às vezes vivem juntas em espaço pequeno.
Foto: AP
Febre de Lassa
Uma enfermeira na Nigéria foi a primeira pessoa a se infectar com o vírus Lassa. A doença é transmitida aos humanos através do contato com excrementos de roedores. A febre de Lassa ocorre de forma endêmica na África Ocidental, como é o caso, atualmente, mais uma vez na Nigéria. Pesquisadores acreditam que 15% dos roedores dali sejam portadores do vírus.
Foto: picture-alliance/dpa
Junin
O vírus Junin é associado à febre hemorrágica argentina. As pessoas infectadas apresentam inflamações nos tecidos, hemorragia e sépsis, uma inflamação geral do organismo. O problema é que os sintomas parecem ser tão comuns que a doença raramente é detectada ou identificada à primeira vista.
Crimeia-Congo
O vírus da febre hemorrágica Crimeia-Congo é transmitido por carrapatos. Ele é semelhante ao ebola e ao Marburg na forma como se desenvolve. Durante os primeiros dias de infecção, os doentes apresentam sangramentos na face, na boca e na faringe.
Foto: picture-alliance/dpa
Machupo
O vírus Machupo está associado à febre hemorrágica boliviana. A infecção causa febre alta, acompanhada de fortes sangramentos. Ele desenvolve-se de maneira semelhante ao vírus Junin. O Machupo pode ser transmitido de humano para humano, e é encontrado com frequência em roedores.
Foto: picture-alliance/dpa/Marks
Doença da floresta de Kyasanur
Cientistas descobriram o vírus da floresta de Kyasanur na costa sudoeste da Índia em 1955. Ele é transmitido por carrapatos, mas supõe-se que ratos, aves e suínos também possam ser hospedeiros. As pessoas infectadas apresentam febre alta, fortes dores de cabeça e musculares, que podem causar hemorragias.
Dengue
A dengue é uma ameaça constante. Transmitida pelo mosquito aedes aegypti, a doença afeta entre 50 e 100 milhões de pessoas por ano em todo o mundo. O vírus representa um problema para os dois bilhões de habitantes que vivem nas áreas ameaçadas, como Tailândia, Índia e Brasil.