Em entrevista a veículos estrangeiros, presidente afastada sinaliza que seria favorável a novas eleições antes de 2018, caso volte ao Planalto. "País vive esgotamento político", afirma.
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A presidente afastada Dilma Rousseff voltou a afirmar, desta vez à imprensa internacional, que apoiaria a realização de novas eleições no país, caso volte ao governo.
Em entrevista a veículos estrangeiros nesta terça-feira (14/06), Dilma, que está fora do gabinete desde maio, disse que o Brasil passa por um esgotamento político.
"Isso tem que ser superado. Se houver necessidade de novas eleições, eu serei a favor", declarou Dilma, que teve o mandato suspenso após votação no Senado acusada de crime de responsabilidade fiscal. O julgamento do processo deve ocorrer em agosto.
Ao reforçar a tese de que houve "golpe" no seu processo de afastamento, Dilma disse que muitos deputados quiseram que ela saísse do Planalto para travarem as investigações da Operação Lava Jato.
Para haver novas eleições antes das presidenciais em 2018, é necessário que Dilma e o presidente interino Michel Temer renunciem ou sejam removidos dos seus cargos. Alguns senadores têm reconsiderado seus votos sobre o impeachment devido aos escândalos envolvendo ministros de Temer.
"Eu não tenho nenhum problema em perguntar o que o povo quer. Em qualquer caso, a única forma de interromper o mandato de um presidente é por meio de um plebiscito", afirmou.
Reclamações
Dilma disse às agências de notícias internacionais que Temer suspendeu voos com aviões da Força Aérea e o pagamento de despesas de hotel para a presidente afastada.
Ela alegou que a medida é uma forma de restringir sua locomoção pelo país e impedir que ela denuncie a "ilegalidade" do impeachment.
Dilma irá ao Nordeste ainda nessa semana para discutir o impeachment em regiões pobres, mas com um voo pago pelo PT.
KG/rtr/ots
Quem são os senadores da comissão do impeachment
Os parlamentares escolheram os 21 titulares da comissão especial que vai analisar as acusações contra a presidente Dilma Rousseff. Veja quem são os políticos que vão decidir pela instauração ou não do processo.
Foto: Agência Brasil/F. Rodrigues Pozzebom
PMDB
O partido do vice-presidente Michel Temer, que assumirá a Presidência da República caso Dilma seja destituída, tem a maior bancada no Senado e, assim, cinco vagas na comissão. Os titulares são: Raimundo Lira (PB, foto), que foi eleito presidente da comissão, além de Rose de Freitas (ES), Simone Tebet (MS), Dário Berger (SC) e Waldemir Moka (MS).
Foto: Agência Brasil/F. Rodrigues Pozzebom
Bloco Parlamentar da Oposição (PSDB, DEM e PV)
O segundo maior bloco do Senado, que não apoia o governo Dilma Rousseff, conta com quatro vagas na comissão especial do impeachment. Os representantes escolhidos são Antônio Anastasia (PSDB-MG, foto), que será o relator do parecer pela admissibilidade ou não do processo, além de Aloysio Nunes (PSDB-SP), Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) e Ronaldo Caiado (DEM-GO).
Foto: Agência Brasil/F. Rodrigues Pozzebom
Bloco de Apoio ao Governo (PT e PDT)
O partido da presidente Dilma Rousseff e o PDT contam com quatro representantes na comissão instalada pelo Senado. Os titulares são: Lindbergh Farias (PT-RJ), Gleisi Hoffmann (PT-PR, foto), José Pimentel (PT-CE) e Telmário Mota (PDT-RR).
Foto: Agência Brasil/M. Camargo
Bloco Moderador (PTB, PR, PSC, PRB e PTC)
Os partidos PTB, PR, PSC, PRB e PTC têm direito a duas vagas e elegeram os senadores Wellington Fagundes (PR-MT) e Zezé Perrella (PTB-MG, foto) como seus representantes na comissão especial do impeachment.
Foto: Agência Senado/G. Magela
Bloco Parlamentar Democracia Progressista (PP e PSD)
As legendas PP e PSD, que respectivamente têm seis e quatro representantes no Senado, possuem três titulares na comissão do impeachment: José Medeiros (PSD-MT), Ana Amélia Lemos (PP-RS, foto) e Gladson Cameli (PP-AC).
Foto: Agência Senado/M. Oliveira
Bloco Parlamentar Socialismo e Democracia (PSB, PPS, PCdoB e Rede)
As legendas PSB, que tem sete senadores, e PPS, PCdoB e Rede, que têm um senador cada, são representadas na comissão do impeachment pelos titulares Fernando Bezerra (PSB-PE), Romário (PSB-RJ, foto) e Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM).